domingo, 16 de dezembro de 2012

Esquenta!!!!

Que sou fã de Regina Casé, não é nenhuma novidade. Desde TV Pirata, passando pelo Programa Legal, Chico Anysio, as novelas, os outros programas humorísticos, o canal Futura (não nessa ordem, é claro!), enfim. 
Ela é uma marca registrada e por onde passa, onde põe a mão, se encontra um microfone aberto e tem algum tempo pra dizer alguma coisa, seja lá o que for, é sempre impactante, porque ela  (e não consigo imaginar que tudo aquilo não seja natural) tem carisma, tem o que dizer e, quando diz, faz diferença.
Faz tempo que estou querendo escrever aqui no blog um post sobre o Esquenta. Acho até que já escrevi alguma coisa quando da temporada passada, mas hoje, não me contive porque achei o programa exibido, agora à tarde, especial (16.12.2012).
Por mim, teríamos um Esquenta durante todas as estações, sem exceção, porque o programa faz diferença na TV aberta, na programação cultural. Ali encontramos informação compactada. Nem sei como ela consegue em tão pouco tempo trazer aquilo tudo, nos mostrar tanto. Ela mistura Maimi com Copacabana, Chiclete com Banana sem se perder, sem ser artificial, sem ser forçada.
Acho o programa a minha cara, ou seja, a cara de quem gosta de tudo-aqui-agora-ao-mesmo-tempo-junto-e-misturado. Gosto, demais, dessa embolada, dessa farofa, da favela no coração da zona sul, da zona sul na periferia, porque somos muito mais!!!
Gosto da menina bonita que tem o samba correndo nas veias, do surfista que curte um pagode, do funk que nos contamina, de todas as caras estampadas na Telinha da TV. Da Velha Guarda, do samba no pé, do sorriso Fafá-de-Belém, da salada e do churrasco, da piscina e da laje. Da maionese, da macorronese, enfim, de tudo aquilo que nos representa de alguma forma. Não somos tudo, mas somos alguma coisa nesse todo. O Esquete reflete e refrata quem somos, porque podemos ser isso: tudo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Da Série Contos Mínimos

Tudo o que eu tinha coube em uma mala pequena: dois pares de sapatos, algumas camisas, meias, dois livros: um de Caio Fernando Abreu e A Cinza das Horas
Fui levando saudades e alegrias. Fui embora sem me despedir, sem abraços, sem tristezas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Fortão da Paulista* (Marcelo Coelho)

Não é acaso que tantos ataques a homossexuais tenham acontecido várias vezes na avenida Paulista

O trânsito ali sempre é complicado, mas à noite, com as decorações natalinas, fico pensando se não seria o caso de interditar a avenida Paulista de uma vez.

Estando todos avisados que depois de certo horário só a circulação de pedestres é permitida, pelo menos diminuirá o número dos desesperados que, dentro do carro, esperavam chegar em tempo a seu destino, sem saber que a rua se tornou mais uma atração turística do que um meio racional de circulação.

O passeio pode ser simpático. Puseram árvores de luzinhas que fogem ao esquema habitual. Em vez de troncos com as lâmpadas chinesas enroladas em volta, surgiram espetos de tamanho médio, que durante o dia não se percebem muito, mas à noite se ganham o aspecto de magra e invernal vegetação iluminada.

Crianças pequenas tiram fotos com os pais, passadas as 23h. Adultos descansam sentados em parapeitos, a meio do longo trajeto. Andando por ali, tive sentimentos contraditórios.

Nunca passei o Natal fora do país, mas aquilo podia até ser parecido com Nova York, ou quem sabe Milwaukee. Estava tudo bem até eu ver três garotões de preto, cheios de tachinhas e pulseiras, sem o menor ar de admiração pelos trenós e presépios em volta.

Sosseguei ao ver que havia um carro de polícia estacionado logo ali. Pensei melhor, identificando os garotos mais com alguma vertente punk do que com neonazistas ou assassinos de homossexuais.

Bem à minha frente, dois jovens japoneses pareciam tomar conhecimento com a Paulista pela primeira vez, e temi pelo que pudesse acontecer com eles.

Algo está certamente errado com um lugar onde, ao mesmo tempo, crianças pequenas apontam para imagens de Papai Noel e homossexuais podem ser espancados e mortos à vista de todo mundo -das crianças inclusive.

Certamente, ataques aos gays existem em qualquer parte da cidade, mas não é casual que episódios desse tipo tenham acontecido várias vezes na avenida Paulista.

Provavelmente, o homofóbico faz questão de tornar especialmente pública a sua ação. Viu que na Paulista, na passeata do orgulho gay, existem muito mais membros dessa tribo do que ele próprio pensava.

O poder de centenas de milhares de gays o intimida. Se existem tantos, que será de mim? É claro que, lá no fundo, ele pensa: "quando chegará a minha vez?".

Pois bem, passado o trauma da multidão, ele gostaria que a avenida voltasse ao normal. Um dia de tolerância aos gays não quer dizer que no resto do tempo a homossexualidade esteja permitida.

É como o machão que, certa vez na infância, no campinho de futebol, bem, você sabe... Mas ele é totalmente heterossexual, claro.

Dizem os alemães que uma vez é igual a vez nenhuma: "einmal ist keinmal". Certo, um dia por ano admite-se a festa do orgulho gay. Cabe ao homofóbico destruir, então, qualquer vestígio do que aconteceu.

Não inovo ao dizer que o fortão da avenida Paulista quer destruir, acima de tudo, o seu próprio medo de ter desejos homossexuais. Procura ingerir a heterossexualidade junto com os anabolizantes.

Deveria pensar que a heterossexualidade, como a dimensão dos músculos, é uma questão de grau.

Um dos sujeitos mais heterossexuais que conheci considerava que, depois dos 40 anos, ter barriga é desejável. Mais do que isso, a ausência de barriga chegava a lhe parecer um bocado suspeita.

Há quem vá além. Soube de um cidadão que, mesmo nos transes da adolescência, nunca teve interesse em se masturbar. "Meu negócio é mulher", dizia ele. E o onanismo, pensando bem, não deixa de ser uma forma de obter prazer com alguém do mesmo sexo.

Que dizer, ademais, de um homem que faz questão de sair com mulheres bonitas? É o que quer a maioria; enquanto isso, muitas mulheres não ligam para a feiura dos companheiros.

Concluo que as mulheres, provavelmente, são mais heterossexuais do que os homens -tão ligados, afinal, em frescuras estéticas, enjoamentos, exigências e minúcias.

Como é que aquele gay, pensa o homofóbico da Paulista, pode ser mais bonito do que eu? Surge o impulso agressivo. Ele volta, depois, à academia de ginástica. O espelho, ali, reflete a sua imagem. Ele é a madrasta de Branca de Neve. Que as luzes do Natal não iluminem seu desfile pela Paulista. 

Folha de São Paulo - Ilustrada - 12 de dezembro de 2012

sábado, 8 de dezembro de 2012

Não dá para insistir com o tempo, ele tem as seus meios, suas regras e organização para sair de onde está e chegar em outro lugar, estou me referindo, é claro, aos dias que "não passam".
Todos os dias, assim que acordo, penso no tanto que falta para as férias chegarem: são 13 dias para eu estar, finalmente, no Rio e não pensar, pelo menos por uns dias, em trabalho.
Como eu disse em um post anterior, fico por aqui, me organizando de forma que eu elimine, a cada dia, o que falta fazer.
Dia desses, eu descobri que me enfiaram e mais uma atividade no dia 17 de dezembro. Será possível isso?! Não bastasse tudo que eu preciso finalizar, ainda tem um teste seletivo pra encarar. Tudo pela universidade, aff.
Amanhã, a segunda etapa do vestibular. Segunda, uma banca de mestrado pela manhã e à tarde reunião na Pró-Reitoria, terça-feira, atividades internas na universidade, quarta, espero finalizar uma prova para um concurso externo, quinta, uma viagem curta e e sábado de volta a Cascavel. Segunda-feira, 17, o tal teste seletivo e, depois disso, me organizar para a viagem de férias (espero que não inventem nada mais para fazer).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alguma coisa (texto)

Comprei o CD duplo de Maria Rita, Redescobrir. É uma homenagem à Elis Regina, sua mãe. Mas não vou escrever sobre o CD. Não pelo menos agora, quem sabe num outro post.
Ele, o CD,  me lembra a minha mãe e por isso ando um pouco triste. Bateu uma saudade daquelas!!!
Além disso, fim de ano, natal, viagem para o Rio, aniversário dela se aproximando, meu aniversário bem perto, tudo isso reforça a sua ausência. Hoje à noite, quase agora, meu padrasto me ligou, e outra vez senti aquela sensação de que "alguma coisa" tinha acontecido. Ele nunca me liga à noite. Nunca. E aí quando tocou, inda mais o celular, já fiquei tenso, mas não era "alguma coisa", era apenas para saber quando eu chegava no Rio. Ufa!!!
O que eu queria mesmo para esses dias era ter a certeza de que consegui finalizar todas as atividades do ano, mas a impressão que eu tenho é que mesmo depois do fim do mundo, previsto para o próximo dia 21, eu tenha ainda um bônus de atividades para concluir.
Pior disso tudo é que tenho certeza, porque para concluir o meu trabalho eu preciso do trabalho dos outros (aquela antiga fórmular continua valendo: se eu não entrego no dia combinado, vc não entrega no dia combinado e o dia combinado fica descombinado), que não vou fechar o ano como eu gostaria, ou seja, com tempo suficiente para pensar na viagem de fim de ano. Bem, não vou sofrer antecipadamente.
Hoje estou com um cansaço de outra vida. Acordei cedo, apliquei a prova de Exame, corrigi, fechei os diários (minto, ainda restam as faltas) e agora à tarde me concentrei em outras atividades.
Estou usando um calendário da seguinte forma, a cada dia excluo um dia com base nas atividades finalizadas. Estou ainda no dia 1º de dezembro.
Bem, como o tempo do trabalho não é o mesmo tempo da vida real, espero conseguir, por esses dias, fazer com que eles se encontrem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quase lá... (texto)

Fim de ano é realmente um período cheio de atividades que devem ser concluídas. Não há uma alma (as vivas, pelo menos) que eu encontre e que eu pergunte sobre as férias que não me diz estar ainda até o pescoço de relatórios, provas, diários, notas, exames, para fechar.
Eu, por dia, revejo o que está faltando para fechar o ano acadêmico: 3 diários, a segunda fase do vestibular, um concurso externo, são essas as atividades que preciso dar conta até o dia 21 de dezembro.
Hoje, por exemplo, fechei as faltas e presenças, inseri as notas dos 4 bimestres (nos diários), enviei ao colegiado o pedido de 2 monitorias para o próximo ano, conversei rapidinho com a minha coordenadora sobre a viagem a Portugal em fevereiro. Antes de sair da univ. a Pró-reitora me chamou para um pequeno papo sobre um possível vestibular(zinho) para o próximo ano (já me arrepiei).
Ah, tem ainda uma defesa de mestrado na próxima segunda-feira (vamos lá, Luiz!!!).
E assim vou até sabe deus quando.
Tá tão corrido que mal tenho tido tempo de passar aqui. Fiquei pensando que aquela proposta de escrever por prazer foi deixada de lado em virtude do cansaço. Quem tem alguma ideia com a agenda tão cheia de compromissos?
Achei de verdade que a ida para Santa Maria fosse o meu último compromisso... na verdade, Santa Maria foi o último prazer do ano (por enquanto), em termos profissionais.
Blz. Vamos em frente!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cobras, e os lagartos?







O fotógrafo e amante das serpentes Guido Mocafico resolveu fotografar esses animais fascinantes de uma perspectiva diferente. Ele coloca os animais numa caixa retangular e tira a foto e cima, gerando um resultado geométrico muito interessante, e nos permitindo observar os detalhes desses seres incríveis e mortais.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Veja que lixo! (Jean Wyllys)


Eu havia prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação de Veja, José Roberto Guzzo, para não ampliar a voz dos imbecis. Mas foram tantos os pedidos, tão sinceros, tão sentidos, que eu dominei meu asco e decidi responder.
A coluna publicada na edição desta semana do libelo da editora Abril — e que trata sobre o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais — é um monumento à ignorância, ao mau gosto e ao preconceito.
Logo no início, Guzzo usa o termo “homossexualismo” e se refere à nossa orientação sexual como “estilo de vida gay”. Com relação ao primeiro, é necessário esclarecer que as orientações sexuais (seja você hétero, lésbica, gay ou bi) não são tendências ideológicas ou políticas nem doenças, de modo que não tem “ismo” nenhum. São orientações da sexualidade, por isso se fala em “homossexualidade”, “heterossexualidade” e “bissexualidade”. Não é uma opção, como alguns acreditam por falta de informação: ninguém escolhe ser homo, hétero ou bi.
O uso do sufixo “ismo”, por Guzzo, é, portanto, proposital: os homofóbicos o empregam para associar a homossexualidade à ideia de algo que pode passar de uns a outros – “contagioso” como uma doença – ou para reforçar o equívoco de que se trata de uma “opção” de vida ou de pensamento da qual se pode fazer proselitismo.
Não se trata de burrice da parte do colunista portanto, mas de má fé. Se fosse só burrice, bastaria informar a Guzzo que a orientação sexual é constitutiva da subjetividade de cada um/a e que esta não muda (Gosta-se de homem ou de mulher desde sempre e se continua gostando); e que não há um “estilo de vida gay” da mesma maneira que não há um “estilo de vida hétero”.
A má fé conjugada de desonestidade intelectual não permitiu ao colunista sequer ponderar que heterossexuais e homossexuais partilham alguns estilos de vida que nada têm a ver com suas orientações sexuais! Aliás, esse deslize lógico só não é mais constrangedor do que sua afirmação de que não se pode falar em comunidade gay e que o movimento gay não existe porque os homossexuais são distintos. E o movimento negro? E o movimento de mulheres? Todos os negros e todas as mulheres são iguais, fabricados em série?
A comunidade LGBT existe em sua dispersão, composta de indivíduos que são diferentes entre si, que têm diferentes caracteres físicos, estilos de vida, ideias, convicções religiosas ou políticas, ocupações, profissões, aspirações na vida, times de futebol e preferências artísticas, mas que partilham um sentimento de pertencer a um grupo cuja base de identificação é ser vítima da injúria, da difamação e da negação de direitos! Negar que haja uma comunidade LGBT é ignorar os fatos ou a inscrição das relações afetivas, culturais, econômicas e políticas dos LGBTs nas topografias das cidades. Mesmo com nossas diferenças, partilhamos um sentimento de identificação que se materializa em espaços e representações comuns a todos. E é desse sentimento que nasce, em muitos (mas não em todas e todos, infelizmente) a vontade de agir politicamente em nome do coletivo; é dele que nasce o movimento LGBT. O movimento negro — também oriundo de uma comunidade dispersa que, ao mesmo tempo, partilha um sentimento de pertença — existe pela mesma razão que o movimento LGBT: porque há preconceitos a serem derrubados, injustiças e violências específicas contra as quais lutar e direitos a conquistar.
A luta do movimento LGBT pelo casamento civil igualitário é semelhante à que os negros tiveram que travar nos EUA para derrubar a interdição do casamento interracial, proibido até meados do século XX. E essa proibição era justificada com argumentos muito semelhantes aos que Guzzo usa contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Afirma o colunista de Veja que nós os e as homossexuais queremos “ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos”, e pouco depois ele coloca como exemplo a luta pelo casamento civil igualitário. Ora, quando nós, gays e lésbicas, lutamos pelo direito ao casamento civil, o que estamos reclamando é, justamente, não sermos mais tratados como uma categoria diferente de cidadãos, mas igual aos outros cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos, nem mais nem menos. É tão simples! Guzzo diz que “o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa”. Ora, mas é a lei que queremos mudar! Por lei, a escravidão de negros foi legal e o voto feminino foi proibido. Mas, felizmente, a sociedade avança e as leis mudam. O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é legal em muitos países onde antes não era. E vamos conquistar também no Brasil!
Os argumentos de Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do reacionarismo da revista. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra, o tipo de relação que é possível ter com um cabra — como Riobaldo, o cabra macho que se apaixonou por Diadorim, que ele julgava ser um homem, no romance monumental de Guimarães Rosa. O que ele, Guzzo, chama de “relacionamento” com sua cabra é uma fantasia, pois falta o intersubjetivo, a reciprocidade que, no amor e no sexo, só é possível com outro ser humano adulto: duvido que a cabra dele entenda o que ele porventura faz com ela como um “relacionamento”.
Guzzo também argumenta que “se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for”. Bom, nós, os gays e lésbicas, somos como o espinafre ou como as cabras. Esse é o nível do debate que a Veja propõe aos seus leitores.
Não, senhor Guzzo, a lei não pode obrigar ninguém a “gostar” de gays, lésbicas, negros, judeus, nordestinos, travestis, imigrantes ou cristãos. E ninguém propõe que essa obrigação exista. Pode-se gostar ou não gostar de quem quiser na sua intimidade (De cabra, inclusive, caro Guzzo, por mais estranho que seu gosto me pareça!). Mas não se pode injuriar, ofender, agredir, exercer violência, privar de direitos. É disso que se trata.
O colunista, em sua desonestidade intelectual, também apela para uma comparação descabida: “Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas, num país onde se cometem 50000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays; é a violência contra todos”. O que Guzzo não diz, de propósito (porque se trata de enganar os incautos), é que esses 300 homossexuais foram assassinados por sua orientação sexual! Essas estatísticas não incluem os gays mortos em assaltos, tiroteios, sequestros, acidentes de carro ou pela violência do tráfico, das milícias ou da polícia.
As estatísticas se referem aos LGBTs assassinados exclusivamente por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero! Negar isso é o mesmo que negar a violência racista que só se abate sobre pessoas de pele preta, como as humilhações em operações policiais, os “convites” a se dirigirem a elevadores de serviço e as mortes em “autos de resistência”.
Qual seria a reação de todas e todos nós se Veja tivesse publicado uma coluna em que comparasse negros e negras com cabras e judeus com espinafre? Eu não espero pelo dia em que os homens e mulheres  concordem, mas tenho esperança de que esteja cada vez mais perto o dia em que as pessoas lerão colunas como a de Guzzo e dirão “veja que lixo!”.
Jean Wyllys
Deputado Federal (PSOL-RJ)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Brasil Pandeiro (Assis Valente)


Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar
Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar
O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato
Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará.
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente
Num batuque de matar
Batucada, Batucada, reunir nossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Ô, ô, sambar, iêiê, sambar...
Queremos sambar, ioiô, queremos sambar, iaiá

domingo, 28 de outubro de 2012

Eduardo Galeano

A Igreja diz: o corpo é uma culpa. A Ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. E o corpo diz: eu sou uma festa.

Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...