Eu fui à Penha fui pedir à padroeira para
me ajudar
Salve o Morro do Vintém, Pindura-saia,
eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro
para o mundo samba.
A brincadeira já dura 14 anos e começou despretensiosa: um grupo de amigos, encabeçado pelo sambista Marquinhos de Oswaldo Cruz, lotou um vagão na Central do Brasil e seguiu até o subúrbio carioca, improvisando uma roda de pagode. Pois a festa cresceu, entrou para o calendário turístico da cidade e nesta quarta-feira, 2, atraiu cerca de 50 mil pessoas, que foram à gare ou ao bairro de Oswaldo Cruz, para comemorar o Dia Nacional do Samba.
Um vagão já não é suficiente - quatro trens foram destinados aos grupos de pagode, para a velha guarda das escolas de samba, e blocos carnavalescos. A lotação dos 28 vagões foi esgotada por 3.400 pessoas que trocaram um quilo de alimento pelo bilhete.
A costureira Ana Paula Santana de Freitas, de 33 anos, pegou os três filhos na escola às 10 horas e saiu de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para acompanhar desde cedo a movimentação na Central do Brasil. "A gente adora. Vamos no trem da Mangueira, que fica lotado. Não dá para respirar, mas a gente samba até chegar lá", contou. Para garantir, levava chocalho e pandeiro. "Se faltar música, a gente também toca."