quarta-feira, 30 de março de 2016

É apenas um grampo telefônico

Resultado de imagem para apenas um grampo telefônicoQuem sobreviveria a um grampo telefônico? Eu jamais! Eu e todo mundo, acho. Falo ao telefone com alguns amigos de forma que eu poderia ser acusado de homofóbico, racista, misógino, "coxinha", com preconceito de classes etc. 
Caso essas conversas fossem descontextualizadas e não se levassem em conta a ironia, as metáforas, as piadas, a intimidade que tenho com esse meu amigo.
Eu, provavelmente, seria destituído de qualquer cargo ou impossibilitado de assumir outro que fosse.
Na intimidade não somos mais verdadeiros do que somos ou deixamos de ser na vida pública. Neste lugar, somos o que o lugar nos permite ser: engraçados, talvez. Politicamente incorreto. Inconveniente. E por aí vai.
Mas este lugar deve ser sempre preservado porque ali cabem coisas que não caberiam no dia a dia porque podem ser faces de outras ordens. A intimidade nos permite ser muitas coisas que não seríamos publicamente.
Quem me conhece sabe que eu jamais teria uma atitude de segregação racial, de gênero e muito menos de classe, mas brinco com isso. Não com qualquer um, mas brinco.
E eu seria esculhambado. Minha vida acadêmica seria colocada a prova. Os textos que escrevi sobre isso seriam queimados em praça pública. E eu estaria jogado na lama.
Bem, não sou uma figura pública. E o que eu falo na intimidade não interessaria aos meios de comunicação.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para o relógio paradoTenho um relógio que marca sempre a mesma hora. Nunca adianta ou atrasa. Quando me sinto um pouco sozinho, me sento diante dele e escuto as horas que não passam.

sábado, 19 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Eu estava na China, já não me lembro exatamente em qual cidade, acho que em Hong Kong, diante de um lago com carpas. Muitas carpas. Um  velho chinês olhou pra mim e apontou para elas. Ele não me disse nada, até porque se dissesse, eu não o entenderia. Depois de apontá-las, sorriu. Retribuí-lhe o sorriso e pensei há sentido para além das palavras.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Quando eu era criança, entre os 6 e 7 anos, eu tinha que acompanhar a minha mãe até o seu trabalho. Ou era isso ou eu teria que ficar sozinho em casa. Outros tempos. Era uma diversão: eu não podia encontrar uma máquina de escrever que eu ficava doido.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Nem sempre foi assim, ele pensou. Sabia, portanto, que em outro momento haveria também de ser de outra forma.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...