quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Futebol e Samba (texto)

Escola de Samba é como time de futebol, torce-se por uma até morrer e mesmo que faça muito tempo que ela não vença o coração fica pintado com as cores da sua bandeira. Eu sou Flamenguista e torço pela Mocidade Independente de Padre Miguel desde de pequeno. Tanto um quanto outra foram influências de minha mãe. Meu coração é parte Vermelho e preto e Verde e branco.
Não me lembro bem quando foi o carnaval da vitória da escola de samba. Sei apenas que faz alguns anos que ela não vence. Tenho uma vaga lembrança de que foi Ziriguidum 2001 - Carnaval nas estrelas em 1985
Fiz uma rápida pesquisa no google e descobri que foi em 1996 com o enredo Criador e Criatura (o carnavalesco era o Renato Lage). De qualquer maneira, faz é tempo que a minha escola não vence. Este ano acompanhei o desfile pela TV e fiquei impressionado com a Unidos da Tijuca (campeã) e com a Beija-Flor de Nilópolis. Fazia tempo que eu não via o desfile pela TV. O espetáculo (e não é exagero) é muito melhor ao vivo na Marquês de Sapucaí, o sambódromo, mas enquanto não posso ver o desfile, vou acompanhando pelas bordas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pastor defende lei antigay em Uganda (texto)

O pastor ugandense Martin Ssempa além de ser contra a homossexualidade, que julga 'um distúrbio', afirma que a camisinha oferece pouca proteção - ficou famoso após organizar manifestações em que queimou preservativos. 
Atualmente, Ssempa é um dos mais enfáticos apoiadores do projeto de lei anti-homossexual para votação no Parlamento de Uganda.
O país já proíbe por lei o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo, mas o novo texto é mais rígido, incluindo até a pena de morte em alguns casos. 
Ssempa é pastor da Igreja da Comunidade Makerere e integrante da Força-tarefa Contra  a homossexualidade em Uganda. Ele também tem papel de conselheiro e consultor no governo.
Não é nenhuma novidade aqui para nós brasileiros um pastor, um padre, ser contra a homossexualidade e pautar o seu discurso no fato de pessoas do mesmo sexo não poder gerar filhos ou ainda no argumento de ser a homossexualidade contrária à Família Tradicional etc e tal.
Cansei de escrever aqui, em muitas oportunidades, que esses argumentos são tão furados que agora nem vale à pena insistir mais nisso. No entanto, apesar de acreditar que cada um acha o que pode (e não o que quer), continuo lutando pela liberdade de opinião, só não posso concorda que um país sendo laico (e isso acontece tb em Uganda) a vontade de religiosos (em sua maioria fanáticos) possa ser imposta a todos, indistintamente.
Se o pastor é a favor ou contra alguma coisa, incluindo aí a homossexualidade, ele não pode querer que a sua vontade se sobreponha. E quando escrevo aqui sobre a vontade do pastor, estou escrevendo sobre a vontade de certas religiões (como acontece tb no Brasil). Por conta da bancada evangélica e da igreja católica projetos como o de união civil entre pessoas do mesmo sexo e o de criminalização da homofobia estão mofando.
É um passo adiante e tantos outros para trás.




sábado, 13 de fevereiro de 2010

Aos 80 também se ama (Affonso Romano de Sant'Ànna - Texto)

          Não se escandalizem, crianças!  Não se espantem, rapazes! Talvez vocês não se lembrem de um filme famoso intitulado  "Os brutos também amam", mas lhes informo que não apenas  os brutos e os jovem, mas os velhos também amam. É  isso que estou lendo numa revista francesa séria, que tem uma manchete que equivale a: "Nossa Senhora, a Vovó também trepa". E lá está a foto de dois idosos ( que palavra incômoda!)  se acarinhando.
         E a reportagem é uma pesquisa com  pessoas  que têm cerca de 80 anos. Elas estão inteiraças e mandando bala. Os especialistas criaram até uma nova expressão "os novos octos" (a qualquer a hora a imprensa do Rio e São Paulo vai começar a falar disto). Os franceses gostam de encurtar certas palavras, "prof"  no lugar de professor, "filo" no lugar de filosofia, etc.. Pois aí estão  os  "novos octos" , os "novos octogenários".
E o repórter vai dando nomes e idades aos personagens entrevistados. Madalena, 80 anos, está febril para encontrar o seu Louis que chega de avião de Boston;  Maria, assistente social de 81 anos, está felicíssima por que encontrou  Dominique, 13 anos mais jovem, e lá se foi a solidãol  Marcel de 77 anos faz surfe com Ivone. E assim por diante. Enfim, pelo menos 70% desses idosos declaram que carecem de sexo, de uma maneira mais ou menos urgente, mas carecem.
         Quem, teoricamante,  primeiro escancarou a atualidade e a urgência desse assunto foi Simone de Beauvoir  num livro clássico "A velhice". Há que ler.
         É  como se a humanidade estivesse numa frenética reinvenção de si mesma. Vocês sabem que crianças são uma invenção recente, antes de Rousseau e outros elas apenas faziam parte do cenário alheio.  Outra invenção recente é a mulher,   outra o índio, outra o negro, outra o homossexual, e assim por diante. A imprensa e a sociologia estabeleceram que os jovens foram inventados nos anos 60 - o "poder jovem".
         Pois aí é que surge uma coisa curiosa sobre esses que estão chegando aos 80. Todos os governos dos Ocidente deveriam erguer uma estátua  em homenagem a eles, porque  são pessoas que atravessaram historicamente alguns dos momentos cruciais dos últimos anos. Eles viveram a revolução sexual dos anos 60. (Olha aí o "maio  68" de novo, olha aí  a vida que não quer morrer). As mulheres atravessaram a revolução feminista,  viram seus filhos virarem hippies, arriscaram-se em várias experiências pessoais, sociais, familiares  e agora estão aí cruzando os 80.
         Dizem as estatísticas que entre 1980 e 2009 aumentou a percentagem dos que atingem os 75 anos. E o número dos que terão 85  anos deverá quadruplicar os de 75 daqui a algumas décadas.
         Não se trata de fazer uma paráfrase do "poder jovem" e  decretar "o poder aos velhos". Nada disto. Parece que esses que chamávamos de velhinhos estão querendo outra coisa, e isto, sim, é sinal de sabedoria. Peguem a palavra aposentadoria. Antigamente havia uma noção de aposentadoria totalmente danosa: o indivíduo se aposentava, ficava inativo e havia um pressuposto de que aposentava também seu sexo. Aposentado era um morto que se  esqueceu de deitar. Havia, no entanto, uma expressão contraditória, pois dizia-se: "gozar a aposentadoria".
         Havia aposentadoria. Faltava o gozo. E é isto o que os de oitenta anos estão buscando.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Vai saber (texto)

Ontem foi um dia, no mínimo, curioso. Peguei um passageiro e até agora não estou acreditando nos nossos 20 minutos comuns. Nada do que ele dizia fazia sentido. Eu perguntava para ver se conseguíamos, minimamente, nos comunicar, e nada. Ele não falava coisa com coisa. Achei que estava bêbado, não era o caso.  Certamente era tantã, mas não tenho tanta certeza. Sei apenas que me senti em outra dimensão, na Ilha de Lost, talvez.
(Versão do motorista)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sem entender uma palavra sequer (texto)

Entrei num táxi, fiquei "conversando" com o motorista por, pelo menos, 20 minutos sem entender nada do que ele dizia. Ele me perguntava (eu compreendia pela entonação que se tratava de uma pergunta) e respondia qualquer coisa, porque não conseguia entender nada do que ele falava. Ele aceitava a minha resposta (às vezes um aham) e dava prosseguimento àquilo que todo mundo chamaria de surto. Estou até agora sem entender o que se passou. Será que eu estava num episódio do Arquivo X?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

E ai você gosta de Carnaval? Que vai fazer neste Carnaval? (A Cris pergunta)

A Cris, do Canto de Contar Contos, perguntou, num post recente, se gostávamos de carnaval. Pensei, pensei, pensei bastante para não dizer qualquer bobagem e afirmar que gostava ou não gostava assim no calor dos acontecimentos. Sei que já gostei muito, muito mesmo. E ficava esperando o sábado de carnaval para me divertir fantasiado. 
Pensando bem, antes mesmo dessa época eu já era um folião. Minha mãe me fantasiava de índio (já postei aqui a foto - tá aí acima) ano após ano e me levava para um clube. Não me lembro muito bem desse tempo. Mas as fotografias "não mentem". Além das histórias engraçadas que ela contou, muito tempo depois,  dessa época.
Na adolescência não podia perder um carnaval (daquele jeito que acha que o mundo vai acabar na quarta-feira de cinzas e tem que aproveitar até o último instante): fantasia de dia, fantasia de noite. 
Quanto eu já tinha idade para frequentar o baile de adultos (naquela época, não tão remota, isso existia) eu tinha que ir as quatro noites. Ficava como um doido (porque só doido mesmo) rodando o salão
Com os primos (postiços) Tony e Rose brinquei bastante. Saíamos fantasiados naqueles enormes grupos de foliões. Sei que isso durou um bom tempo, mas não sei, exatamente, quando isso terminou. 
Depois o carnaval virou sinônimo de viagem para a Ilha Grande. Era muito divertido. Os amigos Robson, Vera, Íngridi, Gil, Dias numa época e Sebastian e Ana noutra (não necessariamente nesta ordem e nem os grupos tão fechados e definidos). Esperávamos para reencontrar na mesma pousada os amigos dos anos anteriores. E aí o carnaval era praia de dia e conversa (bebida) à noite.
Isso tb passou.
Noutra época passei apenas a viajar para a praia com os amigos de Curitiba (já adulto). Aí o carnaval já havia se transformado em alguma coisa que nem sei explicar.
De volta ao Rio conheci a Vanise, pronto (!), perdição total. Até fantasia ela me obrigou a vestir (na verdade nem fui tão obrigado assim). Sambódromo. Desfile em escola de samba. Blocos de rua: Cordão do Bola Preta; Imprensa que eu gosto; Simpatia é quase amor; Banda de Ipanema; Carmelitas; Boi-Tatá etc. Bons anos!
Ultimamente, voltei ao programa praia, mas com música, não necessariamente de carnaval. Além disso tb reencontro alguns amigos. Um encontro praticamente anual em Florianópolis.
Este ano não sabia o que fazer, não estava animado. Até que uma mensagem me tirou o sono (uma vaga sobrando numa pousada). Comprei as passagens e vou, mais uma vez, para Floripa: naquele esquema: praia de dia e pousada à noite (porque nao sou de ferro e as pernas doem).
Acho que gosto sim de carnaval, mas um carnaval menos folião e mais reencontro. E você?

E se o tempo parou? (texto)

Tenho, às vezes, a impressão de que o tempo parou.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...