sábado, 31 de dezembro de 2011

E vc, o que faria?

Como sonhar não custa quase nada, fiquei pensando o que eu faria caso ganhasse os 170 milhões na Mega-Sena da Virada, Primeiro, eu iria me inteirar sobre o que realmente significa ganhar 170 milhões. Depois, saber quantos campos de futebol eu poderia comprar com essa quantia: aqui é o país do futebol e todas as medidas são a partir da metragem de onde se joga bola (foram mais de 30 campos de futebol desmatados, área corresponde a 60 campos de futebol etc., só para se ter uma ideia do quanto somos bombardeados com essas proporções.). Em seguida, eu ia enlouquecer por uns 3 dias só de pensar que não teria mais nenhuma preocupação (pelo menos pelos próximos 5 anos) com grana, na verdade com falta de grana.
Aí, casava e me mudava. Comprava uma peruca (cabelo natural). Nunca mais seria careca, pelo menos não em público. Ah, comprava tb uns dois carros (não aguento mais tanta chuva e frio quando de moto). Não me perguntem o porquê de dois carros, nem eu sei o sentido disso, mas com tanto dinheiro, tudo que fosse 3 ainda seria pouco.
Comprava, comprava, comprava até cansar e quando estivesse bem cansado de comprar, comprava mais um pouco. Acho que com dinheiro para tantos campos de futebol, dava para comprar ainda mais. Muito dinheiro deve servir para isso, né não: viajar, comprar, comprar enquanto se viaja, comprar viagens, viajar comprando.
Pronto, já decidi o que faria no primeiro mês depois de ficar rico. E vc, o que faria?

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva Do Avesso/2011


Definitivamente, 2011 não foi um ano fácil, mas não estou aqui para falar da minha vida particular, ainda que eu não tenha como separá-la completamente do que escrevo aqui no blog. Mas a proposta é falar, exclusivamente, dele. Vou tentar.
Escrevi muito e não me dei conta do tanto de linhas que imprimi aqui nesta tela, foram mais de 3750 linhas, dava, quase para uma tese de doutorado, meio chinfrim, não posso negar, mas uma tese, de qualquer maneira.
Algumas vezes faltaram ideias para escrever, bem verdade, mas no geral, elas apareceram inspiradas, sobretudo, pelo site da Globo (G1), pelas revistas Época, Junior, Trip, Superinteressante, pelos jornais Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, pela TVs aberta ou fechada, pelas viagens que fiz, pelos assuntos que ouvi na rua, pelas conversas com amigos ou pelas experiências no trabalho (em relação a este, dava um blog inteirinho apenas sobre esses dias e eu ainda por cima me desentupiria), por textos a mim enviados sem, necessariamente, ter alguma relação com o blog, mas que acabaram ilustrando alguma reflexão.
Procurei escrever sobre tudo, gosto desse exercício de pensar nos assuntos que me encontram, sejam eles quais forem: futebol, cidades, violência, livros, comida, amizade, sexualidade, enfim. Se música, então, aí é um prato cheio.
Foram mais ou menos 250 pequenos textos e imagens. Foram mais de 10 viagens que me ajudaram com inspirações diversas. Fiquei fora do ar, por conta de Pequim, mas fui salvo pelo Alexandre que recebia meus textos e os publicava (dá para perceber pela disposição das fotos publicadas por ele que não eram as mesmas usadas por mim, mas elas ficam assim até para evidenciar aquele momento censura).
Foi muito bom, em muitos momentos, ter, este ano, o blog para poder escrever. Escrever é uma maneira que encontrei de, além de me expressar e estar em contato com o mundo (muitas vezes inalcançável geograficamente), extravasar as minhas angústias, frustrações, irritações, alegrias, felicidades, surpresas, encontros, despedidas. Pude, através dos textos, compartilhar lugares que vi, pessoas que conheci, sons que ouvi, amizades que reafirmei. Através do blog viajei por muitos lugares, ri, chorei. Quase uma análise.
Nunca parei por aqui sem a vontade de escrever. Bem ao contrário, sempre parti do prazer do texto. Quando não havia vontade, simplesmente não escrevia. Obrigação não combina com a escrita, digo, com essa escrita que aqui produzo.
Obrigado a todos que por aqui passaram e deixaram (ou não) algum comentário. Eu também escrevo para ser lido, mas não para que concordem comigo, ao contrário, gosto (também) quando há discordância porque assim posso pensar o por outro lado. Obrigado a todos. Um 2012 cheinho de vida, seja lá o que isso possa significar pra cada um de nós.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Nunca é o que parece ser (imagem)


Mais cedo ou mais tarde (texto)


 O caso do jogador Adriano tem sido o tema de muitos programas das tardes aqui no Rio (de Janeiro). E sobre ele, tenho ouvido diversas declarações. A que mais tem repercutido é o fato do jogador ter sido pobre, ganhar (muito) dinheiro jogando bola e consequentemente não saber administrar o que ganha (e a sua popularidade), como se isso fosse uma equação, uma causalidade.
Ouvi do ex-jogador Gerson que ganhar muito dinheiro assim tão rápido faz com que esses “meninos” percam a noção de quem devem ser (o do que são). Lembram desse mesmo comentário em relação ao Neymar quando num acesso “único” de raiva disse alguns palavrões para o seu técnico? Pois é, pobre Neymar. Quem mandou nascer assim? Pobre não serve nem para ganhar dinheiro. Acho que a solução seria não pagar nada a esses meninos até que completassem 30 anos, aí, já quase aposentados poderiam, quem sabe, ter juízo.
Não tenho ouvido a mesma equação quando se tratam de “meninos” da classe média. Aí a história passa ser outra: são os pais que não souberam dar limites. Tinham tudo com facilidade e, por isso, não conseguiam dar conta de suas responsabilidades (de quem poderiam ser/de quem eram).
Assim fica complicado entender o que acontece: se não sabem o que fazem porque foram pobres e deixaram de ser ou se nunca foram pobres e mesmo assim não sabem o que fazem.
Por que será que temos que explicar todos os casos de maneira padronizada? Por que é que cada caso não é um caso? Tem tanto jogador, inclusive é a maioria, que foi pobre e de repente ganha rios de dinheiro e não se envolve em escândalos de quaisquer naturezas.
Acho que a relação feita entre a pobreza e a falta de discernimento ou a incapacidade e a irresponsabilidade etc. é tão preconceituosa que esbarra no senso comum, no mais comum dos sensos.
Ou seja, a relação sempre é a de classe. Não se tem pra onde ir. Mobilidade alguma. Se é pobre e ganha dinheiro não vai saber lidar com isso e vai, necessariamente, meter, mais cedo ou mais tarde, as mãos pelos pés.

É como invadir uma caverna (texto)


Eu escrevo para me sentir vivo. É impressionante a sensação de prazer que me toma ao escrever, seja o que for. Gosto de ver as palavras se juntando num sentido, numa direção própria e traduzindo, dentro do seu possível, uma emoção qualquer. Às vezes fico atônito diante de suas combinações, diante dos lapsos que produzo, do silêncio que existe ali, do tanto que não disse, do dito, do que nem foi pensado mas que se faz presente. Escrever é invadir uma caverna sem luz, há riscos e impressões táteis que nos vão tomando, tocando. Esbarramos nas rochas, afundamos os pés: duro, mole, macio, frio, quente. Escrever é se descobrir.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Meio Europa meio América Latina (texto)

Um momento para se comemorar (quem, cara-pálida? perguntariam uns.), o país elevado à sexta economia mundial. Segundo o Mantega, é possível que em 20 anos o "nosso" padrão de vida seja europeu. 
Estou, como disse, de férias no Rio de Janeiro. E tenho percebido que ora estou bem próximo desse tal padrão europeu, ora estou mesmo no velho padrão brasileiro.
De certo, percebo que o "meu" salário e os serviços prestados, de uma forma geral, por aqui, ainda não podem ser comparados aos europeus. Hoje, por exemplo, almocei por R$30,00 reais, preço europeu (ah, em um restaurante que serve por quilo). No entanto, no mercado onde faço compras, aqui perto de casa, o atendimento é ainda padrão américa latina.As filas tb confirmam o mesmo padrão. E a educação, melhor nem tocar nelas.
Já as entradas de cinema já estão no padrão europeu. Mas vejam só, o orçamento que fiz para um painel japonês branco para cobrir cada uma das 4 partes que compõem a janela do quarto (metragem aproximadamente de 2,80m) era europeu, ou seja, R$1580,00 por parte. Como tenho 4 partes, o painel sai pelo pequeno valor europeu de mais ou menos R$6000,00. Apenas um pouco mais. É claro que esse orçamento aumentaria muito se eu estivesse no Leblon ou em Ipanema.
E se não quiser, tem quem queira. Né não? Podem acreditar.
Não é muito fácil estar e não estar ao mesmo tempo na Europa. Ou estar e não estar ao mesmo tempo na América Latina. A gente fica meio esquizofrênico, sem saber direito quem se é e onde se encontra. 
Eu preferiria mesmo, além dos serviços europeus, do salário europeu, uma distribuição de renda mais justa ainda que estivéssemos nesse padrão latino do Ministro. Agora, uns vivendo em um padrão Brasil (crescendo a olhos vistos com possibilidades de estar num europeu em 20 anos) e outra grande parcela vivendo como nas piores economias africanas é para-lamentar.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Enfim, férias (texto)

Tive a impressão de que o meu primeiro dia de férias, férias mesmo, foi no dia 24 de dezembro, quando fui a casa do meu pai(drasto) para passar o natal. Aí aproveitei para caminhar na praia, curtir aquele sol que estava me incomodando de tão sufocante. Tomar água de coco, mergulhar no mar geladíssimo, andar na areia, ficar horas olhando o movimento na praia.
Só pensava nisso, ou seja, nenhum compromisso que não fosse o prazer de estar ali. Na verdade, pensava sim em outras coisas, mas nada que o dia 17 não resolva.
Como é bom estar de férias!!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sobrevivi (texto)


E eu que havia pensado em um prazo de uma semana mais ou menos de amor declarado ao Rio antes de não suportar o calor que faz por aqui, me enganei, muito. Hoje às 6h da manhã já não conseguia ficar no quarto de tão quente. Não, não estava tão quente, quente estava em Cascavel, estava uma sauna seca. Saí do quarto e pensei em terminar o sono na sala (Estou de férias, gente, posso me levantar às 9h ou às 10h ou nem me levantar!), mas nem na sala era possível.
Não há condições de ficar em canto algum desse pequeno apartamento sem um condicionador de ar, vivi-se sem geladeira (tô na dúvida), sem fogão, sem mesa, cadeiras, copos, mas sem ar condicionado não se vive, no Rio de Janeiro. Definitivamente, não se sobrevive por aqui sem um desses aparelhos, digamos, de primeiríssima necessidade.
Para se ter uma ideia do calor que jaz aqui: depois de me levantar, tomar banho, precisei retornar (e o verbo é retornar porque dá uma ideia de aventura) ao quarto para pegar uma cueca. Não dava. Comecei a arremessar cubos de gelo numa tentativa desesperada de me defender do calor, eles viravam, antes mesmo de sair das minhas mãos, como num passe de mágica, vapor. Dei duas cambalhotas, dois mortais e duas estrelas, e quando saí, finalmente, com a cueca na mão, precisava de outro banho (e um banco para descansar, além de compressa de gelo na nuca. Praticamente uma luta de UFC, só que contra o calor).
Se essas eram as férias que eu merecia, devo ser uma pessoa muito ruim mesmo (como dizem Sandra Balbo e os dois outros bocós: Maria Lúcia e Alexandre).
To me sentindo num daqueles programas do Netgeo: Sobrevivi.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Botequim da Esquina + Protetor auricular (Restaurante, Cascavel)

Fomos, Maria Lúcia, Alexandre, Clodis, Reginaldo e eu, ao novo Botequim da Esquina, em Cascavel, por volta das 20h de quarta-feira. Fomos bem recebidos. Garçons atenciosos. Cerveja gelada. Comida boa. Até que o som ao vivo reiniciou em uma altura insuportável. Não conseguíamos mais nos ouvir. Gritávamos para nos fazer entender. Estávamos a menos de 20cm do outro, mas apenas por gestos para nos fazer entender.
Pedimos para um garçon para abaixar o som. Não fomos atendidos. Pedimos ao gerente que abaixasse o som porque estava ensurdecedor. Ele nos disse que iria resolver, mas não nos deu a mínima bola. Nos levantamos, pagamos a conta e nunca mais voltaremos a esta Esquina.
Pronto, estou de férias. Amanhã pela manhã vou à universidade e viajo no fim da tarde rumo ao descanso. Merecidíssmo, eu acho. Não vou fazer balanço, restrospectivas, melhores momentos, fechar o caixa, porque não acredito em fim e recomeço e não é sobre isso que estou falando. Refiro-me às férias.
Sei que ao chegar ainda terei coisas para fazer: a casa deve tá uma poeira só, preciso urgentemente de um fogão e de um presente para o meu padrasto. Fora isso, que provavelmente vai me ocupar o dia 23 (todo), apenas descansar e curtir a cidade. Ver os amigos, ir à praia, à feira no sábado, andar sem compromisso algum, sem horários, sem pressa. 
Não quero pensar agora no calor, no tumulto, no trânsito, nas lojas atoladas de gente, isso fica para a segunda semana. Quando aquela sensação de estar_e_não_estar_mais me tomar por inteiro.
Acabei de fazer a mala. Pouca roupa porque odeio peso, mas, como fico por um mês, ela não deve tá tão leve assim.
Por hora, penso apenas nos fins de tarde no Aterro durante os fins de semana, na praia bem cedinho ou quando o sol está caindo fora, no silêncio da minha casa, ainda que no burburinho do centro da cidade.
Final de ano sempre uma correria, nunca dá tempo de fazer tudo aquilo que se pensou, a programação vai por ralo abaixo. Quero nem saber, tô nem aí pra ela. Ai, como é bom pensar em não pensar em nada, quero dizer, não ter que pensar em nada com compromisso.
Fui.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Tempo (Carlos Drummond de Andrade)

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um individuo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente...

A Prefeitura do Rio não quer que vc veja este vídeo...mas vc não precisa acatar


Eu voltei - Ângela Maria (CD)

Já nasci ouvindo músicas que não eram sequer da geração da minha mãe. Cresci ouvindo essas canções e gostando muito delas. E a partir disso, busquei compositores, cantores e cantoras além do que a mídia me permitia conhecer. Por isso, acredito que música não tenha época, ou nos parecem agradáveis, inteligentes, harmoniosas e nos falam direto ao coração, cabeça, tronco e membros ou não nos dizem nada.
Essa pequena introdução para dizer que Ângela Maria acaba de lançar mais um CD em comemoração aos seus 60 anos de carreira: Eu voltei, pela Lua Music.
A voz uma pouco diferente do que foi, mas a voz que ela tem e diante disso, não preciso dizer nada mais. Todo o repertório é de regravações, e não poderia ser diferente já que em comemoração aos longos anos de profissão.
O CD está disponível para ser ouvido na Rádio Uol, basta clicar no link acima para ouvi-lo. Eu destacaria, Muito estranho (de Dalton), Olhos nos olhos (de Chico), Esse cara (de Caetano), Os amantes (de Luiz Ayrao) e Pra você (Silvio César). Ah, tem uma participação mais do que especial de Cauby Peixoto (com uma voz inacreditável). Vale à pena comprar e recordar.

Sobre o tempo (texto)

Segunda-feira, quase véspera de viajar. Tenho sonhado nesses últimos dias com sombra e água fresca, mas o trabalho tem me assombrado diariamente, me atormentando em forma de sustos, irrompendo como um balde de água fria nas costas. Sombra versus assombro e água fresca versus água fria.
Em contagem regressiva, mas os emails cobrando revisão, notas, conceitos, bibliografias, não cessam. 
Não há quem cale o vizinho que insiste na música alta. 
E todas as lojas me lembrando que é natal, todas as vitrines reforçando que Papai Noel está chegando. 
No entanto, o calendário emperrado na mesma data, na mesma hora. Sempre véspera da véspera da véspera de natal. Olho, ameaço riscar mais um dia, a caneta falha, a ponta quebra. Calendário insensível.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Barcelona ou Santos? (texto)

A imprensa constroi rivalidades mesmo quando elas sequer podem existir: cria expectivas, embates, rixas, competições, disputas sem  qualquer fundamento e nos coloca, quase sempre, como coadjuvantes nessas improváveis querelas.
Foi o que aconteceu, na minha opinião, entre o futebol do Barcelona e do Santos. Fiquei com algumas pulgas atrás da orelha quando li uma declaração do Guardiola, técnico daquele time, sobre nunca ter ouvido falar no Santos (para além dos anos de Pelé), até pouco tempo antes de saber que poderiam jogar contra ele.
E a imprensa aqui cheia de expectativas sobre quem teria o melhor futebol: Messi ou Neymar.
Depois da vitória do time espanhol, Josep disse, em entrevista coletiva, que viu cinco ou seis partidos do Santos, e "sabíamos que era preciso estar preparado quando Neymar tivesse a bola". Disse ainda que "o que tentamos fazer é tocar a bola o mais rápido possível. Na verdade, é o que o Brasil sempre fez, segundo me contavam meus pais e meus avôs".
Pareceu-me mais gentileza do que qualquer outra coisa.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Final de ano sempre é um bom tempo para reformas. Todos sabemos disso. Há, no ar, uma esperança de fim e recomeço que, mesmo o mais descrente, não consegue se esquivar dessa sensação. Pois bem.
Hoje, uma amiga me perguntou quais eram os planos para o próximo ano. Não me lembrei de imediato de nenhuma promessa daquelas que fazemos para o início do ano novo. Não quero emagrecer, nem engordar, não quero cabelos lisos, não quero cabelos. Não quero um novo amor. Nem ganhar na mega-sena (olha, acho que isso eu quero sim!)
Parei por uns segundos pensando no que poderia mudar. Acho que o fim de ano tá tão cheio de coisas ainda para fazer que não tive tempo para pensar nisso.
Há dois anos, me prometi retornar aos exercícios. Voltei. Final deste ano, um desânimo tomou conta de mim e faz dois meses que não passo sequer para uma caminhada no esteira.
Ano novo, vida velha, eu sei, mas nem por isso poderia deixar de pensar no que seria bacana mudar.
Vou começar por um maior distanciamento com os problemas do trabalho. Esta promessa me fiz este ano (bem no finzinho dele), mas não tive muita opotunidade de colocar em prática. Espero, sinceramente, colocá-la no início do próximo ano letivo. Nada de confrontos. Chega. Cada um que cuide da sua vida. E se o circo pegar fogo, problema de quem incendiou.
Minha vida é muito importante para eu me preocupar com os problemas que não me dizem respeito. Aprendi, este ano, que se fulano não quer trabalhar e quem deve cuidar disso, não vê, eu não tenho nada com isso. A canoa já estava furada quando eu embarquei.
Este é o meu desejo para o próximo ano: salve-se quem puder.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O grande circo: uma fábula às avessas (texto)

O circo sempre funcionou da mesma maneira: os trapezistas solidários (cada um ajudando o outro): mãos dadas para ninguém se ferir, cair, se machucar; os palhaços sempre prontos para produzir algumas gargalhadas (geralmente rir da própria desgraça); os malabaristas sobre a corda bamba; as feras? adestradas; o apresentador apenas com um chicote nas mãos, mais para produzir efeito de sentido do que para produzir sentido (tudo de brincadeirinha. Fingimos que acreditamos no jogo de cena).
E circo velho é um fiasco: a lona furada, a arquibancada sem conforto, até a pipoca sem sal ou dormida. E quando as feras são homens travestidos? Uma fábula às avessas
O carro de som atrevessa a cidade, chama o público: promete grande espetáculo: mágicos, elefantes, tigres, globo da morte, jogos de luzes, mas oferece apenas o feijão com arroz. E a plateia aplaude.
Ficamos (ficamos quem, cara-pálida?) na expectativa de grandes mudanças, mas não se pode mudar ... mudanças significam tirar pessoas do lugar, inverter a ordem, correr o risco do novo. Mas pra quê o novo se o velho tá tão bom?
Nos comportamos (eu me recusava) como crianças diante do tombo do palhaço. Sabemos dele para qualquer momento e mesmo assim nos divertimos. Torcemos, lá do fundo da nossa alma, para o trapezista cair (sabemos que tem uma rede de  proteção). Ficamos na expectativa de uma fera avançar no seu domador (que horror!). E se as motos dentro do globo perdem a direção? Não!! Não!!
Como é engraçado ver o circo pegar fogo!
Cansei se ser artista. Quero me aposentar. Minhas piadas não têm mais graça, são todas, como o circo, velhas. Só os amigos acham graça para não enfraquecer a amizade.
Mas o velho palhaço sabe de si. Sabe que chegou a hora de se recolher. E, sábio, reconhece quando o espetáculo termina.
Admiro o palhaço mais do que qualquer outro personagem. Mesmo na adversidade, diante da dureza da vida, é preciso armar o circo. Fazer rir. Cada um merece o circo que tem...
Senhoras e senhores, obrigado pela presença. Amanhã tem mais. Se gostaram do espetáculo, avisem para os amigos, se não gostaram, mandem vir os inimigos. O show deve continuar: e o palhaço o que é?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

No limite (texto)

Dezembro não termina nunca mais, pelo o que eu tenho acompanhado. Tenho trabalhado exaustivamente todos esses dias e ainda estamos no dia 14. Na verdade, não quero assim que o ano acabe, quero, diga-se, que o dia 23 chegue logo. Aí estarei em recesso e, em seguida, em férias.
Tenho sonhado faz um mês, pelo menos, com o dia 23 de dezembro. Tô no meu limite de saúde mental e física.
As noites têm sido curtas. Os dias longos. Acordo cansado e se tropeço no tapete, por exemplo, solto uns palavrões, chuto cadeira, empurro objetos. Não aguento mais ver uma cara conhecida. Nem ouvir a voz de um companheiro de colegiado. Preciso, antes que um infarto fulminante me cale para sempre, de sombra e água fresca (não necessariamente nesta ordem).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A pele que habito (e a dos outros) - Contardo Caligaris

Se vc ainda não viu o filme, melhor não ler o texto.
Nesta altura, considero conhecida a trama do último Almodóvar, "A Pele que Habito": um cirurgião, o doutor Ledgard, sequestra um jovem (Vicente) durante anos e o transforma numa mulher (Vera).
Na saída do cinema, alguém comenta: "Se acontecesse comigo, eu ficaria namorando o médico. Fazer o quê? Pênis, eu já não teria mais. E não estaria a fim de fugir. Voltar para minha vida de antes e contar que me tornei mulher para minha mãe e para meus amigos, já pensou?".
Infelizmente, na situação da vítima de Ledgard, ninguém conseguiria fazer prova de tamanho pragmatismo, por uma razão simples: a sensação íntima e profunda de ser homem ou mulher (a identidade de gênero) não é coisa que possa ser mudada.
É possível, isso sim (e acontece no caso dos transexuais), "retificar" o corpo, caso ele não coincida com a identidade de gênero de alguém.
Se você sempre se sentiu homem num corpo de mulher ou mulher num corpo de homem, se você tem a trágica impressão de estar no corpo errado, pois bem, nesse caso, à força de hormônios, operações cirúrgicas e orientações terapêuticas, você talvez possa modificar seu corpo de maneira que ele concorde com seu sentimento de identidade. Mas não há tratamentos que, ao transformar seu corpo, possam levar você a mudar seu sentimento profundo de ser homem ou mulher.
Conclusão, se um homem fosse transformado em mulher à força, ele não se resignaria (pragmaticamente), mas passaria a vida querendo que seu corpo fosse retificado para ele voltar a ser o homem que ele nunca deixou de ser.
Em 24 de fevereiro de 2000, nesta coluna ("A terapia da faca e do superbonder"), contei a história de David Reimer, cujo pênis foi decepado acidentalmente na circuncisão, em 1966. Por sugestão do psicólogo John Money, Reimer foi castrado e criado como menina, com a ideia de que é melhor ser uma menina fabricada (na faca, com hormônios, roupas e brincadeiras adequadas) do que um menino com uma prótese peniana.
John Money escondeu o desespero de Reimer durante infância e adolescência. Reimer, ao descobrir o engodo do qual tinha sido vítima, parou a palhaçada e voltou a ser homem. Atualizando: em 2004, Reimer se suicidou.
Por qual loucura Money imaginou que, ao transformar o corpo de um menino, ele poderia mudar sua identidade e fazer dele uma mulher? A resposta está na onipotência das ciências humanas nos anos 60, mas também numa fantasia erótica masculina, que talvez Money compartilhasse e que paira tanto sobre "A Pele que Habito" quanto sobre o livro (imperdível) que inspira o filme: "Tarântula", de Thierry Jonquet (Record).
Há sites (www.sixpacksite.com; www.tgcomics.com; wwww.fictionmania.tv) inteiramente dedicados a ficções e quadrinhos que elaboram fantasias de feminização forçada. A clientela desses sites é de homens heterossexuais, que sonham em ser transformados ("contra sua vontade") em mulheres promíscuas e submissas. Dica: os machos que se gabam por levar as mulheres à loucura podem estar com vontade de sentir neles mesmos o efeito de seus próprios (supostos) talentos.
Mais perto do cotidiano, "A Pele que Habito" é também apenas mais uma parábola do amor, pois é banal que o amor nos leve a querer transformar parceiros e parceiras de forma que eles correspondam a nossas expectativas.
O projeto de moldar o outro transforma qualquer convívio numa violência. Mas essa violência não impede nada: no clássico "Post-traumatic Therapy and Victims of Violence" (terapia pós-traumática e vítimas da violência, Routledge, 1988), Frank Ochberg enumerava, entre os sintomas habituais das vítimas, tanto um ódio ressentido e doentio quanto sentimentos positivos -incluindo amor romântico, sujeição e, paradoxalmente, gratidão.
"A Pele que Habito" poderia ser, em suma, a versão trágica e realista de "My Fair Lady". No musical, Eliza Doolittle acaba amando mais que odiando o prof. Higgins, que a transformou numa "lady". No filme de Almodóvar, talvez Vera odeie Ledgard mais do que o ama. Mas o que importa é que os sentimentos da vítima são sempre ambivalentes. É essa a chave para entender as mil histórias de vítimas que poderiam ou deveriam ter fugido, como a de Natascha Kampusch, abusada por "3096 Dias" (Verus ed.), ou como a da menina que foi escrava sexual de Gaddafi durante cinco anos .
Folha de São Paulo, quinta-feira, 01 de dezembro de 2011- Ilustrada.
 

Pensamento do dia.

"Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam." Confúcio

domingo, 11 de dezembro de 2011

Rodolfo Bottino.

O ator Rodolfo Bottino em foto de 2009 Foto: Camilla Maia / Ag O Globo

Morreu na manhã deste domingo, aos 52 anos, o ator e chef de cozinha Rodolfo Bottino. Ele faleceu em um hospital em Salvador, onde tinha parentes, em decorrência de uma embolia durante um exame para a realização de uma cirurgia no quadril. Ainda não há informações sobre o sepultamento.

Galã da televisão nos anos 1980, Bottino ficou conhecido do grande público como o Lauro da minissérie “Anos dourados”, exibida na TV Globo em 1986, mas atuou em novelas, filmes e espetáculos teatrais.
Em 2006, o ator venceu um câncer no pulmão. Dois anos depois, ao completar 50 anos, revelou, em uma entrevista ao GLOBO, ser portador do vírus da Aids desde a década de 90, mas sempre encarou a vida com otimismo. Sobre a doença, ele disse: "Ninguém falou que viver é fácil. Todo dia pode ter uma porrada. Mas também pode ter uma realização. Nenhum HIV, câncer, hepatite ou diabete impede essa realização diária. O que impede é a cuca."
Os palcos surgiram na vida de Rodolfo em 1979, quando ele ainda estava na faculdade. Por influência do pai, tinha ido estudar engenharia na UFF e, nas horas vagas, vivia enfiado no DCE. Ali, descobriu o teatro universitário e, em pouco tempo, encenava seu primeiro espetáculo, "Cordão umbilical", de Mário Prata. Depois, vieram "Menino maluquinho" e vários outros. Em 1984, descoberto num curso de interpretação, Rodolfo fez sua primeira novela na Globo, "Livre para voar".
Além das artes cênicas, sua paixão também era a culinária. Aos cinco anos, aprendeu a cozinhar e tornou-se chef de cozinha, tendo feito um curso no Le Cordon Bleu, na França. Em 1986, enquanto brilhava em novelas e minisséries como "Anos dourados", abriu o restaurante Madrugada, endereço que fez sucesso por oito anos, em Botafogo. Em 2000, levou sua cozinha para os palcos na peça “Risotto”, que circulou pelo Brasil.
Seu último trabalho foi o espetáculo “Homens, santos e desertores”, que estreou em julho deste ano no Rio, com texto do dramaturgo Mario Bortolotto e direção de Ernesto Piccolo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Quem somos e o que fazemos?


Duas situações recentes me motivaram escrever este pequeno post (texto): a primeira, foi uma pergunta que me fez uma amiga, psicanalista e pesquisadora do Rio de Janeiro depois da apresentação do meu trabalho sobre a Construção de identidades homossexuais na mídia, Maria Cláudia Maia, na II Jornada do E-l@dis – Conceitos e(m) Rede, organizado pela professora e amiga, da USP de Ribeirão Preto, Lucília Maria Sousa Romão. Este evento aconteceu nos dias 1º e 2 de dezembro deste ano. A pergunta foi a seguinte: Quem são os homossexuais?
A segunda situação, um texto do diplomata e escritor Alexandre Vidal Porto para a Folha de São Paulo sobre A Parada Gay (texto reproduzido aqui neste blog).
Sobre a pergunta da professora Maria Cláudia e também sobre a resposta que lhe dei, ou sobre a tentativa de resposta, para ser mais sincero: disse-lhe que não sabia quem eram os homossexuais. Ou melhor, eu disse que os homossexuais com os quais nos relacionamos no nosso dia a dia são (somos) ou podem (podemos) ser quaisquer um. Não se pode saber exatamente quem são, já que a sexualidade não define a existência de ninguém.
Quanto ao texto publicado pelo diplomata, posso adiantar que fiquei impressionado com a sua exposição (e clareza) sobre a função, em seu ponto de vista, da Parada Gay. Segundo Alexandre, as Paradas deveriam ter um caráter mais político e menos carnavalizante, carnavalesco, festivo ou coisa parecida.
Ainda, segundo ele, ir à Avenida Paulista para se divertir, beijar, se fantasiar etc. é fácil ou mais fácil do que reivindicar direitos e tratamento respeitoso por parte da população, por parte dos políticos (já que estes são os representantes legais também dos homossexuais ou dos LGBTs).
Ele escreve que não há do que se orgulhar em se tratando da forma como os homossexuais (vou me referir assim a sigla LGBT) vivem aqui no país ou como são tratados.
A ideia seria se mostrar, não usando plataforma de salto 18, perucas azuis, sungas, peitos e braços de fora, fantasias diversas, mas a forma como somos nos 364 dias que restam do ano. Ou seja, quem são os homossexuais, o que fazem?
Sou o bombeiro que apagou o fogo da sua residência ontem, o médico que amparou o seu filho que nasceu, o guarda de trânsito, o cirurgião que fez o seu transplante de coração, o caixa do supermercado, o atendente do telemarketing, o professor do seu filho, a enfermeira que lhe deu os primeiros socorros, o homem no ônibus que lhe cedeu o lugar para se sentar, o dentista que cuidou do seu dente e acabou com a sua dor. Eu sou qualquer coisa e o fato de eu ser homossexual não define a minha existência assim como o fato de você não ser, não define a sua.
Eu tenho as mesmas necessidades que você tem, exijo o mesmo tratamento que você tem, tenho os mesmos direitos e deveres que quaisquer pessoas têm. Nós somos todos iguais. A minha sexualidade não define o meu caráter, a minha capacidade. A minha sexualidade define apenas o meu desejo sexual e isso, se comparado ao tanto que sou, não representa muito mais do que isso representa ou importa.
Não estou, no entanto, pedindo a sua compreensão, a sua tolerância, estou exigindo respeito. Não estou pedindo nada que lhe pertença, não quero nada que seja seu, mas não posso deixar de querer o que é meu: o direito de eu ser o que sou.

Não é preciso ser diferente para ser gay (Alexandre Vidal Porto)


Os homossexuais podem se tornar invisíveis. É só saberem dissimular ou mentir. Quando a primeira Parada Gay de São Paulo surgiu, um de seus objetivos era, justamente, dar visibilidade à parcela da comunidade LGBT que queria afirmar sua existência e entabular um diálogo com a sociedade.
O viés era político. O slogan da parada, "Somos muitos e estamos em todas as profissões", equivalia a uma apresentação. Os manifestantes queriam mostrar quem eram e o que faziam. Reclamavam participação no processo jurídico-social e pediam proteção contra o preconceito e a discriminação. Eram 2.000 pessoas, e o ano era 1997.
Desde sua primeira edição, no entanto, o aspecto político do evento foi cedendo espaço ao carnavalesco. A Parada Gay de São Paulo transformou-se em uma grande festa. A maior de seu gênero no mundo. Atrai número de pessoas equivalente à população do Uruguai.
Movimenta centenas de milhões de reais. A expectativa é de que traga mais de 400 mil turistas à cidade.
Explica-se o fenômeno da carnavalização da Parada com o argumento de que os gays são "divertidos". A utilização desse estereótipo, contudo, contribui para mascarar a irresponsabilidade cívica e a alienação política de parte da comunidade LGBT.
Carnavalizar é fácil e agradável, mas é contraproducente.
O estilo exagerado que alguns participantes preferem adotar é legítimo e respeitável. Mas presta um desserviço para o avanço dos direitos à igualdade. O caráter festivo e a irreverência tiveram valor simbólico em um tempo em que a rejeição social contra a homossexualidade era incontornável. Acontece que as coisas mudaram.
Os milhões de pessoas que comparecerão ao evento na avenida Paulista deveriam ter presente a responsabilidade cívica de conquistar corações e mentes para a sua causa. O aspecto político da Parada exige certa sobriedade, ao menos em respeito às vítimas cotidianas da homofobia, no Brasil e no mundo. Hoje, o peso do discurso político tem de ser maior que a vontade de dançar.
A aceitação da homossexualidade pela opinião pública está vinculada à convivência com pessoas abertamente gays. Mostrar-se é importante. Nessa batalha, é mais estratégico exibir a semelhança. É mais difícil para o mundo identificar-se com o ultrajante.
Não se trata de exibir a orientação sexual, mas de garantir o direito pleno à liberdade de exercê-la. Associar o conceito da homossexualidade à transgressão e ao excesso pode ter valor estético, mas tem efeito negativo sobre o ritmo do processo político.
Para gente que cresceu com uma escala de valores antagônica aos direitos humanos dos LGBT, o comportamento escandaloso exibido tradicionalmente nas paradas equivale à retórica raivosa de um Jair Bolsonaro. O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são serem humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão.
Ninguém precisa ser diferente para ser gay. Não é necessário transformar-se na caricatura de si mesmo.

ALEXANDRE VIDAL PORTO, mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA), é diplomata de carreira e escritor.

Da Série Contos Mínimos

Ele pensava que era só por hoje. Que ia passar. Que estaria melhor na próxima semana. Os planos foram se estendendo para o próximo mês, para o próximo ano, para a próxima encarnação.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Transexuais poderão usar uniforme feminino, na Argentina

As forças policiais da Argentina deverão respeitar a identidade de gênero adotada por travestis e transexuais, que poderão usar o uniforme de acordo com sua percepção de gênero, informou nesta quarta-feira (30) o Ministério da Segurança, através da resolução 1.181/11.
Com o objetivo de se respeitar o "direito a ser o que se é", a ministra da Segurança, Nilda Garré, instruiu os comandantes da Polícia Federal, Guarda Nacional, Prefeitura Naval e Polícia Aeroportuária "a dar o devido tratamento à identidade de gênero percebida pelos integrantes" dos efetivos.
"Quando um integrante das forças policiais desejar a readequação de seu gênero, deverá solicitá-lo ao Centro Integral de Gênero da instituição que integra, e serão estipuladas as condições de trabalho adequadas", destaca a resolução. "Será levado em conta seu uniforme, a utilização de instalações diferenciadas por sexo e a designação de tarefas que correspondam a sua identidade. Em nenhum caso se exigirá cirurgia, reorientação sexual ou tratamento hormonal para a concessão das prerrogativas".
Presos
A mesma resolução se aplica aos presos, que deverão ser alojados em celas de acordo com sua identidade sexual.

Lei de Identidade de Gênero
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta quarta, por ampla maioria, a lei de Identidade de Gênero, que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido. O projeto agora será analisado no Senado.
O projeto estabelece que não é necessário mais do que uma solicitação para registrar a mudança de sexo, e não serão exigidos diagnósticos médicos, psiquiátricos ou cirurgias, como ocorre agora.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nan Goldin Censurada pelo OI Futuro (ex-posição)

Nan Goldin é uma fotógrafa americana que cresceu em uma familia judia de classe média alta em Boston, Massachusetts. Sua primeira mostra solo, realizada em Boston em 1973, foi baseada em suas jornadas fotográficas através das comunidades gays e transexuais da cidade. Goldin graduou-se na School of the Museum of Fine Arts, Boston/Tufts University em 1977/1978.
Depois de se formar, Goldin mudou-se para Nova York. Começou então a documentar o cenário new-wave pós-punk, simultaneamente à subcultura gay no final da década de 1970 e começo da década de 1980.
Uma exposição com o trabalho da artista tinha previsão para inaugurar no Rio de Janeiro, no dia 09 de janeiro, no OI Futuro, mas fui suspensa pela direção e pela curadoria do instituto, sem maiores explicações. A artista foi censurada pelo OI Futuro.



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

Era tanta saudade que (texto)

Hoje, entre as minhas visitas recentes aqui do blog, vi o nome de um grande e velho amigo, Ricardo Damasceno. Foi como se o tivesse encontrado para uma conversa. Faz tempo que a gente não se vê, faz muito tempo que a gente sequer senta para um bate-papo.
Fiquei me lembrando, aqui, do tanto de tempo que somos amigos, do quanto nos conhecemos. 
Estudamos juntos na primeira série do ensino fundamental (dia desses tentei me lembrar do nome de nossa professora e não consegui), depois nos encontramos em outras tantas séries.
Continuamos amigos na adolescência, e seguimos com nossa amizade tb na vida adulta. Cara, que saudade de vc! Saudade das conversas jogadas fora, dos encontros lá em casa para ouvir música, rir, falar sobre qualquer coisa. Quanto tempo, hein?! Muito tempo mesmo. Ainda que a saudade tenha transbordado em mim, não fico triste por isso. Ao contrário, apenas me orgulho do tanto que gosto de vc
Os cariocas têm fama de marcar encontros que nunca acontecem, mas não é por falta de vontade, acho que por falta de oportunidade. E falamos, vamos nos ver?! Vamos tomar uma cerveja dia desses! Me liga. E, não nos falamos, não tomamos a tal cerveja e não nos ligamos (muitas das vezes nem temos o telefone do amigo). Mas temos a vontade. Eu sei disso.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Por mil palavras (fotografia)

Sei que fotografias não valem por mil palavras, sei que valem, como dizem por aí, por tantas quantas uma Formação Discursiva suportar. Né, Alê? De qualquer forma, essa aí do Redentor deve transbordar aquela que afirma ser o RJ uma Cidade Maravilhosa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

São Paulo, quem diria, se mancha de sangue: Mais agressões motivadas por homofobia (texto)

Rapaz sofre fraturas no rosto ao ser espancado na Rua Augusta, em SP
Rapaz de 21 anos agredido na Rua Augusta (Foto: Marcelo Mora/G1)

Ele acredita que foi confundido com gay por agressores.
Irmão e um amigo dele, que é gay, também foram agredidos no sábado.
(Foto: Marcelo Mora/G1)

 Um jovem de 21 anos sofreu três fraturas em ossos da face e ficou com um coágulo no cérebro ao ser agredido por um grupo de ao menos dez pessoas na manhã de sábado (19), em frente a um bar localizado na esquina das ruas Augusta e Fernando de Albuquerque, na Consolação, região central de São Paulo. O irmão dele, de 24 anos, e um amigo de 24 anos que afirma ser gay, também foram agredidos pelo grupo, segundo ocorrência registrada na polícia.
As vítimas conversaram com a equipe de reportagem do G1 sob a condição de que não tivessem os nomes divulgados. A agressão ocorreu quando o trio deixou uma casa noturna próxima à Praça Roosevelt e se dirigia à residência do jornalista, que mora em um apartamento na Avenida Nove de Julho.
Para o amigo de 24 anos, tratou-se de um ataque homofóbico, versão que deverá sustentar quando prestar depoimento à polícia. Ele diz que em momento algum o grupo recorreu a palavras homofóbicas ou a xingamentos durante o ataque ao trio.
Mas afirma que estava com uma roupa justa e foi visto dando um abraço em um dos amigos, fatos que, na sua visão, poderiam ser interpretados como sinal de sua sexualidade. Também diz que os agressores repetiam a frase "Vocês vão morrer"."Um deles chegou a pegar uma pedra enorme para jogar na cabeça do meu amigo que já estava no chão desmaiado", disse.
A ocorrência da agressão foi registrada no 4º Distrito Policial, da Consolação, como lesão corporal. Por enquanto, nenhum dos três agredidos prestou depoimento, o que deverá acontecer nos próximos dias.
Segundo a polícia, após os depoimentos, será analisado se o caso tem conotação homofóbica.
A agressão
Segundo o amigo dos irmãos, ao entrar no bar na Rua Augusta, ele estava abraçado ao jovem de 21 anos que posteriormente foi agredido. "Estávamos abraçados como costumamos fazer algumas vezes quando conversamos. Inclusive ele estava triste porque havia reencontrado uma ex-namorada. Com certeza, eles acharam que nós éramos gays. O meu amigo não é gay; eu sou. Namoro com o irmão deles há quatro anos", contou.
Irmão da vítima teve cortes no braço após garrafada (Foto: Marcelo Mora/G1) Ele diz que, quando os três entraram no bar, um dos agressores ficou encarando de forma sistemática o amigo dele, que permaneceu do lado de fora, enquanto os outros dois foram ao banheiro. O jovem de 21 anos que apanhou questionou por que o outro estava olhando para ele e, depois disso, foi agredido com um soco no rosto e partiu para o revide.
Outros jovens que acompanhavam o primeiro agressor entraram na briga e passaram a espancar o rapaz. O irmão dele levou uma garrafada no braço esquerdo e também foi agredido com socos e pontapés.
Após cessar as agressões, o trio se dirigiu a outro bar, nas proximidades. Eles entraram no banheiro para limpar o sangue dos ferimentos. Ao saírem, mais uma vez foram atacados, desta vez por dois agressores. "Quando estendi o braço para chamar um táxi, um cara me deu um murro na cabeça e me agarrou pelo pescoço. Depois, ele meu deu uma cadeirada. Sofri cortes dentro da boca e fiquei com o joelho machucado", contou o amigo de 24 anos.
Irmão da vítima teve cortes no braço após garrafada (Foto: Marcelo Mora/G1)
O rapaz de 21 anos também foi agredido na cabeça logo após deixar o a bar e desmaiou. Em seguida, passou a receber chutes no rosto dos agressores. O irmão tentou proteger a vítima e também levou pontapés. O jovem permaneceu desmaiado na rua e foi levado por policiais militares para a Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília, na região central.
Depois de receber os primeiros socorros, ele foi transferido na noite de sábado para um hospital do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, onde permanecia internado em observação na tarde de segunda-feira (21). Ele deverá ser submetido a pelo menos três cirurgias na face devido às fraturas em ossos da bochecha, nariz e maxilar. Ao G1, o jovem disse que não se lembra de quase nada da agressão. “Depois que tomei a pancada na cabeça não vi mais nada. Quando acordei, horas mais tarde, já estava no hospital e a cabeça ainda rodando”, relatou.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Ela se perguntava todos os dias o porquê dele se afastar tanto depois de ter estado tão perto.

Da Série Contos Mínimos

Não sabia como dizer. Não sabia, de verdade. Nem sabia se devia. Sabia do medo quando chegasse a hora de voltar a estar sozinho. Era medo, apenas. Foram tantos anos assim sem. E tinha sido muita sorte encontrá-lo. Um encontro desses que raramente acontecem. E ele acreditou. Mas ficava apenas no dia seguinte. Naquele dia de tanta distância. Do medo que sentiria só de pensar que de repente...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ame ou se mande - Jussara Silveira (CD)

Ame ou Se Mande é o sexto disco de Jussara Silveira que o selo Joia Moderna, de Zé Pedro, lançou no início de outubro. Feito em parceria com Sacha Amback e Marcelo Costa, o CD traz composições de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos (A Voz do Coração), Cezar Mendes e Capinam (Ifá), André Carvalho e Quinho (Bom), Toni Costa e Luiz Ariston (O Dia que Passou), Roberto Mendes e J. Velloso (Doce Esperança) e até mesmo um poema de Fernando Pessoa musicado por Zé Miguel Wisnik (Tenho Dó das Estrelas).
Destaque também para as regravações de Babylon (Zeca Baleiro), Contato Imediato (Arnaldo Antunes/Carlinhos Brown/Marisa Monte), Dê um Rolê (Moraes Moreira/Luiz Galvão), Marcianita (José Imperatore Marcone/Galvarino Villota Alderete) e Madre Deus (Caetano Veloso).
Foram quatro anos desde os lançamentos de “Nobreza” (em parceria com Luiz Brasil) e “Entre o Amor e o Mar”, que Jussara ocupou desenvolvendo projetos paralelos como o DVD “Três Meninas do Brasil”, gravado ao lado de Rita Ribeiro e Teresa Cristina, o show “Viagem de Verão” com André Mehmari e Arthur Nestrovski incluindo canções de Schubert a Caymmi, além de colaborar na trilha sonora do espetáculo “Sem Mim” do Grupo Corpo, junto com Zé Miguel Wisnik e Carlos Nuñes.
“A sonoridade mudou radicalmente. Depois de anos tendo o violão como grande companheiro, convidei Sacha (piano acústico/teclado) e Marcelo Costa (percussão), para desenvolvermos este trabalho. Dei sorte, confirmei na prática que a idéia foi genial”, complementa Jussara.
“Ame ou Se Mande” foi gravado em maio deste ano nos estúdios Zega Music e Yahoo/BR Plus, no Rio de Janeiro. A direção é de Sacha Amback e Marcelo Costa. A distribuição nacional será feita pela Tratore. 
O CD é ma-ra-vi-lho-so. Depois que comprei não parei mais de ouvi-lo. Voz, músicas, letras, arranjos, casamento perfeito, se existe, podem acreditar que é por aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meu (Djavan)

Fazia tempo que eu não ouvia essa música do Djavan. Aí, por um acaso, alguém me trouxe o CD e pronto. Tô eu outra vez apaixonado por ela (e por ele tb). Aproveito-a para dizer a Fátima que tô com saudades. Se vc não a conhece (o que duvido), vale à pena ouvir: Meu

Você sabe fazer
Tudo o que faz
Nada existe em você
Que eu não goste demais
Quando você diz
Me apaixonei por você, "meu"
Faz a cara feliz
De quem sabe o que é seu
Eu nunca vi nada assim "ô loco"!!!
É como faz o amor
Pra se proteger
Dá um "zignal" na dor
É vetado sofrer
Discordar, discutir
Nada é mais saudável, não, não, não
Um olhar neném de ser
Logo fecha a questão
Eu nunca vi nada assim "ô loco"
Ar, só com você
Mar, com você qualquer fundura dá
Tudo é tão meu
Quando você vem se chegando,
De um modo só seu.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ainda as UPPs, a Rocinha e a prisão do Nem (texto)

Sei lá, mas há algo de podre no reino da Dinamarca. Ontem depois de ouvir, em diversos canais de TV, reportagens, declarações, depoimentos, fiquei com algumas pulgas me incomodando.
Como o Secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, não sabia da possibilidade do traficante se entregar? Se ele não sabia, como alguns delegados e policiais trocavam mensagens por telefone sobre o assunto, como se fosse alguma coisa simples de saber?
Policias de Saquarema presentes na hora da detenção do Rei da Rocinha. O que eles faziam no Rio de Janeiro? No mínimo, curioso.
E a história bem mal contada de levar O mestre, como era chamado pelos comparsas, para 15DP ou para a Polícia Federal.
10 milhões arrecadados a cada mês e 50% de tudo isso para pagar policiais corruptos. Quem são esses policiais?
Além de tudo isso, pensei que fossem encontrar na Rocinha, diante de tamanha arrecadação e um aparato de mais ou menos 700 pessoas dando apoio ao tráfico (sem contar os tais policiais), um arsenal bélico, mas encontraram apenas 20 pistolas, 15 fuzis, 2 espingardas e 1 submetralhadora, além de 20 rojões. Nem em Antares, zona oeste do Rio, o armamento deve ser tão fraco assim ou houve uma supervalorização da Pacificação da Rocinha?
Tá parecendo a história das armas atômicas do Iraque. Do perigo que corríamos se Saddam Hussein continuasse vivo.
Sei lá, ainda restam outras tantas dúvidas.

sábado, 12 de novembro de 2011

Vesti azul, minha sorte, então, mudou (texto)

Dia desses, mudei a cor do fundo do blog para marrom, ainda que não fosse a minha cor favorita. Mais por conta da dificuldade (na verdade, diante de tanta ignorância própria) de conhecer o funcionamento das novas ferramentas do blogpost do que de qualquer outra coisa.
Aí fuçando, chafurdando, enfiando o nariz onde se devia, descobri que bastava apenas um deslizamento de mouse para tudo mudar, para o dia nascer feliz azul da cor do mar. Aí, vesti o blog de azul e tudo mudou (tudo = o blog).
Não se se gostaram. Eu gostei. Minha cor favorita, depois do vermelho e suas variações.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo auto-organizados, viemos por meio desta nota divulgar o nosso posicionamento frente à recente crise da USP.
No dia 08 de novembro de 2011, vários grupamentos da polícia militar realizaram uma incursão violenta na Universidade de São Paulo, atendendo ao pedido de reintegração de posse requisitado pela reitoria e deferido pela Justiça. Durante essa ação, a moradia estudantil (CRUSP) foi sitiada com o uso de gás lacrimogêneo e um enorme aparato policial. Paralelamente, as tropas da polícia levaram a cabo a desocupação do prédio da reitoria, impedindo que a imprensa acompanhasse os momentos decisivos da operação. Por fim, 73 estudantes foram presos, colocados nos ônibus da polícia, e encaminhados para o 91º DP, onde permaneceram retidos nos veículos, em condições precárias, por várias horas.
Ao contrário do que tem sido propagandeado pela grande mídia, a crise da USP, que culminou com essa brutal ocupação militar, não tem relação direta com a defesa ou proibição do uso de drogas no campus. Na verdade, o que está em jogo é a incapacidade das autoritárias estruturas de poder da universidade de admitir conflitos e permitir a efetiva participação da comunidade acadêmica nas decisões fundamentais da instituição. Essas estruturas revelam a permanência na USP de dispositivos de poder forjados pela ditadura militar, entre os quais: a inexistência de eleições representativas para Reitor, a ingerência do Governo estadual nesse processo de escolha e a não-revogação do anacrônico regimento disciplinar de 1972.
Valendo-se desta estrutura, o atual reitor, não por acaso laureado pela ditadura militar, João Grandino Rodas, nos diversos cargos que ocupou, tem adotado medidas violentas: processos administrativos contra estudantes e funcionários, revistas policiais infundadas e recorrentes nos corredores das unidades e centros acadêmicos, vigilância sobre participantes de manifestações e intimidação generalizada.
Este problema não é um privilégio da USP. Tirando proveito do sentimento geral de insegurança, cuidadosamente manipulado, o Governo do Estado cerceia direitos civis fundamentais de toda sociedade. Para tanto, vale-se da polícia militar, ela própria uma instituição incompatível com o Estado Democrático de Direito, como instrumento de repressão a movimentos sociais, aos moradores da periferia, às ocupações de moradias, aos trabalhadores informais, entre outros. Por tudo isso, nós, pesquisadores da Universidade de São Paulo, alunos de pós-graduação, mestres e doutores, repudiamos o fato de que a polícia militar ocupe, ou melhor, invada os espaços da política, na Universidade e na sociedade como um todo.
Fábio Luis Ferreira Nóbrega Franco - Mestrando da Filosofia-USP
Henrique Pereira Monteiro - Doutorando em Filosofia-USP
Patrícia Magalhães - Doutoranda em Física - USP
Silvia Viana Rodrigues - Doutora em Sociologia-USP
Bianca Barbosa Chizzolini - Mestranda em Antropologia-USP
José Paulo Guedes Pinto - Doutor em Economia - USP
Daniel Santos Garroux - Mestrando Pós-graduação em Teoria Literária - USP
Andrea Kanikadan -  doutorando da ESALQ-USP
Nicolau Bruno de Almeida Leonel - Doutorando em Cinema - USP
Paula Yuri Sugishita Kanikadan - Doutora em Saúde Pública - FSP/USP
Luciana Piazzon Barbosa Lima - mestranda em Estudos Culturais - EACH-USP.
Gustavo Seferian Scheffer Machado - Mestrando em Direito do Trabalho - USP
Maria Tereza Vieira Parente - Mestranda em Arqueologia - USP
Marcelo Hashimoto, doutorando em Ciência da Computação - USP.
Luiz Ricardo Araujo Florence - Mestrando em Arquitetura e Urbanismo - USP
Jade Percassi - Doutoranda em Educação - USP
Maria Caramez Carlotto - Doutoranda em Sociologia - USP
Georgia Christ Sarris - Doutoranda Filosofia-USP
José Carlos Callegari - Mestrando em Direito do Trabalho - USP
Gilberto Tedeia - Doutor em Filosofia-USP
Anderson Gonçalves- Doutor em Filosofia-USP
Douglas Anfra - Mestrando em Filosofia - USP
Fábio H. Passoni Martins -  Mestrando - Depto de Teoria Literária e Literatura Comparada
Eduardo Altheman Camargo Santos - Mestrando em Sociologia-USP
Fernanda Elias Zaccarelli Salgueiro - Graduanda Filosofia-USP
Guilherme Grandi - Doutor em História Econômica - USP
Yardena do Baixo Sheery - PPG Artes Visuais - ECA-USP
Lucia Del Picchia, doutoranda em Direito-USP
Fernando Rugitsky, mestre em Direito-USP
Ricardo Leite Ribeiro, mestrando em Direito - USP
Maira Rodrigues - doutoranda em Ciência Política - USP.
Ana Lúcia Ferraz - Doutora em Sociologia - USP.
Daniela Silva Canella, doutoranda em Nutrição em Saúde Pública - USP
Tatiana de Amorim Maranhão - Doutora em Sociologia-USP
Ana Paula SAlviatti Bonuccelli - Mestranda em História - USP
Anderson Aparecido Lima da Silva - Mestrando em Filosofia - USP
José Calixto Kahil Cohn - Mestrando em Filosofia - USP
Antonio Fernando Longo Vidal Filho - Mestrando em Filosofia -USP
Bruna Della Torre de Carvalho Lima - Mestranda em Antropologia - USP
Ana Paula Alves de Lavos - Mestre em Arquitetura e Urbanismo - EESC - USP
Lucas Amaral de Oliveira - Programa de Pós Graduação em Sociologia - USP
Bruna Nunes da Costa Triana - Programa de Pós-Graduação em Antropologia - USP
José César de Magalhães Jr. - Doutorando em Sociologia - USP
Eduardo Orsilini Fernandes - Mestrando em Filosofia -USP
Ricardo Crissiuma - mestre em Filosofia USP
Philippe Freitas - Mestrando em Música - UNESP
Weslei Estradiote Rodrigues - Mestrando em Antropologia - USP
Bruno de Carvalho Rodrigues de Freitas - Graduando em Filosofia - USP
Camila Gui Rosatti - Graduando em Ciências Sociais - USP
Martha GAbrielly Coletto Costa - mestranda em Filosofia - USP
Rafael Gargano - Mestrando em Filosofia - USP
Antonio David - Mestrando em Filosofia - USP
Pedro Alonso Amaral Falcão - Mestrando em Filosofia - USP
Lígia Nice Luchesi Jorge, PPG em Língua Hebraica, Literatura e Culturas Judaicas - USP
Camila Rocha - Mestranda em Ciência Política - USP
André Kaysel - Doutorando em Ciência Política - USP
Michele Escoura - Mestranda em Antropologia -USP
Vladimir Puzone -Doutorando em Sociologia-USP
Arthur Vergueiro Vonk - Mestrando em Teoria Literária e Literatura Comparada - USP
Renata Cabral Bernabé - Mestranda em História Social - USP
Raquel Correa Simões - Graduanda em Filosofia - USP
Danilo Buscatto Medeiros - Mestrando em Ciência Política - USP
Ana Flávia Pulsini Louzada Bádue - Mestranda em Antropologia-USP
Carlos Henrique Pissardo. Mestre - Dep. de Filosofia da USP e Diplomata.
Anouch Kurkdjian- Mestranda em Sociologia-USP
Léa Tosold - Doutoranda em Ciência Política-USP
Pedro Fragelli - Doutor em Literatura Brasileira-USP
Christy Ganzert Pato - Doutor em Filosofia - USP
José Agnello Alves Dias de Andrade - Mestrando em Antropologia - USP
Nicolau Dela Bandera - doutorando em Antropologia USP
Felipe de Araujo Contier - Mestrando em Arquitetura-IAU-SC-USP
Mauro Dela Bandera Arco Júnior -  mestrando em Filosofia USP
Ane Talita da Silva Rocha - mestranda em Antropologia - USP
Juliana Andrade Oliveira - Doutoranda em Sociologia
Reinaldo César - Doutorando em Ciência dos Materiais - USP
Manoel Galdino Pereira  Neto - doutor em ciência política da USP
Carlos Filadelfo de Aquino, doutorando em Antropologia USP.
Jonas Marcondes Sarubi de Medeiros - mestrando em Filosofia-USP
Ana Letícia de Fiori - Mestranda em Antropologia - USP
Gonzalo Adrián Rojas - Doutor Ciência Política USP
Mariana Toledo Ferreira - Mestranda em Sociologia - USP
Julia Ruiz Di Giovanni - Doutoranda em Antropologia Social
Caio Vasconcellos - doutorando em sociologia - USP
Reginaldo Parcianello - doutorando/Literatura Portuguesa - USP
Fernando Sarti Ferreira - mestrando em História Econômica - USP
Júlia Vilaça Goyatá - mestranda em Antropologia - USP
Maria Aparecida Abreu - doutora em Ciência Política - USP
Bruno Nadai - Doutorando em Filosofia - USP
João Alexandre Peschanski - Mestre em Ciência Política - USP
Lucas Monteiro de Oliveira - Mestrando em história social - USP
Fabrício Henricco Chagas Bastos - Mestrando em Integração da América Latina - USP
Rafaela Pannain - Doutoranda em Sociologia- USP
Bernardo Fonseca Machado - mestrando em Antropologia - USP
Victor Santos Vigneron de La Jousselandière - mestrando em História - USP
Gabriela Siqueira Bitencourt - mestre em Letras - USP
Dalila Vasconcellos de Carvalho , Mestre em Antropologia Social-USP.
César Takemoto Quitário - mestrando em Letras - USP
Maíra Carmo Marques - mestranda em Letras - USP
Ana Carolina Chasin - doutoranda em sociologia-USP
Dimitri Pinheiro - doutorando em sociologia-USP
Natália Fujita - doutoranda em Filosofia - USP
Julio Miranda Canhada - doutorando em Filosofia - USP
Caio M. Ribeiro Favaretto Mestrando Dpto de Filosofia - USP
Juliana Ortegosa Aggio - doutoranda em Filosofia - USP
Bruna Coelho - mestranda em Filosofia - USP
Ana Carolina Andrada - mestranda em Sociologia - USP
Karen Nunes - mestranda em sociologia - USP
Monise Fernandes Picanço - Mestranda em Sociologia - USP
Arthur Oliveira Bueno - Doutorando em Sociologia - USP
Guilherme Nascimento Nafalski - mestre em Sociologia - USP
Tatiane Maíra Klein, Mestranda em Antropologia Social/USP
Ana Paula Bianconcini Anjos - doutoranda em Letras - USP
José Paulo Martins Junior - Doutor em ciência política - USP
Demétrio Gaspari Cirne de Toledo - Doutorando Sociologia - USP.
Pedro Fragelli - Doutor em Literatura Brasileira-USP
Evandro de Carvalho Lobão - Doutor em Educação - FE/USP
Walter Hupsel - Mestre em Ciência Política - USP
Carina Maria Guimarães Moreira e sou doutoranda em Artes Cênicas na UNIRIO.
Marinê de Souza Pereira - Doutora em Filosofia-USP
Fabiola Fanti - Mestre em Ciência Política - USP
Verena Hitner - mestre em Integracao da America Latina - USP
Fabio Cesar Alves - Doutorando- Teoria Literária- FFLCH- USP
Frederico Hnriques  - Mestre em Sociologia pela USP
Fábio Pimentel De Maria da Silva - Mestre em Sociologia - USP
Natália Bouças do Lago - mestranda em Antropologia USP
Fábio Silva Tsunoda - mestrado em sociologia - USP
Terra Friedrich Budini, doutoranda em ciência política - USP
Natália Helou Fazzioni - Mestranda em Antropologia Social - USP
Renato Bastos - Mestre em História Econômica - USP
Andreza Tonasso Galli - Mestranda da Sociologia -USP
Andreza Davidian - mestranda em Ciência Política - USP
Dioclézio Domingos Faustino - Mestrando - Filosofia - USP
Fernando Costa Mattos - Doutor em Filosofia - USP
Joaquim Toledo Jr - Mestre em Filosofia pela USP.
Erinson Cardoso Otenio - doutorando em filosofia - USP
Berilo Luigi Deiró Nosella, sou doutorando em Artes Cênicas na UNIRIO
Rafael Alves Silva - Doutorando em Sciências Sociais - UNICAMP
Ludmylla Mendes Lima - Doutoranda em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa - USP
Tânia Cristina Souza Borges - Mestranda em Letras - USP
Miguel Barrientos - Doutorando em Ciência Política - USP.
Eveline Campos Hauck - Mestranda em filosofia pela USP
Mariana Zanata Thibes - Doutoranda Sociologia - USP
Nahema Nascimento Barra de Oliveira Mestre em Ciencias Humanas - USP
Manoel Galdino Pereira Neto - Doutor em Ciência Política-USP
Gonzalo Adrián Rojas - Doutor em Ciencia Politica-USP
Miguel Barrientos - Doutorando em Ciência Política-USP
Maria Aparecida Abreu - Doutora em Ciência Política-USP
Pedro Feliú - Doutorando em Ciência Política - USP
Fernando Gonçalves Marques - Doutorando em Ciência Política-USP
Petronio De Tilio Neto - Doutor em Ciência Política-USP
José Paulo Martins Junior - Doutor em Ciência Política-USP
Renato Francisquini - Doutorando em Ciência Política-USP
Júlio César Casarin Barroso Silva - Doutor em Ciência Política-USP
Francisco Toledo Barros - Mestrando em Arquitetura e Urbanismo
Marcia Dias da Silva - Mestre em História Social - USP
Maira Rodrigues - doutoranda em Ciência Política - USP.
Ivana Pansera de Oliveira Muscalu - Mestranda História Social - USP
Renata Lopes Costa Prado - Doutoranda do Programa de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano - USP
Emi Koide - Doutora em Psicologia - USP
Mario Tommaso Pugliese Filho - Mestre em Literatura Brasileira - USP.
Gabriela Viacava de Moraes - Mestranda em Literatura Brasileira - USP
Tatiane Reghini Matos - Mestranda em Letras - USP
Andréia dos Santos Meneses - Doutoranda em Letras - USP
Kátia Yamamoto - Mestranda em Psicologia USP
Lygia de Sousa Viégas  - Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano da USP.
Daniel Gomes da Fonseca - Mestrando em Teoria Literária e Literatura Comparada - USP
Michelangelo Marques Torres - mestrando na Unicamp e graduado pela USP
Luana flor Tavares Hamilton - mestrança em psicologia - USP
Renan Honório Quinalha - mestrando em Sociologia Jurídica na USP
Adriana De Simone - Doutora em Psicologia - IP/USP
Grazielle Tagliamento - doutorado PST - USP
Tamara Prior- mestranda em História Social - USP
Airton Paschoa -Mestre em Literatura Brasileira - USP
Daniela Sequeira - mestra em Ciência Política - USP
Thaís Brianezi Ng - doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental - USP
Davi Mamblona Marques Romão - mestrando - PSA - Psicologia
Rafael Godoi - Doutorando em Sociologia -USP
Vanda Souto - Mestranda em Ciências Sociais - UNESP - Marília
Pedro Rodrigo Peñuela Sanches - Mestrando em Psicologia USP
Grazielle Tagliamento - Doutoranda Psicologia - USP
Monica Loyola Stival - Doutoranda em filosofia - USP
Tatiana Benevides Magalhães Braga Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP
Regina Magalhães de Souza, doutora em Sociologia - USP
Ludmila Costhek Abilio - Mestre em sociologia - USP
Gabriela Viacava de Moraes - Mestranda em Literatura Brasileira -  USP
Tatiane Reghini Matos - Mestranda em Letras - USP
Andréia dos Santos Meneses - Doutoranda em Letras - USP
Edson Teles - doutor em Filosofia - USP
Julia Maia Peixoto Camargo - Graduanda em Ciências Sociais - USP
Rodnei Nascimento - Doutor em filosofia - USP.
Rafael Luis dos Santos Dall'olio - Mestrando em História Social - USP
Ana Aguiar Cotrim - Doutoranda em Filosofia - USP
Tercio Redondo - Doutor em Literatura Alemã - USP
Maria Cláudia Badan Ribeiro Doutora em História Social - USP
Pedro Mantovani- Mestrando em Filosofia- USP
Stefan Klein - Doutorando em Sociologia - USP
Wagner de Melo Romão, doutor em Sociologia - USP
Maria de Fátima Silva do Carmo Previdelli -  Doutoranda em História Econômica - USP
Felipe Pereira Loureiro - doutorando em História Econômica - USP
Thiago de Faria e Silva - Mestre em História Social - USP
Marcus Baccega - Doutor em História Medieval - USP
Luciana Moreira Pudenzi - Mestre em Filosofia - USP
Daniela Jakubaszko - Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP
Leo Vinicius Maia Liberato, ex-pos-doutorando no Departamento de Filosofia da USP
Maria Lívia Nobre Goes - Graduanda em Filosofia-USP
Agnaldo dos Santos - Doutor em Sociologia - USP
Annie Dymetman doutora em Ciências Sociais - USP
Evandro NoroFernandes - Mestre em Geografia- USP
Wilma Antunes Maciel  -  Doutora em História Social - USP
Luciano Pereira - Doutor em filosofia -  USP
Guilherme Varella, mestrando em Direito de Estado
Constância Lira de Barros Correia Rodrigues Costa - Mestranda em Ciência Política - USP
Ester Gammardella Rizzi - Mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito - USP
Cristiana Gonzalez  - mestranda em sociologia - USP
Rafaela Aparecida Emetério Ferreira Barbosa - Mestranda em Direito do Trabalho - USP
Franco Nadal Junqueira Villela - Mestre em Ciência Ambiental - USP
Clara Carniceiro de Castro, doutoranda em Filosofia-USP
Marcelo Netto Rodrigues - mestrando em Sociologia - USP
Elisa Klüger - mestranda em sociologia - USP
Marilia Solfa - Mestre em Arquitetura - USP
Pedro Feliú - Doutorando em Ciência Política - USP.
Renato Francisquini, doutorando em Ciência Política - USP
Júlio César Casarin Barroso Silva - doutor em Ciência Política - USP
Andreza Davidian - mestranda em Ciência Política - USP
Andrea Kanikadan - doutorando em Ecologia Aplicada na ESALQ em Piracicaba.
Miguel Barrientos - Doutorando em Ciência Política - USP
Diogo Frizzo - Mestrando em Ciência Política - USP
Vinicius do Valle - Mestrando em Ciência Política - USP
Carolina de Camargo Abreu - Doutoranda em Antropologia - USP
Tatiana Rotolo- Mestre em Filosofia pela USP
Pedro Ivan Moreira de Sampaio - Graduando em Direito PUC-SP e Filosofia - USP
Thaís Brianezi Ng, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental - USP
André-Kees de Moraes Schouten - Doutorando em Antropologia Social - USP
Alvaro Pereira - Mestre em Direito - USP
Vinícius Spira - mestrando em Ciências Sociais - USP
 Rafael Faleiros de Pádua, doutorando em Geografia-USP
André Luis Scantimburgo - Mestrando em Ciências Sociais pela UNESP de Marília/SP.
Rosemberg Ferracini - Doutorando em Geografia Humana - Universidade de São Paulo - USP
Lucas Brandão - Mestrando em Sociologia-USP
Márcia Cunha - doutoranda em Sociologia - USP
Nilton Ken Ota - doutor em Sociologia - USP
Felipe Figueiredo - Bacharel em Letras - USP
Bruno Boti Bernardi - Doutorando em Ciência Política - USP
Roberta Soromenho Nicolete - Mestranda em Ciência Política - USP
Lara Mesquita - Mestre em Ciência Política - USP
Milene Ribas da Costa - Mestre em Ciência Política - USP
Katya dos Santos Schmitt Parcianello - mestranda em História Econômica/ USP
Alcimar Silva de Queiroz - Doutor em Educação - USP
Paulo Vinicius Bio Toledo - mestrado Artes Cênicas
Ruy Ludovice - mestrando em Filosofia - USP
Pollyana Ferreira Rosa - Mestranda em Artes Visuais - USP
Patrícia de Almeida Kruger - Mestranda em Letras - USP
Giselle Cristina Gonçalves Migliari - Mestranda em Literatura Espanhola - USP
Wellington Migliari - Mestre em Literatura Brasileira - USP
Diana P. Gómez - Mestranda Antropologia Social
Simone Dantas - Mestranda em Letras-USP
Eduardo Zayat Chammas, mestrando em História Social - USP
Maristela de Souza Pereira - Doutoranda em psicologia - USP
Virginia Helena Ferreira da Costa  - Mestranda em filosofia - USP
Gustavo Motta - mestrado Artes Visuais - USP
Luiz Fernando Villares, doutorando Faculdade de Direito - USP

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...