segunda-feira, 8 de março de 2010

8 de maio (texto)

Minha mãe foi uma lutadora: numa época em que se divorciar ainda era um tabu, ela escolheu enfrentar este problema a viver um casamento que não tinha futuro. Depois disso, recomeçou a própria vida.
Um tempo na casa dos pais, trabalho durante o dia e estudos à noite. Eu já era nascido e ficava com os meus avós (e tios) para que ela pudesse investir no nosso futuro.
Um pouco mais tarde, fomos morar com a minha bisavó (Carolina). Apenas nós três. Eu estudava e ficava uma parte do dia com a bisa porque ela continuava trabalhando muito e longe de casa.

Era um tempo feliz! Finais de semana eram divertidos. Ela  era muito bem humorada, engraçada. Contava-me sempre as mesmas histórias (quase sempre de família) de uma maneira tão divertida que eu pedia bis.
Quando eu era adolescente (agora apenas nós dois), ela voltou às salas de aula. Aí, trabalhava durante todo o dia e ainda estudava à noite. Foram 4 anos de encontros apenas em poucos momentos (ela saia e eu estava domindo e quando voltava eu já não estava acordado). Eu sabia que era um investimento em sua profissão e que aquele esforço se transformaria em mais oportunidades, em um melhor emprego e salário. 
Lembro-me da minha mãe sempre com o mesmo vestido. A nossa vida não era fácil. Casa alugada, nenhum luxo, automóvel era coisa de televisão, nem presentes no natal, mas tínhamos o humor. Acho que isso foi a melhor herança que recebi.
Nesse período ela não estava muito presente, é verdade, mas fui educado para compreender a situação. Nesse tempo tb apareceu o meu padrasto. E a vida melhorou um pouco.
Ela era mais um exemplo do que uma educadora em casa. Pouco me dizia o que fazer. Acho que apanhei apenas uma vez (ainda que eu meceresse mais). Ela era uma pessoa tão calma, uma voz tranquila, tinha um respeito pelos meus amigos (fossem eles quem fossem).Era admirável!
Não me lembro de ouvi-la  gritar. Mesmo quando estava brava era educada. Nossa relação era mesmo de respeito, éramos amigos. Tenho muito orgulho dela. Nos últimos tempo pude dizer isso não apenas com o coração. E me sinto muito feliz por ter tido a oportunidade de ter sido seu filho.

2 comentários:

  1. Que belo exemplo de mulher na sua vida não é mesmo!
    Gosto muito de vc!
    bjs.

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  2. e tenho certeza que ela teve muito orgulho de poder te chamar de filho. bjs querido!

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Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...