sábado, 28 de fevereiro de 2009

A beleza não é matemática, é química (texto)

(Deu no Globo.com) "Cirurgias desastrosas transformam famosos em monstros" e a partir daí alguns Antes-e-depois nos são mostrados como prova da transformação monstruosa, no entanto, me pareceu, o fato dos famosos serem vistos como monstros pelo ponto com é quase uma sentença sem saída da monstruosidade. Ou melhor, é como se não tivéssemos saída e devêssemos, então, vê-los feios, horrorosos, abomináveis etc.
Não é assim, ninguém se vê da forma como é visto, e mais, beleza não deve mesmo ter forma, padrão, encaixe. Quem disse que o fato de não se parecer com Brad Pitt ou Angelina Jolie (últimos exemplos de beleza masculina e feminina em quase todas as mídias) significa se ver feio? Significa ser feio? Quem disse que depois dos 50 não se tem mais saída? Beleza é mais do que ter vinte anos, muito mais do que corpos sarados e plásticos (não que não seja bonito, para alguns), vai além dos padrões pré-estabelecidos nas novelas globais das 20h/21h, dos telejornais, dos anúncios veiculados em quase todos os canais (abertos ou não). Ela não se explica e muito menos se aplica numa fórmula fechada, a beleza não é matemática, é química.

Ronaldo, Ronaldinho, Ronaldão (texto)

Que coisa chata essa imprensa o tempo todo ocupada com Ronaldo. É sempre a mesma história, se ele está transando com isso ou aquilo e/ou se já se separou da mulher, se pegou outro traveco, se não compareceu à concentração porque estava com garotas de programa, ou se estava com garotas de programa e por isso não compareceu à concentração. Parece que não tem nada mais para ser dito, vai ver não tem mesmo, e vai ver também que RoRoRonaldinho faz com que a gente abra o jornal, tecle na notícia, para diante daquela revista, fique imóvel ajeitando os ouvidos para a TV e rádio. Não aguento mais saber se o joelho direito ou se a ponta dupla dos seus cachos (e se ele tem a cabeça raspada?) estão em intenso tratamento, imagine saber a vida sexual do jogador de futebol: viramos, todos nós por extensão, vigias da genitália alheia. Cuidar da própria vida sexual já é uma complicação, já pensou se agora antes de mais nada preciso saber a quantas andam as trepadas do Fenômeno?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Entre o México e os EUA (texto)

Hoje, sem querer, através da Globo.com, vi algumas fotografias da mexicana radicada nos Estados Unidos Maria Teresa Fernández que vem documentando, nos últimos 17 anos, a vida na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Fazia tempo que eu não me sentia tão tocado diante de fotografias. Elas estão disponibilizadas no endereço abaixo. Todas elas mostram algum tipo de muro que separa os dois países e a forma como mexicanos dos dois lados dessa cerca se relacionam. São fotos tão impactantes e sensíveis que fiquei um pouco sem palavras ao vê-las. São retratados, dos dois lados, familiares que se (re)encontram. Maria Teresa descreve da seguinte maneira as suas fotografias: "A cerca muda o tempo todo. Cresce, se deteriora, é reconstruída, aumentada, retirada. Com minhas fotos, tento mostrar este organismo vivo e como ele afeta aqueles cuja realidade gira ao seu redor."
Vale à pena ver esse trabalho.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/02/090220_galeria_cercamexico_ba.shtml

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Depois dos 40 (texto)

Depois dos 40 fiquei mais impaciente em relação a alguns comportamentos, principalmente, àqueles que me reportam à adolencência. Sendo mais claro: faz algum tempo e talvez isso se deva aos meus relacionamentos (em todos os níveis, ou seja, não tenho amigos que se comportam como crianças porque não são crianças) não passo mais pela delicada situação de ter que me explicar porque alguém disse que eu disse alguma coisa. Não tem nada que me aborreça mais do que disse-me-disse, e mais, não tem nada que me irrite mais do que alguém atribuir a outra pessoa àquilo que gostaria de dizer e não tem coragem ou não é homem (adulto) suficiente para isso. Acho deprimente, acho sujo, acho que quem se comporta dessa maneira merece o desprezo.
Sempre acho que a idade não importa muito, mas tenho acumulado decepções.
Não diga que não disse alguma coisa que tenha falado e nem que eu tenha dito algo que realmente eu não tenha dito porque vc estará correndo um grande risco de não mais falar nada para mim.

Força Estranha (música)


"E a coisa mais certa de todas as coisas não vale um caminho sob o sol."
(Força estranha - Caetano)

Rain Man (texto)

Quanto tempo não chove em sua rua, bairro, cidade, estado, país, continente? Se mais de 3 dias, me contrate, sou o homem-chuva. Por onde eu passo cai toda a água do céu. Não sei se fiquei devendo alguma coisa à Iemanjá, a Oxum, a Obá, a Logunedé, a São Pedro, à Inaê, à Janaína, mas sei que faço chover. Estive em três estados e em quatro cidades nesses dois últimos meses e bingo: choveu por onde passei. No Rio de Janeiro, chuva; em Santa Catarina - Florianópolis - chuva; em Curitiba (tb não seria novidade), chuva e agora de volta a Cascavel mais chuva. Por favor...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

C’EST FINI (texto)

Na verdade ainda não acabou o carnaval, o horário oficial é meia noite de terça-feira, mas o clima chuvoso não deixa dúvida de que o feriado de carnaval acabou mesmo. Entre mortos e feridos salvaram-se quase todos! Não se pode reclamar depois de um domingo cheio de sol, de reencontros com velhos amigos, de sombra e água fresca (claro que tudo tem um preço e por aqui é bem caro) de uma terça-feira chuvosa e cinzenta. Pior seria ficar em casa curtindo o carnaval sozinho diante da TV. Não, acho que essa comparação foi muito forçosa. Pior seria se tivesse chovido todos os dias...pronto redenção total.
O saldo, e não o salto, é positivo e operante. Agora é pensar na aula de segunda-feira.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ida Gomes (texto)

Triste surpresa saber que a atriz Ida Gomes foi enterrada nesta segunda-feira. A lembrança mais antiga que tenho dela é em "O Bem Amado", eu era bem pequeno, mas como muitos capítulos da novela foram gravados em Sepetiba, bairro do Rio em que meus avós moravam, eu me divertia e acompanhava de perto "Dorotéia", uma das "Irmãs Cajazeiras". Vi ainda alguns filmes, lembro-me agora de "Copacabana" e, em 2003, da peça "Tio Vânia". Não sei ao certo quantos anos de carreira tinha, mas de qualquer forma, atuou ativamente na TV, no cinema e no teatro, além de ser a dubladora oficial de Bette Davis. Fica então essa notinha como forma de homenagem e de lembrança dessa grande atriz nascida na Polônia, criada na França até os 13 anos e brasileira de algumas décadas.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A minha alegria atravessou o mar (texto)

Hoje foi um dia especial, (re)encontrei amigos de longas datas. Muito bom ver que as pessoas estão bem e ainda acreditando no carnaval como forma de confraternizar. Esta festa na Ilha foi a oportunidade de encontros especiais: novos amigos, velhos amigos, novos-velhos amigos. Um dia cheio de sol, de mar tranquilo, de música, de caipirinha, de riso frouxo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Blá Blá Blá (texto)

Chegamos à Ilha por volta das 15h. Um sol intenso na estrada. O trânsito tb intenso, mas sem congestionamento. Foram 4h de muita conversa. Gosto de ouvir quem tem o que dizer. A conversar é um dos melhores passatempos e por que não dizer prazeres. Falar muito nunca é sinônimo de falar qualquer coisa quando se encontra alguém que observa o cotidiano, que se observa o tempo todo e consegue, o mais complicado, transformar o visto em palavras.
É claro que poucas pessoas têm essa capacidade, mas eu, homem de sorte, conheço muitas delas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Entre o eu "auto-afirmação" e o "arrogante" (texto)

Hoje, no almoço com alguns amigos, lembramos de casos de pessoas que adoram a primeira pessoa do singular como o tema central de qualquer conversa: "eu posso, eu faço, eu consigo, eu trabalho, eu vou, eu fiz, o meu é assim, o meu é assado, o meu faz mais sucesso, eu sou reconhecido etc. etc. etc." Cada um de nós teve um caso para relatar: desde a amiga de uma amiga que não se conformava com o sucesso alheio, ou seja, que não fosse seu próprio sucesso, a ponto de chegar para uma visita e, antes mesmo de cumprimentar a dona da casa, perguntou se o apartamento tinha sido comprado à vista ou financiado, até um conhecido meu que, dia desses, num telefonema eu consegui contar 30 usos do "eu" numa conversa de 10 minutos por telefone.
É interessante notar, se é que existe fato interessante num situação dessas, é que o outro (aquele que usa o "eu" o tempo todo) não consegue ouvir nada que não seja a sua própria história, seu próprio umbigo e quer o tempo todo o centro do picadeiro. Carência, insegurança, auto-afirmação, narcisismo, arrogância ou seja lá o que for só produz efeito se tem plateia. Por isso, acredito, temos uma parcela grande de culpa quando contribuímos com esses comportamentos. Dar atenção para uma criatura como essa é mesmo alimentar a fome do outro.
É um desvio sério de comportamento: um gato que se vê leão, e pior, um gato que quer ser visto como leão. Da mesma proporção, acredito, considerando às diferenças, o magro que se vê gordo, o bonito que se vê feio, o mentiroso compulsivo e por aí vai.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mas também há dias... (texto)

Da mesma forma como as coisas boas passam, passam tb as ruins. E hoje já é outro dia. Dia desses uma grande amiga me falou daquele presentinho chinês, aquele pedacinho de papel dobrado com a seguinte frase escrita: "Isso também vai passar." e que a gente deve abrir ou quando estiver muito triste ou alegre demais.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Há dias que (texto)

Hoje o dia foi bem ruim. Faz tempo não me sinto dessa forma: desanimado, sem ânimo para nada, vontade de nem ter saído da cama, nada me agrada, nem música consegui ouvir. Desses dias que a gente tem vontade de pular e acordar no dia seguinte pra ver se faz mais sentido estar por aqui (aqui é igual a qualquer lugar). Mas nem isso é possível porque apesar da gente estar se sentindo esquisito o mundo continua rodando da mesma forma.
Nem posso dizer que a chuva tem alguma culpa, o mal tempo, o céu nublado, as ruas molhadas. Já vi dias bem piores. Estou com uma sensação de nada feito. Talvez se eu pudesse falar com alguém sobre isso...se eu conseguisse me concentrar num filme...se eu tivesse vontade de TV...mas nada está onde devia agora.

Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...