quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Da vida moderna nos banheiros higienizados do mundo afora



Como todo mundo já deve saber, nos banheiros modernos, seja no Brasil, seja em qualquer parte do mundo moderno e higiênico, não existe mais papel para secar as mãos. Basta você aproximá-las de um dispositivo com um jato de ar para que em alguns segundos a sua mão fique completamente seca. Isso mesmo! Tão seca que ressecada. E em relação ao ressecamento, você resolve com um creminho qualquer que você carregue, que você empreste, que você, numa loja, no mesmo shopping, use uma pequena amostra grátis.
Bem, o problema da mão seca será resolvido, em breve. Mas a falta de papel não seria um problema se, sempre há este se no nosso dia a dia, mesmo num mundo moderno e tecnológico, você também não precisasse lavar o rosto, lavar a boca ou escovar os dentes ou se você, assim como eu, cultivasse uma boa barba.
Aí você entra pra escovar os dentes e inevitavelmente você molha a sua barba, não toda, mas aquela parte que se encontra no queixo até o pescoço. Esta mesma parte que, se molhada, respinga a sua camisa, paletó, casaco, peito, burca ou seja lá o que você estiver usando ao ir a um banheiro moderno.
Ou se, num calor como o que faz aqui no Rio de Janeiro em todas as estações do ano, você precisasse também de lavar  rosto para se aliviar um pouco.
E aí, como enfiar a sua barba, o seu rosto, num desses dispositivos para que o jato de ar dê conta de lhe secar? Isso é humanamente impossível. Não há alternativa a não ser procurar no reservado papel higiênico para estes fins. Acontece que ao molhar aquela parte da barba e sair em busca de um pedaço de papel, mesmo que o reservado esteja livre, você já respingou a sua camisa, paletó, casaco, peito, burca ou seja lá o que você estiver usando. Se o reservado estiver reservado, aí sem chances, melhor mesmo usar logo uma das mãos e secá-las nas calças antes que você saia como se tivesse tentado tomar um banho no lavabo.
Falar em bom sendo nunca é uma boa alternativa porque o bom senso para umas pessoas não é para outras e a lógica do mercado: menos é mais, ou seja, extinguir o uso do papel (o que também nos remete ao ecologicamente correto) e investir no jato de ar, significa necessariamente, trocar um pelo outro e não sobrepor alternativas.

O jeito então é o velho e bom companheiro lenço de papel que se carrega na ausência de outra alternativa ou simplesmente colocar a barba de molho e seguir a vida.

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