Conheceram-se por acaso numa viagem a São Paulo. Ele da direita para esquerda no Viaduto do Chá, ela da esquerda para a direita no Santa Efigênia. Só mesmo o dedo do acaso! Andaram pela Paulista em dias diferentes. Visitaram amigos: ele no Jardim Europa, ela no Alto de Pinheiros. Mas uma cruzada de olhar enquanto atravessavam, para lados opostos, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva selava para sempre as suas vidas.
ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
domingo, 18 de abril de 2010
Da Série Contos Mínimos (texto)
Conheceram-se por acaso numa viagem a São Paulo. Ele da direita para esquerda no Viaduto do Chá, ela da esquerda para a direita no Santa Efigênia. Só mesmo o dedo do acaso! Andaram pela Paulista em dias diferentes. Visitaram amigos: ele no Jardim Europa, ela no Alto de Pinheiros. Mas uma cruzada de olhar enquanto atravessavam, para lados opostos, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva selava para sempre as suas vidas.
Da Série Contos Mínimos (texto)
Uma vida inteira sem contar nada: felicidade, tristeza, solidão, encontro. Toda ela deixando-se levar por emoções livres. Bastavam apenas as prisões cotidianas.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Apesar...
A semana acabou e não dei conta da metade do que eu tinha para fazer. Sobrou bastante atividade para o final de semana. E tenho, sem alternativa, que finalizar várias tarefas. Nem dá para reclamar (muito), porque a semana, apesar de tudo, foi boa: apesar da alergia, apesar de ter ido ao teatro ver Os Pândegos (mais sem graça, impossível), apesar de um funcionário, responsável pelo meu curso, perder os meus documentos.
O tempo esquentou um pouco. Ri com amigos no trabalho e estou conseguindo finalizar uma projeto que começou em 2008 (pode parecer demais - e é -). Hoje, fiz mais testes para descobrir o porquê das manchas na pele. É sempre um começo. Fui à consulta com uma bolsa cheia de produtos que costumo usar. Já me furei mil vezes e, por enquanto, na-da.
Na próxima sexta os resultados e se nada for descoberto, mais uma bateria de exames. É capaz da alergia sumir sem se saber a sua identidade. A gente vai levando.
Um bom final de semana para todos que passarem por aqui.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
EROS E PSIQUE
Conta a lenda que dormia
uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
(Fernando Pessoa)
terça-feira, 13 de abril de 2010
A justiça é lenta, lentíssima, mas, às vezes, ...(texto)
Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi julgado pela 3ª vez. Após 15 horas de julgamento no fórum de Belém (PA), na noite desta segunda-feira (12), acusado de ter encomendado, em 2005, a morte da missionária Dorothy Stang pegou 30 anos de prisão em regime fechado.
Dorothy Stang foi executada com seis tiros em um assentamento em Anapu, no Pará.
Esse foi o terceiro julgamento de Bida. No primeiro, em 2007, ele foi condenado a 30 anos de prisão, mas teve direito a um novo júri. No segundo, foi absolvido, mas o Ministério Público recorreu da decisão e a Justiça anulou a sentença.
Bida teve a pena agravada pelo fato da vítima ser pessoa idosa. A tese defendida pela acusação foi de homicídio duplamente qualificado, praticado com promessa de recompensa, motivo torpe e uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima. Ele recebeu a sentença por volta de 23h40, e perrmanecerá preso no Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém.
Para o juiz, ele negou envolvimento no crime e se recusou a responder a perguntas dos promotores.
O início do julgamento de Bida atrasou em uma hora porque o advogado dele não compareceu e enviou outro representante. O novo advogado teria pedido um prazo ao juiz para se inteirar sobre o caso. O pedido foi negado.
Vários religiosos e camponeses que conviveram com a irmã Dorothy viajaram para Belém para acompanhar o julgamento. O irmão da missionária também saiu dos Estados Unidos e está no Brasil para acompanhar o caso.
Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas de manhã. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o primeiro depoimento foi de Roberta Lee Spires, conhecida como irmã Rebeca, que falou sobre o trabalho desenvolvido por Dorothy.
O juiz, a acusação e a defesa também ouviram a defensora pública Eliana Vasconcelos (que atuou na defesa de outro acusado de envolvimento no crime), o agricultor Gabriel do Nascimento (que trabalhou com a missionária) e o delegado da Polícia Federal Ualame Machado (que investigou o caso).
O quinto e último réu no processo, Regivaldo Galvão, será julgado em sessão marcada para o dia 30 de abril deste ano.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Pequenas conquistas, grandes espaços (texto)
Tenho postado aqui, com certa frequência, assuntos sobre as perdas e as conquistas da comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros (LGBTT). Acho que se eu fosse produzir estatística sobre esses posts, quero dizer, se houve mais textos que se relacionavam às perdas ou às conquistas, acredito que, pela lentidão como tudo acontece aqui no país e no mundo em torno da sexualidade humana, dos direitos dos homossexuais etc., teríamos, ainda que a passos curtos, mais ganhos do que perdas. Ganhamos todos quando os direitos de minorias são reconhecidos! Não tenho dúvida.
O movimento feminista, por exemplo, contribuiu muito para que outros movimentos de liberdade e direitos pudessem tb requerer seus espaços.
Semana passada o G1 (portal da Globo) publicou matéria sobre o 3° casamento gay, e o 1° entre mulheres na Argentina. Pode, em princípio, parecer pouco (e é), no entanto sabemos o quanto é complicado um passo adiante quando o tema é sexualidade/homossexualidade. Basta pensar o tempo em que o projeto de lei sobre a criminalização da homofobia (PLC 122/2006) está tramitando (por falta de palavra que signifique estagnação) no Senado (o projeto foi aprovado em novembro de 2006 por consenso de líderes na Câmara dos Deputados e continua sendo barrado, sobretudo pela bancada evangélica).
Os senadores MAGNO MALTA (PR/ES) e MARCELO CRIVELLA (PRB/RJ) são os maiores opositores do processo de votação do projeto. Requerem audiências públicas sem data definida para protelar ainda mais a discussão e a decisão dos senadores.
A vitória terá um gosto muito mais doce do que eles podem imaginar. É só esperar!
É importante escrever tb que o projeto beneficiará outros segmentos da sociedade. Ele amplia a Lei n° 7.716/1989, tipificando como crime tb o preconceito e a discriminação de origem, condição de pessoas idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
O PLC é um projeto contra o preconceito. E preconceito é burrice e, no nosso, caso, CRIME, porque, segundo o Grupo Gay da Bahia há, pelo menos, um assassinato por dia motivado por questões sexuais aqui no Brasil.
Os senadores MAGNO MALTA (PR/ES) e MARCELO CRIVELLA (PRB/RJ) são os maiores opositores do processo de votação do projeto. Requerem audiências públicas sem data definida para protelar ainda mais a discussão e a decisão dos senadores.
A vitória terá um gosto muito mais doce do que eles podem imaginar. É só esperar!
É importante escrever tb que o projeto beneficiará outros segmentos da sociedade. Ele amplia a Lei n° 7.716/1989, tipificando como crime tb o preconceito e a discriminação de origem, condição de pessoas idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
O PLC é um projeto contra o preconceito. E preconceito é burrice e, no nosso, caso, CRIME, porque, segundo o Grupo Gay da Bahia há, pelo menos, um assassinato por dia motivado por questões sexuais aqui no Brasil.
sábado, 10 de abril de 2010
A Vacina e as criancinhas (texto)
Acabei tomando a vacina contra a gripe H1N1, ainda que algumas pessoas tivessem me desencorajado. Ainda que eu tivesse recebido diversos e-mails relatando problemas com ela. Por enquanto estou vivo, sem nenhuma reação: não virei um porco, não estou chafurdando, não tenho doses cavalares de mercúrio correndo no meu corpo, não adquiri a gripe minutos depois de me vacinar, e acho, apenas, que estou livre dela.
Mas aproveitei a oportunidade para aterrorizar as criancinhas (e adultos tb) que estavam na fila depois de mim. É claro que não senti nenhuma dor e tudo foi tão rápido que antes mesmo que eu me desse conta, já estava com um chumaço de algodão embebido em álcool sobre o furinho que a agulhada fez (mas só eu sabia disso, as pessoas na fila não).
Aí quando saí da sala, fiz aquela cara de dor, entortei o pescoço e comecei a mancar , não me esqueci de uma das mãos sobre o braço perfurado pela agulha de vacinar hipopótamo (a mão sobre a ferida produz um grande impacto porque não se vê o que está sob ela). É claro que não dava para fazer mais malabarismos porque os pais podiam reagir de uma forma violenta e eu não estava ali para apanhar, sobretudo naquele personagem fragilizado pela dor.
Um pequeno burburinho iniciou-se com a minha passagem. Só não ouvi, para minha tristeza, crianças chorando, mas caras em pânico sim. Não tive tempo para me arrepender ainda, mas não descarto a possibilidade.
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