domingo, 28 de agosto de 2011

Se não a maior, muito perto disso (texto)

Não sei se a maior aventura da minha vida, mas com certeza uma das. Cheguei em Hong Kong e para pegar a minha mala precisei passar pela imigração. Eu não devia fazer isso, mas achei que com a mala nas mãos reencontraria o caminho que eu devia ter seguido.
Não foi o que aconteceu. Não me deixaram retornar e tive que me vira com um inglês que deixaria qualquer chinês envergonhado.
Procurei o setor de informação e disse que precisava pegar a barca para Macau.
Fiquei, mais ou menos, meia hora de um lado para o outro sem saber ao certo o que fazer.
Uma luz: trocar euro pela moeda local para comer, hotel, se fosse preciso, táxi para chegar em algum lugar.
O combinado era não passar pela imigração porque não era necessário já que meu destino era Macau. Além disso, duas amigas me aguardavam para que eu não me perdesse. Não tinha retorno. Eu teria que me virar sozinho.
Meu telefone não tem sinal, não há internet disponível e um desespero, que é sempre ruim, me tomando o racional.
Tentei um pouco mais e encontrei uma rede livre. Me conectei e eis que recebo um e-mail de um amigo que já sabia do meu drama. Além disso, consigo via Viber falar com uma de minhas amigas.
Fico mais tranquilo, mas de qualquer forma eu precisava sair de Hong Kong e chegar em Macau.
Com as anotações em mandarin da moça que trabalha no aeroporto no setor de informação, me dirijo para o táxi. O rapaz que me conduz não me entende, a senhora que me coloca dentro do táxi conversa qualquer coisa com o motorista e estamos a caminho de algum lugar. O desespero é tanto que não percebo a cidade, apenas os 30min que me pareceram uma eternidade.
Começo a ficar desconfiado de que alguma coisa está errada. Tento uma conversa com o motorista, mas compreendo muito pouco do que ele me diz.
Finalmente, ele me fala em chinglês que está me levando para o único lugar de onde se sai para Macau. Frisa muito o "único" lugar.
Fui ficando mais tranquilo, ficando, veja bem...
Minha neura era tão somente saber se o dinheiro trocado daria para o as despesas que viriam: táxi, barca, táxi.
Embarquei, depois do que me pareceu uma eternidade, para Macau, passei outra vez pela imigração e NA-DA de falante de português.
Fui outra vez à informação e mostrei o endereço do meu amigo, uma menina reescreveu "aquilo" num papel, me levou até um táxi e o motorista me troxe pra cá.
Claro que não tinha ninguém em casa, estavam loucos atrás de mim. Uma hora depois eles apareceram e me senti, nesse instante, salvo.

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Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...