Ontem, último capítulo da novela Caras & Bocas (já postei alguns comentários sobre ela), bastantante satisfatório! Como sempre, casamentos. Muitos casamentos. E praqueles que não se casam, um par, em potencial, para que não se sintam sozinhos e infelizes. É claro que isso não tem nada a ver com a novela, mas com o nosso imaginário em torno do que seja felicidade ("É impossível ser feliz sozinho", cantamos muitas vezes esse verso): até os macacos casaram-se.
Mas um casal (?) me interessa, particularmente, na trama: Cássio e André. Aquele era gay assumido, encontrou uma mulher e se apaixonou. Tranquilo. Este, hétero assumido e aos poucos foi nos dando pistas de que estava interessado no Cássio.
O tema, a homossexualidade, é tão caro para a sociedade que sequer se pode falar sobre ele em alguns horários na TV aberta. A cena em que, supostamente, André conta para a sua família sobre a sua orientação sexual é cortada depois que ele diz que precisa dizer algo sério para todos (quando alguém precisa contar algo sério, pode acreditar, aí tem.). Quando a cena volta, ele já contou e recebe da irmã e cunhado abraços acompanhados da frase: "Parabéns pela sua coragem!". Sua mãe (a mais arredia em torno da sexualidade de André) tb o abraça, mas foge um pouco do assunto convidando-o para um sorvete (estratégia bem bolada e divertida para reforçar e suavizar a questão. Gostei! Estamos num horário das 19h.)
Pode parecer fixação eu abordar tanto esse tema aqui, e é mesmo! É uma maneira de tentar entender o porquê de ainda (e eu sei bem os motivos) em 2010 estarmos tão presos a (pré)conceitos tão século XIX. É claro que as mudanças tb fazem parte dessa observação: imagine uma relação (?) homossexual com final feliz numa novela desse horário?
Mas um silêncio bastante presente insiste em ecoar sentidos por aí.
Num comentário de um post, a Fátima, amiga do Blog Viver é afinar os instrumentos, escreveu sobre uma nova geração que anda surgindo aí, a de sua filha. Menos preocupada, pelo menos em tese, com a vida privada, com os desejos dos outros, com a orientação sexual de cada um. Bom sinal, tb em tese, para as possíveis mudanças em torno do tema. Que venha a próxima geração!!!!
O tema, a homossexualidade, é tão caro para a sociedade que sequer se pode falar sobre ele em alguns horários na TV aberta. A cena em que, supostamente, André conta para a sua família sobre a sua orientação sexual é cortada depois que ele diz que precisa dizer algo sério para todos (quando alguém precisa contar algo sério, pode acreditar, aí tem.). Quando a cena volta, ele já contou e recebe da irmã e cunhado abraços acompanhados da frase: "Parabéns pela sua coragem!". Sua mãe (a mais arredia em torno da sexualidade de André) tb o abraça, mas foge um pouco do assunto convidando-o para um sorvete (estratégia bem bolada e divertida para reforçar e suavizar a questão. Gostei! Estamos num horário das 19h.)
Pode parecer fixação eu abordar tanto esse tema aqui, e é mesmo! É uma maneira de tentar entender o porquê de ainda (e eu sei bem os motivos) em 2010 estarmos tão presos a (pré)conceitos tão século XIX. É claro que as mudanças tb fazem parte dessa observação: imagine uma relação (?) homossexual com final feliz numa novela desse horário?
Mas um silêncio bastante presente insiste em ecoar sentidos por aí.
Num comentário de um post, a Fátima, amiga do Blog Viver é afinar os instrumentos, escreveu sobre uma nova geração que anda surgindo aí, a de sua filha. Menos preocupada, pelo menos em tese, com a vida privada, com os desejos dos outros, com a orientação sexual de cada um. Bom sinal, tb em tese, para as possíveis mudanças em torno do tema. Que venha a próxima geração!!!!