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É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER.
FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
Dia 24de janeiro o blog completa nove anos. Nove anos sem sair de cima. Pensando bem, não é exatamente sem sair de cima, mas eu gosto de me promover. Altas e baixas são frequentes com tanta coisa para fazer além de poder escrever apenas por prazer. Em geral, a escrita é quase uma ordem...
E aquela escrita além de nos salvar precisa tb de respiração e nem sempre isso é possível uma vez que a arte de saber respirar demanda tempo e investimento.
De qualquer forma, fico feliz por esse projeto ainda está de pé. É por aqui que eu tb me divirto, experimento, escrevo sem censura. Obrigado se vc anda por aqui de vez em quando e curte alguma coisa. Abraços.
Não entendo crise de idade que não seja aos 29 anos. Ou acontece aos 29 ou é mentira. Todas as outras, caso alguém queira te convencer de sua existência, acredite, não é de verdade!
A crise dos 29 é legítima porque vc sabe, ou acredita que sabe, que no próximo ano não tem volta, chegam os trinta (vou escrever por extenso porque machuca menos) e pode durar uma eternidade. Talvez isso, essa longa duração, confunda as pessoas de que existam crises dos 40, dos 50, dos 60.
Ah, é bom deixar claro que não existem crises depois dos 60! Acredite. Ou a gente vive a nossa vida ou perde a oportunidade porque fica encalacrado num pensamento idiota. Aos 60 não se perde tempo com isso.
Trinta anos tb é uma bobagem. Mas aos 29 a gente não sabe disso. Parece que o caminho é sem volta. E é. Mas isso acontece a partir do primeiro aniversário. Claro que estou tentando aqui racionalizar aquilo que aos 29 não parece possível de se fazer.
29 é um rio caudaloso. Com uma margem muito distante da outra. Água fria num dia nublado. Sem nenhuma possibilidade de ajuda para atravessá-lo. E a gente precisa percorrer essa distância sozinho. O problema maior é que isso dura exatos 365 dias (às vezes, 366), mas com a sensação de uma eternidade. Mas passa. O que é um ano diante de tudo o que a gente precisa fazer/viver? Nada. Estranho mesmo é se dá conta de que perdeu um tempo importante da vida com uma bobagem dessa.
As distâncias são medidas pela velocidade da sua internet e pela sua disposição de enviar ou não uma mensagem.
Num segundo chego aonde eu quiser, sem sair do lugar. Não é preciso me descolar de onde estou.
Nem preciso parar para escrever, com um comando de voz abro um app e dito a mensagem, em seguida, com outro comando, posso publicar nesta ou naquela rede, ou em ambas, se achar melhor.
Pronto. Missão cumprida. Os pêsames foram parar aonde deviam, os parabéns alegraram mais um aniversariante ou aquele que conquistou alguma coisa ou alguém.
E eu me conectei de verdade com o outro que através de um app leu/ouviu o que enviei com um comando de voz.
Devia ser, no mínimo, angustiante viver daquele jeito: viver sob as marquises. Não ter para onde voltar e contar apenas com a sorte do dia. Nele apenas um olhar indiferente. Não fazia nenhuma diferença se era segunda ou sábado, dia ou noite, véspera de natal ou o dia do seu aniversário. Ele era um bloco de cimento armado.
Irrompe porta adentro, senhor de si, um personagem de uma história. Aos berros, pergunta o porquê dele sofrer tanto ao longo de sua jornada ficcional. Eu, pego de surpresa, digo apenas que, algumas vezes, o personagem tem responsabilidades sobre o destino. Ao longo de uma narrativa, assim como na não-ficção, nem sempre o autor controla o próximo passo.
A gente devia, porque se assim não fosse, seria uma outra vida (a que a gente não tem), imaginar todos os dias que hoje poderia ser o último dia. E às vezes é.
Eu jamais deixei de dizer à Monica o quanto eu a amava. O quanto eu sentia sua falta. O quanto eu me sentia bem em sua companhia.
Nossas vidas se cruzaram num barco rumo à Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e nunca mais nos largamos. Foi sim ... amor à primeira vista. Não foi à toa que os nossos olhares se esbarraram e que nos aproximamos no meio do mar.
Dona de um sorriso largo, de um abraço apertado e quente, de gestos generosos.
Me salvou à vida. Eu desesperado, ela me acalmou com um caminho: fácil, à mão, mas que precisava de ser apontado.
Já trocamos batidas de coração vendo a lua (a milhas e milhas de distância). A lua era um caminho que nos aproximava.
Tantas músicas ouvimos juntos. Tantas dedicamos ao outro. Tantos papos batemos. Tantas poesias lemos. Tantas risadas, daquelas de dar dor na barriga e de doer as bochechas, compartilhamos. Se nos encontrávamos, era abraços e braços para todos os lados. Não havia rosto suficiente para tantos beijos e nem olhar bastante para o tanto que queríamos dizer. Dizíamos muito pelo assim.
Hoje, recebo a notícia de que vc morreu. Mas vc é uma nuvem e nuvens não morrem. Nuvens passam. Nuvens se transformam, às vezes em chuva, às vezes em bichinhos estranhos para tornarem-se nuvens outra vez.
Saudades vou sentir sempre, porque é este o sentimento que sempre tenho por vc. Você é uma grande amiga, daquelas que moram no lado esquerdo do peito. Pra sempre.
Lendo o texto do Pondé, publicado hoje, 13 de novembro na Folha de São Paulo, "iGen: Jovens em agonia", que fala da geração i, “i” de Iphone, fiquei pensando um pouco mais sobre eles, esses jovens, incapazes de estar em sala de aula longe de seus aparelhos encantados.
O que tem me chamado mais atenção é a forma como ficam tensos, agressivos, irritados, insatisfeitos se são contrariados. A maior parte não tá preparada para ouvir nada que não seja elogio. Não sabem lidar com a frustração. Mesmo as pequenas.
Uma boa parte não aceita de forma alguma que o professor diga que aquela hora é o momento de prestar atenção à explicação (estranho ter que dizer isso!). Agem como se nos fizessem um favor.
“Nada de celular, queridas e queridos, agora olhem para mim (nem precisa me ouvir, mas guardem seus aparelhos!”, diz um professor imaginário, calmo, cheio de paciência.
E eu pergunto: Os celulares não deveriam estar dentro das mochilas e desligados? E aviso: Guarde o celular!
“Cuidado, professor, com o que você diz!” É o que está escrito nas suas caras!
Eles ATÉ te respeitam (a universidade é mesmo uma ilha. Já ouvi história de aluno que soca o professor nessas horas), mas em seguida te olham como se dissessem: “Guardei não porque você mandou, mas porque eu quis, porque, se você não sabe, meu caro, eu posso, eu devo fazer exatamente apenas o que me agrada. Qual é o problema de eu usar o celular enquanto você se esgoela em sala de aula? Venha me tomar?! Te processo! Que cara chato e impertinente!” (nos olham assim!).
Uma parte desconhece a palavra “não”. A impressão que tenho, algumas vezes, é a de que os pais/responsáveis se livraram da obrigação da educação. Eles não dizem “não” para os filhos e quem é o professor para tamanha afronta?
Pode parecer que estou com raiva dos alunos, né não? Não estou. Fico apenas pensando o que tô fazendo ali. Por que me preocupar se estão ouvindo música, conversando, mandando mensagens, passeando nas redes sociais ou dormindo? Uma parte é porque isso me atrapalha (e eles não entenderam, mesmo na universidade, que dar aula é um trabalho e que ser professor é uma profissão), me desconcentra. E outra parte é a incapacidade d’eu compreender o porquê deles não conseguirem se concentrar por vinte, trinta minutos (com intervalos para piadas e gracinhas).
E olha que tenho com a maior parte dos meus alunos uma relação de amizade, de respeito e de admiração, mas tem hora que...a minha vontade é a de juntar as minhas coisas, passar na coordenação e avisar que não entro mais naquela sala. Mas me lembro que é o meu trabalho.
A salvação é que isso não é uma regra. Há também aqueles que são educadíssmos, generosos, divertidos, e, sobretudo, boas pessoas. Não que aqueles não sejam tudo isso. São também. Precisam apenas entender que a sala de aula não é a sala de casa nem sua extensão, ainda que em muitos momentos elas se assemelhem.
Me senti como uma criança que busca o rosto da mãe em meio a tantas outras mães numa apresentação na escola. Mas ela não estava. Preciso me virar com o que tenho dela por aqui.