segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mas que era curiosa, era sim

Hoje, vi uma cena cada vez mais comum entre algumas faixas etárias: as redes sociais são mais importantes do que a interação real entre os membros dessas comunidades virtuais. 
O virtual é mais urgente do que o que se passa a volta, mais real do que a própria realidade. O que se vê não desperta nenhum interesse, a não ser se for para postar imediatamente nas redes. 
Fiquei pensando ao ver a cena e fotografá-la se eles não estariam interagindo via smartphones, uma forma muito mais produtiva, diga-se de passagem, porque, pensei eu (me divertindo com o pensamento), digita-se muito mais rápido do que se pode falar, além de ser muito mais agradável digitar num aparelho que cabe na mão, do que articular sons, respiração, ideias, sentidos etc.
Brincadeiras à parte, a cena me chamou a atenção justamente porque eles estavam muito atentos ao que se passava no smartphone e nada atentos ao que se passava em volta deles.
Essa fotografia foi tirada na Rua do Comércio, local de muito movimento (talvez se possa ver o movimento no reflexo na vitrine), grande circulação de pessoas de grande parte do mundo, além, é claro, do que se pode ver nessa rua: construções históricas, pessoas de todos os tipos, artistas de rua.
Não que eles já não pudessem ter prestado atenção a sua volta, não que esta cena, fotografada por mim, não fosse apenas um milésimo de segundo de todo o tempo que eles passaram ali, mas que era curiosa, ah, isso era.
Acabei de me tocar que eu tb estava com o smartphone em punho, pronto para sacar uma imagem e postá-la nas redes sociais.

domingo, 29 de setembro de 2013

Pra pensar

Milhões de pessoas que sonham com a imortalidade não sabem seque o que fazer numa tarde chuvosa de domingo. Susan Ertz

Se chover, melhor nem acordar

Lisboa não combina com chuva assim como o Rio de Janeiro. Ambas as cidades são feitas para que vc vá para a rua, saia para caminhar, curta o dia e tb a noite.
Meu primeiro final de semana debaixo d'água. Saí para almoçar em um shopping (ainda que eu deteste fazer isso), mas nessas circunstâncias, tempo chuvoso, não restava outra alternativa senão enfrentar lojas, pessoas, comidas plastificadas, crionças etc.
Certamente, não foi o melhor domingo da minha vida, mas diante de toda a vida, nem dá mesmo para reclamar.
Acabei de chegar em casa. Apenas os cabelos não molharam (e para quem me conhece isso não é nenhuma vantagem). O bom foi comprar um chapéu de chuva (isso mesmo: chapéu de chuva, é assim que se diz por aqui) já que, pelo visto, tão cedo o tempo não muda. Bom domingo para quem acabou de almoçar ou como eu se prepara para jantar.

sábado, 28 de setembro de 2013

Se não fizer o comentário certo, a resposta te deixa sem ação

Não é fácil viver a cultura do outro, fácil é falar dela. Fácil é dizer que é nossa a obrigação de compreendê-la etc. etc. etc. Mas na hora H...
Aqui, em Portugal, Lisboa, tenho certas dificuldades na interação. E olha que não sabia disso, e olha tb que me julgava bastante resolvido nessas questões. Bem, acho melhor explicar o que chamo de "interação". Sabe quando vc entra num restaurante e quer puxar uma conversa com o garçon só para entender melhor o funcionamento das coisas? É isso, aquela conversa sem profundidade, que começa, no Brasil, sobre o bom ou mal tempo, sobre o frio ou sobre o calor e que daí vc engata outros assuntos.
Aqui isso não funciona da mesma maneira. E ainda não descobri qual é a maneira portuguesa de se iniciar uma conversa.
Dia desses, num restaurante, perguntei se a comida seria suficiente para a mim. _Será que esse prato é suficiente? Eis que ouço: _ Não sei o tamanho da sua fome!
Ou ainda, "acho que vou a tal lugar", disse eu para uma moça que estava me atendendo na univ. E ela me responde, "acho bom!"
Bem, por hoje, é isso.

Finalmente, aliás, no entanto

Finalmente, depois de tanta reclamação o blog volta a funcionar. Faz dias, tento, sem sucesso, entrar aqui, e ainda, faz dias tento reaver via google e via globo.com administrar essa página. Nem uma e nem outra deram qualquer bola para a minha irritação.
As páginas de reclamação do google não funcionam. Vc envia uma solicitação e eles, sejam lá quem sejam eles, sequer respondem.   Ainda que tenham uma canal para reclamação, uma página para o cliente postar perguntas: tudo falso, ou, pelo menos, sem efeito, o que dá no mesmo.
Os/as atendentes da Globo.com não sabem o que estão fazendo por ali, fingem boa vontade, demoram demais para uma resposta, e, como não resolvem nada, desligam a conexão. E aí, todo mundo já sabe como é: começar outra vez, explicando todos os detalhes, enviando todos os protocolos de atendimento. Um saco e meio cheio. Aliás, sem saco nenhum para isso.
Mas o que vale, de verdade, é pode escrever, ainda que eu tenha perdido esses dias com as reclamações e não tenha seguido o conselho do Alexandre (Zanella), para ir escrevendo e guardando os textos na esperança de que um dia o blog voltasse. Ainda que os textos não tenham sido escritos, eles estão guardados em algum lugar a espera de uma luz para seguir em frente.
Vou com calma.
A foto acima foi tirada em Coimbra, depois da visita a minha supervisora de pós-doc (o que dá um post).

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar...

Já falei, na postagem anterior, sobre a eficiência de alguns serviços aqui em Portugal, ops, aqui em Lisboa. Mas hoje me dei conta de que não se vive apenas disso, ou, só disso.
Lisboa, sem dúvida, é uma linda cidade, e moro numa zona de fácil acesso aos bairros que me interessam, aos lugares aonde preciso ir para fazer o meu trabalho.
Por aqui, assim como no Rio de Janeiro, as pessoas têm animais em casa. E tb como no Rio ou em qualquer outro lugar, acredito, precisam ir às ruas para passear com os seus pets para que eles possam se exercitar, fazer as necessidades etc. E o fazem com frequência. Hoje, enquanto eu resolvia questões de banco, percebi que haviam muitos cachorros e seus donos a passear pelas ruas. No entanto, tb percebi que os cachorros fazem as suas necessidades em todos os lugares e o que fazem ficam ali sem que seus donos se preocupem, sem que seus donos limpem os feitos de seus cães.
Existem praças lindas repletas de cocô de cachorro, existem espaços entre prédios que é impossível circular por conta da quantidade de bosta canina. Fiquei bastante surpreso com essa despreocupação portuguesa.
Aos poucos vamos percebendo como a cidade funciona. Amanhã quero escrever sobre o (mal) humor que é muito comum por aqui.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Em Potugal

Bem, cheguei faz 4 dias. Nesse pouco tempo deu para ter uma ideia de como funciona Lisboa. E, sinceramente, estou gostando muito do que tenho visto. Os serviços têm funcionado bem. Em dois dias, consegui fazer o NIF (Número de Identificação Fiscal) que me permite residir em Portugal, o passe para pagar o metro (metrô) com desconto e a conta corrente. Fui sempre bem tratado. De uma forma geral, os serviços são feitos com agilidade.
Tem coisa pior no Brasil do que as filas em bancos? Claro que tem. Aqui os bancos funcionam bem, sem filas e prestam serviços sem aquela sensação de que estão nos fazendo um favor.
Além disso, tenho comido bem. Tenho comigo, na verdade, muito bem. E a grande vantagem de Liboa, Portugal de uma forma geral, é a comida com um preço justo. Para quem gosta de frutos do mar, é um prato cheio.
Não vou falar hoje dos pontos turísticos da cidade. Isso fica para adiante. Até porque já postei, por aqui, quando de outras vindas ao país, fotos e comentários.
Por hoje é só.

domingo, 25 de agosto de 2013

O céu de Lisboa

Falta menos de um mês para eu me mudar. É claro que estou, quem me conhece sabe (e quem não conhece, fique sabendo), completamente ansioso com a viagem. Mais ainda com a possibilidade de estar em Lisboa por um ano. Sei que passa rapidinho, quando eu me der conta, estarei de volta.
Acho que estar por lá vai ser uma grande oportunidade para eu reativar o blog, que anda quetinho-calado-bocafechada que dá dó. Quem sabe não consigo com essa dose de novidade postar com aquela frequência de meses atrás. Faltou mesmo foi vontade para parar e escrever. E nos últimos meses, tempo em virtude de tanta coisa por fazer para conseguir viajar na data prevista.
Ainda faltam coisas, mas agora elas não dependem de mim. Pelo menos não as mais importantes.
Por exemplo, estou aqui as voltas com 6 trabalhos que serão apresentados nessa próxima semana. Aproveito alguns momentos de cansaço para copiar alguns CDs para a viagem. Me mudar e ficar sem MPB, não dá!!!
Sei que tudo está online, mas me dá uma angústia só de pensar que eu posso querer ouvir Elizeth Cardoso e não ter aquela música disponível. Não! Não dá pra correr esse risco. Melhor me prevenir. Dizem que um homem prevenido vale por 1,5.
Esta será a última semana na universidade. Será intensa, mas é a última para os próximos 365 dias.

domingo, 4 de agosto de 2013

Para não perder o hábito

É claro que cada vez que conto a minha história, reconto de uma maneira diferente porque estou, na recontagem, já em outro lugar. E é desse outro lugar que escrevo agora para refletir um pouco melhor sobre o que anda me incomodando (muito) nessas últimas semanas.
Estou me organizando para morar em Portugal por um ano. Diante disso, preciso deixar uma centena de trabalho, compromissos profissionais em dia, primeiro, porque, para que eu possa me afastar do trabalho, isso é uma condição; depois, porque, como tenho alunos que dependem do meu trabalho para organizarem as suas vidas, eu tb preciso finalizar esses compromissos já que existe um trato/respeito e é questão de educação para com a vida dos outros.
Eu podia iniciar essa post dizendo que não se fazem mais alunos como antigamente, mas aí eu não seria honesto comigo. Portanto, escrevo que não se fazem mais orientandos como antigamente. Aí acho que sou mais justo.
Pois bem, todos os meus orientandos sabiam que se eu ganhasse a bolsa para Portugal eu deveria viajar no início de setembro. É isso que pretendo fazer. Para eu viajar nesse período, tudo o que diz respeito à defesa, qualificação, finalização de texto etc. tem que estar pronto e acabado. O que isso quer dizer? Que todos eles deveriam se organizar também diante dessa possibilidade. Certo? Errado! Estou no meio do olho do furacão porque quase tudo foi deixado para última hora. Não tem nada que me deixe mais irritado (na verdade, tem sim) do que falta de compromisso com prazos.
Parece que eu estou fazendo um favor e não que os alunos têm obrigação de cumprir o combinado. Na verdade, não foi um acordo, foi A CONDIÇÃO para que trabalhássemos juntos. Ou era dessa maneira ou, simplesmente, não ia dar para ser.
Tenho passado os meus dias da semana e os finais de semana, com todos aqueles cem compromissos para fazer, tendo que ler/reler/ler outra vez/ler mais uma vez os textos dos alunos que:
 
1) não conseguem entender as anotações feitas em seu texto, porque não conseguem resolver os problemas que eles mesmos criam quando escrevem;
2) não entendem que um texto precisa de revisão e que eles não podem/devem fazer esse trabalho já que não conseguem ver mais o que escrevem;
3) não entendem que para escrever é preciso ler teoria. É preciso ler outros trabalhos prontos e defendidos para terem uma noção da organização do seu próprio trabalho;
4) não compreendem que algumas das referências bibliográficas que serão usadas para o seu trabalho estão nas referências desses trabalhos que devem ser lidos;
5) que existe um prazo institucional que deve ser cumprido e que esse prazo não tem nada a ver com o orientador, mas com o funcionamento da pós-graduação;
6) que e-mails do orientador devem ser respondidos e isso não é uma opção, mas uma das atribuições do orientando já que sem resposta a gente não consegue saber em que pé o trabalho se encontra.
7) que a formatação do texto e a correção ortográfica não é trabalho do orientador. Um texto deve minimamente trazer isso resolvido, caso contrário perde-se tempo com o que não é o mais importante.
 
Olha, ando tão de saco cheio dessa gente que a vontade é de dar o troco usando as mesmas armas. Ignorando todos os compromissos assumidos. E deixando cada um a sua própria sorte.
Mas acho mesmo, de verdade, que esse descompromisso é um critério para saber com quem estamos lidando...outros dias virão ... outras seleções acontecerão e estarei, se deus quiser, com essa lembrança viva para não esquecer na hora de lembrar. Ufa!!!

domingo, 23 de junho de 2013

Da Série Contos Mínimos

A impressão era a de que tudo era pela última vez: o café com leite, a música no rádio, a voz no telefone. Ficava horas pensando no que não mais poderia fazer. Sentia saudade. As vezes parecia acordar e mais adiante mergulhava profundamente no mesmo lago.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Da Série Contos Mínimos

Todos os dias, sem exceção, ele lutava contra um cansaço crônico. Nada mais lhe dava prazer, mas não tinha coragem de acabar com a própria vida.

Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...