Tudo nele era enorme. Obesidade mórbida. Ele comia as suas tristezas, ele comia as suas angústias, ele comia os seus sentimentos. Tudo virava alimento.
ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
segunda-feira, 11 de abril de 2016
A amizade não se desrespeita
Se existe uma coisa em mim da qual eu não tenho nenhuma dúvida e me orgulho é em relação a minha capacidade de ser amigo. Eu sei muito bem o que isso significa.
Amizade pra mim é sagrada. Vale mais do que família, do que dinheiro, do que trabalho, do que sexo, do que namorado. Ou seja, vale mais do que todas essas coisas que também são importantes.
Eu sou um homem de alguns bons amigos. Daqueles que sabem a hora de se aproximar porque percebem que alguma coisa está errada.
E procuro também fazer isso. Procuro me antecipar porque sei que assim eu estou me comportando como eu gostaria que se comportassem comigo.
Tenho desses amigos, a porta de casa sempre aberta. Um prato de comida. Um abraço amigo e um canto pra dormir e sonha, como disse Gonzaguinha.
Mas eu também tenho um grande defeito do qual não tenho nenhum orgulho: não dou segunda chance pra ninguém! Amizade abalada é amizade perdida. Não consigo de jeito nenhum relevar derrapagens, porque elas significam pra mim que houve um desrespeito e não se desrespeita a amizade.
sábado, 9 de abril de 2016
Aos meus orientandos
Não é a primeira vez que escrevo sobre o comportamento de meus orientandos aqui. E escrevo justamente porque assim organizo melhor o que pensar sobre eles.
É claro que nem todos se comportam dessa maneira. Deus existe! Mas ainda que fossem dois ou três, isso já seria um caos, tendo em vista o trabalhão e o aborrecimento que certos comportamentos produzem.
Bem, não consigo pensar nos meus orientandos sem me pensar nessa mesma posição. Lembro-me da insegurança de escrever para que a minha ex-orientadora lesse. Não era fácil. Mas eu sabia que se eu não ultrapassasse essa barreira, a tese não iria aparecer pronta no criado mudo.
Lembro-me tb de que os meus textos vinham repletos de pontos de interrogação, observações e correções para serem feitas. E eu, sinceramente, não encarava isso com desânimo ou como se fosse uma derrota pessoal, derrota intelectual. Não mesmo! Ao contrário! Eu sabia que era a função da orientadora e que se eu fizesse as tais alterações, o meu texto ficaria melhor.
Lembro-me ainda da vontade de sumir. E da dificuldade de encarar a orientadora diante das minhas inseguranças.
Outra lembrança era em relação às indicações de leitura. Eu saía da sua casa e passava, ali mesmo no Largo do Machado, na primeira livraria que encontrava para comprar o tal livro indicado por ela. Além disso, sem que ela tivesse me dito isso em qualquer encontro, eu buscava nas referências dos livros indicados, outros livros que, eu desconfiava, pudessem me ajudar de alguma forma.
Escrever não é fácil, mas não escrever é pior ainda. Sobretudo se dependo disso para dar conta do meu trabalho.
Outra coisa importante era saber que a minha tese era minha e não da minha orientadora. O trabalho era para eu receber um título e não ela. Ela já o tinha.
Bem, tenho orientandos que ao contrário de tudo isso, e mesmo querendo concluir os seus trabalhos, não escrevem! Acham (como é que podem achar isso?) que os textos ficarão bons sem a reescrita.
Além disso, que já é grave, não apresentam leituras consistentes nem da teoria e muito menos da área em que escolheram desenvolver as suas pesquisas. Como pode? Me pergunto depois de cada encontro que acredito jogado fora e perdido.
Me impressiono, verdadeiramente, com uma pesquisa de mestrado em que o aluno não traga nenhuma novidade em relação ao seu tema. O cara escolhe com o que trabalhar e não busca nada em relação ao que "gosta", em tese, de escrever? Ora, alguma coisa está fora da ordem e precisa, urgentemente, ser corrigida.
Terminei a minha tese em novembro de 2015, recebi de volta em dezembro ainda com alguns ajustes para serem feitos. Em janeiro ela estava na mão de uma revisora (que levou um mês para finalizar o trabalho). Em março foi a minha defesa.
sexta-feira, 8 de abril de 2016
domingo, 3 de abril de 2016
sexta-feira, 1 de abril de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
É apenas um grampo telefônico
Quem sobreviveria a um grampo telefônico? Eu jamais! Eu e todo mundo, acho. Falo ao telefone com alguns amigos de forma que eu poderia ser acusado de homofóbico, racista, misógino, "coxinha", com preconceito de classes etc.
Caso essas conversas fossem descontextualizadas e não se levassem em conta a ironia, as metáforas, as piadas, a intimidade que tenho com esse meu amigo.
Eu, provavelmente, seria destituído de qualquer cargo ou impossibilitado de assumir outro que fosse.
Na intimidade não somos mais verdadeiros do que somos ou deixamos de ser na vida pública. Neste lugar, somos o que o lugar nos permite ser: engraçados, talvez. Politicamente incorreto. Inconveniente. E por aí vai.
Mas este lugar deve ser sempre preservado porque ali cabem coisas que não caberiam no dia a dia porque podem ser faces de outras ordens. A intimidade nos permite ser muitas coisas que não seríamos publicamente.
Quem me conhece sabe que eu jamais teria uma atitude de segregação racial, de gênero e muito menos de classe, mas brinco com isso. Não com qualquer um, mas brinco.
E eu seria esculhambado. Minha vida acadêmica seria colocada a prova. Os textos que escrevi sobre isso seriam queimados em praça pública. E eu estaria jogado na lama.
Bem, não sou uma figura pública. E o que eu falo na intimidade não interessaria aos meios de comunicação.
quarta-feira, 23 de março de 2016
sábado, 19 de março de 2016
Da Série: Contos Mínimos
Eu estava na China, já não me lembro exatamente em qual cidade, acho que em Hong Kong, diante de um lago com carpas. Muitas carpas. Um velho chinês olhou pra mim e apontou para elas. Ele não me disse nada, até porque se dissesse, eu não o entenderia. Depois de apontá-las, sorriu. Retribuí-lhe o sorriso e pensei há sentido para além das palavras.
quinta-feira, 17 de março de 2016
quinta-feira, 10 de março de 2016
Da Série: Contos Mínimos
Nem sempre foi assim, ele pensou. Sabia, portanto, que em outro momento haveria também de ser de outra forma.
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