quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Fico triste, mas fico muito feliz

Tenho uma grande admiração pelas pessoas que se jogam sem medo do mundo e que partem às vezes apenas com uma pequena certeza. E esta é o suficiente para se arriscar.
Hoje, fiquei, como sempre fico nessas situações, comovido com a história de um amigo que vai embora porque quer conquistar o mundo, quer se conhecer melhor, quer arriscar e aposta na mudança ainda que ela seja vaga.
Fiquei comovido porque ele quer crescer profissionalmente e essa mudança é fundamental pra isso. Ainda que ele vá sem lenço e sem documento e tenha que se virar sozinho. E isso me deixa angustiado porque fico focado apenas na dificuldade. Ele talvez esteja focado no prazer que isso vai produzir.
Nunca fui de correr grandes riscos. Preciso, talvez porque sempre tenha tido, de um corrimão para poder me agarrar nos momentos menos fáceis. Sou muito cagão pra me jogar sem paraquedas. Mas sei valorizar essas arriscadas.
O André vai embora. Fiquei triste com a sua partida, mas sei o quanto isso é importante pra ele. Sei o quando a gente cresce quando está sob nossas próprias responsabilidades. Sei o quanto as coisas valem quando são nossas conquistas.
O maior risco que corri na minha vida, foi quando, em 1993, resolvi largar tudo o que eu tinha no Rio e vir para o Paraná. Essa mudança não foi fácil: deixei amigos, família (mãe, padrasto e cachorro) e meus empregos, minha rotina apostando num semestre apenas de experiência numa universidade.
Bem, essa mudança fez toda a diferença na minha vida. A partir dela construí uma carreira profissional que, muito provavelmente, eu não alcançaria se não tivesse saído do Rio. Ou talvez tivesse levado muito mais tempo para isso.
Fico triste, é claro, porque um amigo vai embora, mas também fico feliz porque sei reconhecer o que ele está fazendo por ele mesmo.

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