quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os 10 mil budas (fotos)


Os 10 mil budas (fotos)


O templo dos 10 mil budas (fotos)


Os 10 mil budas (fotos)


kowloon (texto)

Hoje, saímos bem cedo de Taipa para Kowllon, Hong Kong. Fomos ao templo  dos 10 mil budas.
O templo fica numa pequena montanha, subimos centenas de degraus. A maior surpresa aconteceu logo no início do caminho: os budas dourados nos saudando durante todo o percurso. Dezenas que se tranformaram em centenas ao longo desse caminho até o templo. No pátio desse templo, algumas centenas de budas espalhados por todos os lados. Todos muito coloridos.

Um pouco antes de entrarmos no templo, recebemos uns barquinhos de papel para que queimássemos enquanto fizéssemos pedidos. Antes de ir embora, fui ao crematório para pedir saúde, para pedir felicidade, paz, tranquilidade.
Entrei, finalmente, no templo dos 10 mil budas. Fiquei extasiado com a quantidade de budas dourados de todos os tamanhos e por todos os lados. As 4 paredes tomadas de estátuas até o teto. Tudo grandios, muito iluminado, muito colorido. Milhares de budas postos lado a lado, milimetricamente separados.

Fiquei emocionado de estar ali diante de tanta beleza. Os detalhes me impressionaram, cada um desses budas, dentro do templo, estava numa posição diferente. Seus rostos e olhos se expressavam tb de forma diferenciada. Tudo me impressionou.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lua, estrela (texto)

Hoje acordei pensando nas crianças de Macau,  Hong Kong e, quiçá, toda China, que não conhem lua, estrelas, sol... Como o céu sempre é tomado por uma camada espessa de poluição, nunca se veem os astros, os satélites, os corpos celestes.
É claro, acho, que em alguma parte do país o céu não deve ser todo tomado por esse cinza_constante. Mas a impressão que tenho é a de que só através da TV, fotografias, filmes, histórias se saiba que existem esses corpos no céu.
Canção do exílio não faria qualquer sentido por aqui porque ter mais estrelas não quer dizer absolutamente nada. Lua e estrela, de Caetano seria outra perda de tempo, já que pra fazer sentido, as palavras têm que já fazê-los.
Por outro lado, descobri o porque de toda a cidade está enfeitada com flores, bichos, lanternas: é a festa da lua. Pelo calendário lunar, na China assinala-se no mês de agosto o meio do outono. A lua cheia une as famílias e os amigos que se juntam à noite para comer bolos e olhar o céu. Dizem eles - é uma festa de união, um dos festivais tradicionais chineses que remonta à Dinastia Tang (唐朝).
É claro que não se vê lua alguma, mas pelo visto ninguém aqui é devoto de São Tomé.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Macau é uma estufa (texto)

Hoje, depois das palestras de abertura do Simpósio (III - Simelp) fomos (Vanise, Amanda* e eu)  conhecer Macau, antes que alguém estranhe, não estou propriamnte em Macau, mas em Taipa, uma espécie de distrito de Macau. Separados por uma ponte enorme. De carro não levamos mais do que 15min para atravessá-la.
Foi impactante chegar e ver o Rio nas ruas de Macau: ver Santa Teresa, Gamboa, enfim, me sentir em casa, não fosse os olhos puxados e a língua estranha dos nativos (estranho no sentido de não ser o português).
A cidade é uma mistura daquele Brasil com a China, naturalmente. O Brasil, nas construções (de uma forma geral) e a China na religião, nos cheiros, na comida (claro que a culinária portuguesa está bastante presente), nos enfeites e, é claro, no comércio. Vende-se de tudo. Tem de tudo um pouco e um pouco mais.
Não comprei nada, minha grana é curta. Mal pude estar por aqui.Pra ser sincero não tive muita vontade de comprar, fico comparando os preços e concluo que o que vale à pena eu já tenho, pra que mais um?
Tirei cinco mil fotografias, de tudo. Depois de fotografar as construções, resolvi eternizar a moda macauense. Os adolescente se vestem de forma bem colorida. Cabelos modernos, de cores diversas. É estranho, a primeira vista, ver um chinês loiro, depois fica normal, porque é bastante comum ver esse estilo por aqui, e pelo visto por toda a China.
O que mais tem me incomodado é o calor. É quente demais. Abafado. Em todos os lugares tem condicionar de ar, mas é sair dos carros, casas, universidade e encarar um calor infernal. Achoi até que me senti um pouco mal hoje por conta da temperatura. Se chove não refresca. À noite, não refresca. O dia inteiro estamos sob a mira de algum ar condicionado.
*Amanda está hospedada em Macau.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hong Kong in e out (texto)

Hoje, descobrimos 2 Hong Kong bem diferentes (é possível que existam tantas outras versões, numa proporção infinita, filtrada por cada um que esteja na cidade): uma completamemte desinteressante, cheia de prédios altíssimos, com um céu totalmente tomado por uma nuvem de poluição, repleta de turistas e virada num shopping center. Odiamos essa versão futurista. Hi-tec.
A outra, uma versão tb moderna, mas uma modernidade menos templo do consumo desmedido. Aquela, uma versão de flores de plástico em vasos gigantescos, com escadas rolantes que nos levavam para lugar algum, golfinhos coloridos enfeitando as paisagens e tantas quinquilharias que me lembravam Ciudad del Este.
Esta, rodeada por construções antigas numa versão agradável aos olhos, bares, restaurantes pequenos, um clima descontraído de fim de tarde depois do trabalho. Ficamos encantados com esta outra versão, ainda que no mesmo calor infernal, com o mesmo cinza ocupando o céu. Sentamos para uma cerveja e batemos um longo papo. Rimos, tiramos fotografias.
Não levamos fé quando no Guia encontramos a informação sobre o Escalator (achamos que pudesse ser alguma criação das Organizações Tabajaras): uma ladeira que se sobe por escadas rolantes. Essas escadas nos levaram a diversas ruas repletas do que fazer: lojas de artes, livrarias, cdteca, confecções de jovens estilistas etc.
Além disso, descobrimos no Centro Velho, uma infinidade de lojas vendendo especiarias exóticas (chifre, rabo, pata, pênis de veado, morcego, cavalo marinho desidratados, lagartas de diversos tipos, cogumelos de todas as cores e tamanhos, peixes vivos, carangueijos, ostras e tantas outras coisas que só na conchinChina se encontram).
Outro dia, quando eu postar as fotos, vocês poderão ver e comprovar se eram ou não estranhas aos nossos ocidentais olhos.

domingo, 28 de agosto de 2011

Se não a maior, muito perto disso (texto)

Não sei se a maior aventura da minha vida, mas com certeza uma das. Cheguei em Hong Kong e para pegar a minha mala precisei passar pela imigração. Eu não devia fazer isso, mas achei que com a mala nas mãos reencontraria o caminho que eu devia ter seguido.
Não foi o que aconteceu. Não me deixaram retornar e tive que me vira com um inglês que deixaria qualquer chinês envergonhado.
Procurei o setor de informação e disse que precisava pegar a barca para Macau.
Fiquei, mais ou menos, meia hora de um lado para o outro sem saber ao certo o que fazer.
Uma luz: trocar euro pela moeda local para comer, hotel, se fosse preciso, táxi para chegar em algum lugar.
O combinado era não passar pela imigração porque não era necessário já que meu destino era Macau. Além disso, duas amigas me aguardavam para que eu não me perdesse. Não tinha retorno. Eu teria que me virar sozinho.
Meu telefone não tem sinal, não há internet disponível e um desespero, que é sempre ruim, me tomando o racional.
Tentei um pouco mais e encontrei uma rede livre. Me conectei e eis que recebo um e-mail de um amigo que já sabia do meu drama. Além disso, consigo via Viber falar com uma de minhas amigas.
Fico mais tranquilo, mas de qualquer forma eu precisava sair de Hong Kong e chegar em Macau.
Com as anotações em mandarin da moça que trabalha no aeroporto no setor de informação, me dirijo para o táxi. O rapaz que me conduz não me entende, a senhora que me coloca dentro do táxi conversa qualquer coisa com o motorista e estamos a caminho de algum lugar. O desespero é tanto que não percebo a cidade, apenas os 30min que me pareceram uma eternidade.
Começo a ficar desconfiado de que alguma coisa está errada. Tento uma conversa com o motorista, mas compreendo muito pouco do que ele me diz.
Finalmente, ele me fala em chinglês que está me levando para o único lugar de onde se sai para Macau. Frisa muito o "único" lugar.
Fui ficando mais tranquilo, ficando, veja bem...
Minha neura era tão somente saber se o dinheiro trocado daria para o as despesas que viriam: táxi, barca, táxi.
Embarquei, depois do que me pareceu uma eternidade, para Macau, passei outra vez pela imigração e NA-DA de falante de português.
Fui outra vez à informação e mostrei o endereço do meu amigo, uma menina reescreveu "aquilo" num papel, me levou até um táxi e o motorista me troxe pra cá.
Claro que não tinha ninguém em casa, estavam loucos atrás de mim. Uma hora depois eles apareceram e me senti, nesse instante, salvo.

sábado, 27 de agosto de 2011

Sentido Hong Kong (texto)

Estou a caminho de Hong Kong, perdido, sozinho num aeroporto em Londres. Meu inglês não dá sequer para pedir licença, dizer que a cidade é linda ou que ao chegar em Hong Kong vou para Macau. Mas aquele velho ditado "quem tem boca vai a Roma" deslizou para "quem tem um amigo vai à China". Esse tá valendo.
No momento estou sozinho, fiz o check in e aguardo o voo. Não faço ideia sobre o que me espera quase do outro lado do mundo, mas vou. Quer dizer, imagino sim, duas amigas. E por falar em amigos, acabo de encontra uma que tb vai para o mesmo congresso. Mundo pequeno. Mundo pequeniníssimo, acabo de encontrar mais uma.
Este post não tem foto (coloco assim que estiver numa internet que eu não precise digitar com apenas um dedo), ele apenas aponda uma direção.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Meu coração e meus olhos (texto)

Depois de uma viagem de 12h na classe econômica, finalmente, cheguei em Londres. Completamente podre, com as pernas arrebentando as meias de alta compressão e a cabeça doendo. Depois de uma hora para sair do avião, vamos em direção à imigração.
Não entendo todas as palavras que a mim são dirigidas pelo simpático senhor que examina o meu passaporte. Ele torna a me perguntar e somando as palavras que eu conheço, percebo que ele quer saber por quanto tempo ficarei por aqui. Não sei o que responder, mas saco da minha pasta um texto pronto que lhe informa tudo sobre a minha viagem: um dia em Londres, mas a caminho da China.
Ele me pede agora para ver o bilhete, as reservas...mostro tudo e pronto, recebo o visto por seis meses.
Antes de eu ir embora ele percebe que saí de Foz do Iguaçu e me pergunta se fica no Amazonas. Além de ri, tento explicar que Foz e Amazonas de comum apenas o mesmo gentílico: todos brasileiros, mas separados por quilômetros, muitos quilômetros de rios, mares, florestas, cataratas de distância. Ele finge que me entende, agradeço e descubro Londres.
A cidade é linda demais, mesmo sob a chuva intensa e um trânsito que faz São Paulo parecer Cascavel. Os prédios são baixos, as ruas floridas e estreitas, muitos ciclistas e vezinquando uma paisagem conhecida se descortina diante dos meus olhos. Fiquei em silêncio observando tudo, nem ouvia o que as amigas me perguntavam, apenas olhava a cidade, as pessoas.
Depois de duas horas, chego na casa dos meus amigos que me hospedam. Uma breve comunicação e quero sair para comer porque a última refeição honesta que fiz foi na quarta-feira à noite. Continuo cansado, mas depois de um banho quente e alimentado consigo escrever um pouco.
Meu coração ficou no Brasil, mas meus olhos me acompanham por cada ruazinha que atravesso. Amanhã, se deus quiser, tem mais.

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...