segunda-feira, 9 de março de 2015

Inezita Barroso (1925-2015)


Morreu, neste domingo (8), a cantora e apresentadora Inezita Barroso. Aos 90, completados no último dia 4.
Impossível não me lembrar da minha mãe ao saber dessa notícia. Ela vivia cantando pra mim "Moda da pinga" (1954) e "Ronda" (1953), ambas gravadas pela cantora. Aquela muito engraçada, apesar de falar de alguém que bebe tanto que precisa sair carregada por dois soldados, esta, triste demais, porque fala da busca, da solidão, de um amor perdido.


Bem fica aqui a minha homenagem a esta que além da TV e da música, fez carreira no rádio, cinema e teatro, como atriz e produtora de peças musicais. Em novembro de 2014, Inezita ainda conquistou um posto na Academia Paulista de Letras.

sábado, 7 de março de 2015

Luisa Marilac "não percebe" que ao falar do corpo uniformizado reforça o discurso do lugar possível para a travesti


Luisa Marilac não está na pior
Atentar-se para o que se diz/como se diz, mesmo quando se pensa produzir um novo outro lugar para si (a resistência). Porque pode-se, ao contrário, estar reproduzindo um lugar possível para se ocupar. Claro que no fato de pode dizer-se, há sim resistência, mas nem sempre. E quase sempre há tb muito mais uma dose de conformidade/resiliência do que de qualquer outro ingrediente.
A domesticação do corpo como se fosse um ganho é, na verdade, o lugar do óbvio, do senso comum, daquele lugar que se deve ocupar mascarado de novidade.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Resultado de imagem para nos aceitamos o amor que achamos merecerEle não sabia que merecia mais. Na verdade, ele aceitava o amor que acreditava merecer. E recebia quase nada.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Eu olhava pra dentro de mim enquanto você me fotografava. Aquele sorriso sequer era meu. Tudo isso (e até mais um pouco) se via nos meus olhos. Mas ninguém notou porque havia aquele sorriso.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Minha mãe estava sempre ali se fosse necessário para me recontar alguma falta. Caso houvesse algum esquecimento, um lapso, uma ausência qualquer, ela estava sempre ali pronta pra qualquer informação que fosse necessária. A menmória era construída assim.

Curtam o Curta!


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Não havia como trabalhar desse jeito. Ela não ficava quieta. De cinco em cinco minutos (sem exageros) tinha qualquer coisa para me perguntar, para me comunicar, para me mostrar e eu educadamente parava o que estava fazendo para lhe atender. Bem, a manhã não seria produtiva desse jeito. Resolvi ouvir música.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

6 anos de Do avesso

O meu blog fez 6 anos. Uma criança, é verdade! Daquelas crianças que se ligam no mundo com os recursos possíveis. Uma criança contemporânea: aquela ligada no celular, no tablet. Aquela que já nasceu conhecendo todos os botões da tv, do smartphone, do computador. Pretensão?! Talvez.
Sou ligado no mundo. E o blog tem que refletir isso! Não parei na beira da estrada esperando o tempo passar. Ele passou, mas eu peguei uma carona. 
Ser ligado não quer dizer compreender tudo e todos ou saber responder todas as questões. Não mesmo! Ser ligado é ter os ouvidos bem abertos: para poder ouvir aquilo que é diferente.
Eu não tenho mais aquele pique de escrever diariamente, mas procuro tá sempre por aqui. 
Eu gosto de observar as pessoas, seus comportamentos, suas opniões. Gosto de gente. De conversar, de saber o que estão ouvindo e lendo. E aproveito desse material como motivação para as escritas no Do Avesso
Obrigado por fazerem parte disso! Seja lá quem sejam vocês!!!!!

O egoísta

O egoísta nunca se dá conta do seu comportamento, porque para ele o mundo deve sempre satisfazê-lo. E isso, do seu ponto de vista, é um grande favor que ele faz, já que tudo precisa girar em torno de si. 
Ele sempre acha que agiu ou conscientemente, ou motivado pelo seu coração, intuição, porque não consegue ver nada além do próprio umbigo. O seu nariz, os seus interesses é que dão o tom de tudo.
Às vezes, ele diz que só podia fazer o que fez. Coitadinho dele!
A sua ingenuidade convence, a sua bondade comove, mas ele lá no fundo sabe bem quem é.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

50tinha

Os cinquenta passaram num susto. Cinquenta anos e uns dias, umas horas e muitos minutos depois eu continuo me sentindo exatamente como estava antes da hora H. Não muda nada (ou, quase nada). Acho que a mudança maior seria passar de 33 para os 55 assim de um dia para o outro, mas como isso não acontece, pelo menos não ainda, foi tudo muito natural como tem que ser .
Quando a gente está com 49 anos, no ano seguinte serão cinquenta e pronto. Agora a diferença é que ao me perguntarem a idade eu tenho que informá-la. 50, moça! Isso, sou de 1965! Dezenove de janeiro de 1965. 
É, são cin-quen-ta aninhos de crises, diversões, amizades, amores, risos e choros, perdas, ganhos, idas e voltas. Muita gente passou por mim, eu passei por muita gente. Muitos ainda passarão. E a vida vai seguindo em fente!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Murder on the dance floor


Estamos condenados

Tava, hoje, aqui pensando no tempo em que jurávamos estar juntos para sempre: que estranho isso, querer alguém pra toda vida e de repente aquele amor virar uma outra coisa. É complicado mesmo entendê-lo. Tão complicado que chamamos isso de amizade, carinho, afeição porque ele nem esbarra no que já foi. Ou porque não sabemos que nome atribuir ao desamor. O que é o amor? Pra onde ele vai, quando o amor acaba?
Um dia a gente quer muito alguém e algum tempo depois não quer mais do mesmo jeito. 
Acho que esse amor já vai se transformando a cada dia e a gente não se dá conta, até que ele se transforma e só aí percebemos. É como envelhecer, a gente se olha tanto no espelho que nem nota o tempo que passou, mas basta se deparar com uma fotografia antiga ou com um velho amigo a quem não se vê com frequência para se surpreender com o efeito do tempo. Os amigos de longe envelhecem mais.
Eu não sinto saudade dos nossos dias. De verdade, mas sei que nunca vou esquecê-los. Não dos detalhes, esses não me importam, mas do que eles significam hoje quando os relembro. Eu já quis apagar tudo da minha memória, mas não deu/não dá. Isso fica como um Brilho Eterno. Fica ali sendo recontado (com as lembranças ruins e boas marcando presença acima de todas as outras).
Apagar é impossível. A lembrança, inclusive, é uma das facetas do amor. O que seria de nós sem ela? Ela é o que nos amarra ao passado. A gente supera o amor, mas deslembrar não dá mesmo.
Não quero ser seu amigo, não quero fazer parte da sua vida presente, mas faço parte da sua vida assim como você faz da minha e pronto. Basta alguém me perguntar sobre as coisas do amor e você estará ali como um fantasma rondando minhas lembranças, assim como estarei na lembrança de outros, da sua, com certeza, porque já fomos um do outro e não importará, mesmo que, depois de tudo, tenho "ela" partido, casado, mudado, sumido, esquecido ou que quer que haja feito, em suma? Diria-me o poeta: tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e esta "ela" jamais poderá passar de ti para ninguém. É um bem inalienável que nos pertencerá pra sempre. Incrível!
Bem, o que passou passou e é daqui pra frente. Agora não somos mais um, somos dois: a sua e a minha vida. Planos separados, outros futuros. O tempo sabe passar.

Espumas ao vento (Accioly Neto)

  Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim Um grande amor não se acaba assim Feito espumas ao vento Não é coisa de momento, raiva pa...