domingo, 10 de outubro de 2010

Primeiro debate entre os dois candidatos à presidência da República (texto)

Neste momento inicia, na Bandeirantes, o debate entre os presidenciáveis Dilma Rousself e José Serra. Estou acompanhando com a maior atenção. Serra Inicia o tema: Educação. Fala sobre as suas propostas para a educação brasileira. 2 minutos depois, Dilma inicia a sua fala tb sobre a educação pública. Em seguida um candidato faz pergunta ao outro.
A Dilma pergunta a Serra sobre as calúnias sobre ela na mídia. Sobretudo em relação ao aborto. E lembra a Serra que ele assinou uma lei legalizando o acesso ao aborto no Sistema Único de Saúde.
O debate, neste momento, entra em questões pessoais: deus, religião etc. no momento da réplica do Serra. Em seguida Serra pergunta sobre segurança pública. Dilma está respondendo agora e toca na questão da polícia de São Paulo. 
O debate me parece meio perdido, a pergunta não tem muita relação com a resposta, ou seja, cada um deles responde o que quer sobre o tema. Na réplica de Dilma, ela fala de um acessor de Serra que fugiu com dinheiro da campanha. E assim termina o primeiro bloco.
O segundo bloco, Serra pergunta sobre as Santas Casas de Saúde. Dilma resposde e pergunta sobre as mulheres que fazem aborto. Serra não responde. E fala sobre as Santas Casas. Dilma dá resposta sobre o tempo em que Serra foi Ministro da Saúde e nada fez em relação à dívida das Santas Casas. 
Dilma pergunta a Serra sobre as ações da Petrobrás. Serra diz que tem cabeça própria e que nã foi pinçado por ninguém. Diz que na sua vida pública ele não tem nada a esconder, a vida dele é pública.
Dilma pergunta sobre as declarações de Fernando Henrique Cardoso (FHC) sobre as práticas de privatizações atribuídas a Serra. Serra responde: diz que o PT na prática faz outra coisa. Diz que o PT privatizou dois bancos.
Segundo o Serra o Brasil do PT seria o Brasil do Orelhão. Dilma replica, o meu Brasil não é o do orelhão, mas o da Banda Larga. Ela fala sobre os recursos do Pré-Sal e diz que o candidato está desinformado sobre os recursos dessa riqueza que, segundo ela, é a maior riqueza do país.
José Serra faz a próxima pergunta e retorna ao tema Segurança Pública. Dilma responde que o problema da segurança é a longo prazo e não imediata. Dilma diz em sua téplica que Serra está manipulando os dados. Dilma fala sobre a parceria entre as polícias e diz tb que é importante o policiamento de fronteira. Agora fala sobre os usuários de droga em SP.
Final do segundo bloco. 
Inicia o terceiro bloco.
Os candidatos voltam a se perguntar. pergunta de um minuto e resposta de dois minutos. Boechat abre o terceiro bloco. Dilma pergunta: Serra vc foi ministro do planejamento na época áurea das privatizações, quantas empresas vc privatizou nesse processo? Serra fala da telefonia e não responde objetivamente a pergunta. Ele fala sobre os leitos para usuários de drogas. Dilma diz que o candidato não respondeu: lembra da Nossa Caixa e a Cesp. Serra diz mais uma vez o debate voltou ao mesmo ponto. E responde sobre a venda do Nossa Caixa.
Serra pergunta: volta ao assunto da Saúde. Implantação dos genéricos. Segundo a Dilma a produção de genéricos aumentou.
Serra ri debochadamente ao inciar a sua réplica. E diz que é natural que a produção dos genérios aumentou porque não é feita pelo governo. Dilma em sua tréplica diz que Serra é réu em processo de calúnia.
Termina o terceiro bloco. 
Início do quarto e penúltimo bloco. 
Serra pergunta a Dilma: a respeito de infraestrutura portos e aeroportos. Dilma responde que durante o governo do FHC nada foi feito em relação aos investimentos de portos. Segundo a Dilma houve democracia em relação ao uso de avião no país e por isso os problemas de infraestrutura. Dilma, na sequência, pergunta: Se Serra vai dar continuidade aos programas do Lula. Diz que vai continuar tudo o que deve ser continuado. Em sua tréplica continua com os risinhos e diz que não falou mal de nenhum dos programas, mas que o governo não entregou as moradias que prometeu.
Termina o quarto bloco.
Intervalo.
Inicia o quinto e último bloco em 30 segundos. 
Dilma começa os seus 3 minutos para fechar o debate. Fala sobre as calúnias e diz que sempre respeitou os adversários. Diz que lamenta muito os momentos que a campanha baixou o nível. Diz que quer construir o futuro, lembra da educação básica às universidades. Acesso à saúde, aos exames, ao fim das filas nos hospitais. 
Serra inicia os seus três minutos. Pede votos e pede que cada um de seus eleitores consiga mais um voto. Diz que vai trabalhar para construir no Brasil uma economia forte. Serra diz que vai manter e ampliar os programas socias.

Acredito que o debate deu, de certa forma, para comprender, pelo menos, as propostas de cada um dos candidatos, o passado de cada um deles e o que esperam para o país. É claro que muito no não dito tb nos pode esclarecer sobre as intenções de cada um dele. O silêncio disse muito mais do que as palavras.
Foi um encontro tenso do início ao fim, mas a tensão tb nos ajuda a entender um pouco as personalidades de cada um dos candidatos.
Eu n ão votei no primeiro turno, mas voto no segundo. Sei o que passei na universidade pública durante os anos de FHC e não gostaria de repetir a dose. Sei tb que as privatizações proposta e executadas pelo PSDB não foram as melhores coisas desse governo, sobretudo porque eram empresas que produziam e geravam empregos e capital pata o país.
Por outro lado, não posso me esquecer do controle da inflação durante os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, mas tenho certeza de que o país melhorou muito nos oitos anos de Luís Inácio Lula da Silva. Principalmente em relação aos investimentos no norte e nordeste do país, regiões sempre esquecidas pelos presidentes. E tb as mudanças em relação ao pode aquisitivo de uma parcela da população do Brasil.
Ainda que se critique muito os programas sociais, ele retirou da miséria muitos brasileiros.

Dilma e a fé cristã - Frei Betto

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

sábado, 9 de outubro de 2010

Marina,... você se pintou? Maurício Abdalla*

Marina, morena Marina, você se pintou diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o grito da Terra e o grito dos pobres , como diz Leonardo.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famiglias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz . Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. Azul tucano . Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a vitória da Marina . Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.
Marina, você faça tudo, mas faça o favor : não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você tanto faz . Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele .
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu .

*Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.

Viva o Golpe de 1964 (Charge)

As mulheres que fazem aborto não serão tratadas como “questão de polícia” (texto)

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff reafirmou nesta sexta-feira (8), em evento com aliados em São Paulo, que, se eleita, as mulheres que fazem aborto não serão tratadas como “questão de polícia”.
Segundo ela, as religiões “têm papel fundamental para esclarecer as mulheres” e não deixar que elas “incorram nesse tipo de atitude”. O encontro entre a petista e os aliados foi no Sindicato dos Metalúrgicos.
“Eles ficam falando que eu sou a favor do aborto. Eu quero dizer que eu, como pessoa, sou contra o aborto porque é uma violência contra a mulher. Agora eu, como presidente da República, não fecharei meus olhos para as milhares ou milhões de mulheres, adolescentes, mulheres pobres, que, em momento de desespero, sem proteção, porque não sabem se podem criar seus filhos ou não, cometem atos extremos e alguns deles que colocam a vida delas em risco. Eu não tratarei essas mulheres como questão de polícia. É uma questão de saúde”, disse.
“A gente terá de fazer uma campanha que una todas as igrejas, todas as comunidades, estado, município e governo federal e que assegure para todas as mulheres, em qualquer estágio de gravidez, que elas poderão criar seus filhos com dignidade”, afirmou a petista.
Dilma voltou a citar sua vida pessoal como exemplo de que não é a favor do aborto.
“Vi minha filha única se aproximar da hora do parto, vi meu neto nascer e ser batizado. Quero dizer para vocês que uma pessoa que viu a manifestação da vida dentro da sua família não pode jamais ser contra a vida.”
A candidata argumentou que o governo Lula é "a favor da vida" porque elevou as condições econômicas da pessoas. Dilma ainda disse que sua candidatura representa “a corrente do bem”. “No dia 31 [de outubro], vamos olhar para a urna com aquela alegria porque vamos ser vitoriosos. Nós, de fato, representamos a corrente do bem, e não a corrente do mal que campeia por aí”, disse a candidata.
“Esse é o verdadeiro projeto a favor da vida. Esse projeto colocou na ordem do dia o resgate da família brasileira porque, quando elevaram a desigualdade no país a níveis absurdos, a consequência disso foi uma só, o esfacelamento da família”, disse a petista.
Participaram do evento o candidato a vice na chapa de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes (PSB), senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira (PDT-SP), entre outras lideranças dos partidos aliados.


'Liberdade de crença e religião'
No discurso, Dilma falou ainda em “liberdade de crença e religião”. “Aqui, as igrejas todas convivem, aqui nunca conhecemos guerra religiosa. Aqui tem um povo generoso e temente a Deus.”
Antes da petista, o senador Aloizio Mercadante (PT), que concorreu o governo de São Paulo, disse que o “terrorismo, o medo e a mentira” são usados como “arma política” atualmente.
Ela afirmou que o mesmo ocorreu em 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva disputou a presidência da República, e relembrou a militância política ao lado da senadora Marina Silva (PV), que deixou o PT em 2009.
“Eu me lembro, em 89, a Marina, que sempre foi uma mulher de fé, a indignação dela quando diziam que o Lula fecharia todos os templos evangélicos desse país. Está aí: oito anos de governo, liberdade religiosa, respeito mais absoluto ao culto, à fé de cada um”, afirmou.

Coração de Marina 'bate do lado esquerdo', diz senador

Mercadante, que foi líder do governo no Senado, também pediu o apoio de Marina no segundo turno, afirmando que o coração dela “bate do lado esquerdo”. A senadora do PV ficou em terceiro lugar na disputa pela Presidência da República, com quase 20 milhões de votos. O apoio dela no segundo turno é disputado pelo PT e pelo PSDB.
“Não teve uma votação que eu não estivesse com Marina no plenário durante esses sete anos enquanto ela era ministra e quando ela voltou a ser senadora. E sempre contra quem? Contra os mesmos que hoje dizem que querem o apoio dela. Minha querida Marina, seu coração bate do lado esquerdo. Você pode mudar de posição, e eu respeito a Marina porque acho que é sincera a luta que ela desenvolve. Mas você Marina, pela sua história e pela nossa história, você não pode mudar de lado, seu lado é aqui, é junto com Dilma, é junto com Lula”, disse.
O ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes (PSB), que passou a fazer parte da coordenação de campanha de Dilma no segundo turno, discursou antes da candidata. Ele disse que foi questionado por estudantes sobre as alianças na coligação.

COLOCANDO NA BALANÇA




sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nos preparemos para o Segundo turno e para as baixarias do Candidato do PSDB (texto)


 O candidato à Presidência da República José Serra do PSDB, enfatizou a questão do aborto em seu primeiro programa eleitoral na TV no segundo turno. Ele disse que sempre (sic) condenou o aborto e afirmou ter valores cristãos (sic).
A fala de Serra já nos indica o tom da sua campanha no segundo turno. Parece-me que começa um Vale Tudo para chegar à presidência do país. E nessa fala, parece-me tb, que o candidato do PSDB quer nos fazer acreditar que Dilma Rousseff, candidata do PT, está fazendo campanha pelo aborto.
Serra prometeu implementar o programa "Mãe Brasileira", um programa de sáude pública voltado para mulheres grávidas. "O dom da vida é o mais bonito e o mais sagrado que a gente recebe. Mãe brasileira, um programa do Serra que vai cuidar da mãe e proteger a vida do bebê muito antes dele nascer. Consultas de pré-natal, apoio a saúde da mãe e do bebê. Mãe brasileira, a favor da vida, a favor do Brasil". Demagogia. Por dia acontecem 2,7 mil abortos no Brasil.
Não nos esqueçamos de que clínicas clandestinas continuam matando mulheres Brasil afora. O fato de defender, nem sei se é essa a posição da candidata do PT, o fim desses açougues nao significa de forma alguma ser contra a vida. Bem ao contrário. Lutar para que as mulheres possam legislar sobre o seu corpo é lutar pela democracia. Ninguém pode e deve dizer o que cabe à mulher. A não ser a própria mulher.
Esse mesmo argumento usado pelo candidato do PSDB "Valores cristãos" é usando para condenar, por exemplo, os homoossexuais, quando se afirma que sexo é apenas para reprodução ou que crianças adotadas por casais homossexuais serão influenciadas pela orientaçãos dos pais (como se isso fosse uma verdade natual. Por que pais heterossexuais não conseguiram influenciar os seus filhos homo? Sendo assim, porque o contrário seria um fato?)
Quem é que pode afirmar que um filho sempre é desejado? Quem é que pode afirmar que ter um filho sem vontade não acarretará problemas futuros tanto para a criança quanto para a mãe? Quantas mulheres não morrem em virtude de abortos ilegais? O aborto clandestino é um problema de saúde pública.
Alguém aqui já viu como são realizados esses procedimentos nessas clínicas espalhadas por todas as cidades?
Há estatísticas, provinda de países nos quais o aborto não é crime, que afirmam que o acesso ao aborto legal permite reduzir progressivamente o aborto, justamente porque a lei está associada à prevenção das gravidezes não desejadas.
Além disso, o que não é pouco, pode-se elencar que:
Podem ocorrer problemas na futura vinculação afectiva entre a mãe e a criança nascida quando a gravidez é vivida em sofrimento.
A IVG (interrupção voluntária da gravidez) quando considerada crime promove a perseguição às mulheres que abortam.
Embora não haja mulheres na prisão, há mulheres com pena suspensa. Dezenas de mulheres são perseguidas, sujeitas a exames médicos humilhantes e expostas à opinião pública.
Nenhum sistema de saúde entrou em colapso depois da despenalização da IVG.
Proibir não elimina o recurso ao aborto. Quando as mulheres sentem que ele é necessário fazem-no, mesmo que não seja em segurança.
Um aborto mal feito pode ter consequências graves para a saúde da mulher.
Definir um feto (um embrião ou mesmo um ovo) como uma "pessoa", com direitos iguais ou mesmo superiores aos de uma mulher - uma pessoa que pensa, sente e tem consciência - é um absurdo. O Estado é laico, portanto não pode ser influenciado por questões religiosas.
A proibição do aborto é discriminatória em relação às mulheres de baixo nível sócio-económico, que são levadas ao aborto autoinduzido ou clandestino. As mais diferenciadas economicamente podem sempre viajar para obter um aborto seguro.
O primeiro direito da criança é ser desejada.
A possibilidade de escolha é boa para as famílias.
Uma gravidez indesejada pode aumentar tensões, romper a estabilidade e empurrar as pessoas para baixo do limiar de pobreza.
Em seu programa, Dilma afirmou que no segundo turno fará uma campanha em favor da vida e reclamou dos boatos de que seria favorável ao aborto. No programa, os eleitores de Dilma foram instruídos a entrar no site da candidata e obter material para rebater os e-mails que acusam a petista de defender o aborto.
Uma pequena amostra de países que descriminalizaram o aborto:
1- Albania
2- Argélia
3- Austrália
4- Bélgica
5- Benin
6- Botsuana
7- Bulgária
8- Burkina Faso
9-Camboja
10- Canadá
11-Chade
12-República Theca
13-Etiópia
14-França
15-Gana
16-Guiné
17-Guiana
18-Grécia
19-Irã
20-Malásia
21-Mali
22-México
23-Mongólia
24-Nepal
25-Paquistão
26-Portugal
27-Romênia
28-Eslovaquia
29-Espanha
30-África do Sul
31-Suíça
Segundo a Wikipédia:
Canadá
O aborto não é coibido pela lei canadense. Desde 1969 que a lei permite a prática de aborto em situações de risco à saúde, e, a partir de 1973, a interrupção voluntária da gravidez deixou de ser ilegal. O Canadá é um dos países do mundo que dá mais liberdade de fazer um aborto; o acesso ao aborto é fornecido pela assistência médica pública para os cidadãos canadenses e para os residentes permanentes, nos hospitais do país.
De 1994 a 1998, membros de movimentos "pro-life” alvejaram com armas de fogo quatro médicos que praticavam abortos, tendo um sido assassinado em 1998. Em 1992, uma bomba incendiária causou severos danos numa clínica onde se realizavam abortos.

Cuba
O aborto é permitido até as doze semanas desde o triunfo da revolução comunista, em 1959. Cuba é o único país hispânico em que o aborto é legal sem restrições. A Cidade do México e uma outra exceção.

México
No México a legislação sobre o aborto é muito regional. Existem estados onde o aborto é legal quando o feto apresenta alguma deformação genética ou quando é produto de una violação. Recentemente no ano 2009 em muitos estados mexicanos passaram leis que proíbem qualquer forma de aborto como reação ao fato de que o aborto é legal na Cidade do México desde 2008, com a única limitação de que seja praticado nos trés primeiros meses de gestação. O aborto neste caso é praticado e assistido em clínicas do estado com atenção médica especializada e gratuita.

Estados Unidos da América
O aborto é legal, desde os anos 70, na esmagadora maioria dos estados, só não é legal no Dakota do Sul. É também legal quando a mulher invoca fatores socioeconômicos.

Europa
Em todos os países da Europa, exceto Malta, o aborto não é penalizado em situações controladas.

Alemanha
O aborto é permitido até às doze semanas a pedido da mulher após aconselhamento médico, ou em consequência de violação ou outro crime sexual. É também permitido após as doze semanas por razões médicas que possui, segundo a lei alemã, uma definição lata, incluindo saúde mental e condições sociais adversas.
A interrupção da gravidez é regulada na Alemanha pelo Artigo 218 do Código Penal.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos manteve-se entre 20 e 21% de 1980 a 1985, tendo diminuído até 13% em 1995. Em 1996 houve um aumento abrupto para 16%, mantendo-se em 1997 e a taxa de 2000 foi de 18%.

Áustria
O aborto é permitido até as doze semanas a pedido da mulher (lei de 1975). Permitida após as doze semanas em caso de perigo de vida, risco de malformação do feto, mulher menor de 14 anos.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos manteve-se estável em cerca de 15% de 1960 a 1974, tendo em 1975 tido um salto para 28% e diminuindo gradualmente até 17% em 1988. Em 1989 houve uma quebra signficativa para 4.1% tendo mantido valores entre 3.9% e 2.8% desde então.

Bélgica
O aborto é permitido até as doze semanas quando a gravidez coloca em risco a mulher, razões sociais ou econômicas. Permitida após as doze semanas em caso de sério risco para a saúde
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos tem variado entre 9% e 23% de 1992 a 1999, não apresentando dados para outros anos.

Bulgária
O aborto é permitido a pedido da mulher até às doze semanas. Até às vinte semanas por risco médico. Permitida após as vinte semanas em caso de má formação do feto.
Segundo dados da Eurostat, há um número semelhante de abortos legais e nados-vivos desde 1960 a 1999. Estes valores diminuíram ligeiramente em 2000 e a taxa passou para 75% em 2001.

Dinamarca
O aborto é permitido até as doze semanas a pedido da mulher mediante a apresentação de um requerimento a um médico ou centro social, que aconselhará a mulher e a encaminhará para um hospital, se mantiver a intenção de interromper. Permitida após as doze semanas em caso de risco de morte ou saúde física da mulher, risco de malformação do feto.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos manteve-se estável em cerca de 5% de 1960 a 1967, tendo aumentado rapidamente até 41% em 1976 e estabilizando até 1981 altura em que começou a diminuir gradualmente até 25% em 1994 tendo-se mantido mais ou menos estável desde então.

Grécia
O aborto é permitido até as doze semanas a pedido da mulher. Permitida até as vinte semanas em caso de risco de morte ou saúde física ou mental da mulher, violação ou outros crimes sexuais. Permitida até as 24 semanas no caso de risco de malformação do feto.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos aumentou de 7.3% em 1989 para 12.2% em 1994.

Países Baixos
O aborto é permitido até as treze semanas a pedido da mulher. Permitida após as 24 semanas em comprovadas situações de dificuldade e falta de alternativas da mulher, decisão tomada entre a mulher e um médico.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos manteve-se estável entre 9.5% e 9.9% em 1985 e 1992 tendo aumentado ligeiramente desde então até 11.6% em 1997.

Itália
O aborto é permitido até aos noventa dias (entre as doze e treze semanas) por razões sociais (incluindo as condições familiares e/ou as circunstâncias em que se realizou a concepção), médicas ou econômicas: de fato, a pedido da mulher. Permitida em qualquer momento em caso de risco de morte ou saúde física ou mental da mulher, risco de malformação do feto, violação ou crime sexual.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos aumentou de 32% em 1980 para 39% em 1984 tendo diminuído gradualmente desde então até 26% em 1992 e mantendo-se mais ou menos estável até 1999.

Irlanda
O aborto é permitido apenas em caso de risco de morte da mulher, incluindo o de suicídio.

Noruega
O aborto é permitido a pedido da mulher até as doze semanas. Permitida após as 12 semanas para proteger a saúde da mulher e nos casos de violação.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos variou entre 25% e 31% de 1974 a 1992, tendo-se mantido entre 25% e 23% até 2001.

Polônia
O aborto é permitido em caso de violação (estupro), incesto, risco de morte ou saúde física da mulher ou risco de malformação do feto. Nos casos de justificativa médica a mesma tem de ser realizada por dois médicos diferentes do que vai realizar o aborto. 
Na Polônia o aborto foi livre durante o regime comunista até 1993. Movimentos fazem campanha para que a Constituição polonesa seja reformada, no sentido de ampliar a proteção legal da vida humana até o momento da concepção. Há também movimentos que defendem a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez à semelhança da maioria dos países da União Europeia.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos aumentou de 23% 1963 para 30% em 1967, tendo diminuído até 20% em 1987. A partir deste ano há uma quebra acentuada e os valores chegam a 2.3% em 1992 tendo mantido valores inferiores a 0.25% desde então.

Portugal
O aborto é permitido em Portugal até às dez semanas de gestação a pedido da grávida. A Lei nº 16/2007 de 17 de Abril indica que é obrigatório um período mínimo de reflexão de três dias e tem de ser garantido à mulher "a disponibilidade de acompanhamento psicológico durante o período de reflexão" e "a disponibilidade de acompanhamento por técnico de serviço social, durante o período de reflexão" quer para estabelecimentos públicos quer para clínicas particulares. A mulher tem de ser informada "das condições de efectuação, no caso concreto, da eventual interrupção voluntária da gravidez e suas consequências para a saúde da mulher" e das "condições de apoio que o Estado pode dar à prossecução da gravidez e à maternidade". Também é obrigatório que seja providenciado "o encaminhamento para uma consulta de planeamento familiar."
O período de permissão é estendido até às dezesseis semanas em caso de violação ou crime sexual (não sendo necessário que haja queixa policial), até às vinte e quatro semanas em caso de malformação do feto.
É permitido em qualquer momento em caso de risco para a grávida ("perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida") ou no caso de fetos inviáveis.

Reino Unido
O aborto é permitido até as 24 semanas por razões sociais, médicas ou econômicas. Permitida após as 24 semanas nos casos de risco para a vida da mãe, risco de grave e permanente doença para a mãe e nos casos de risco de malformação do feto.
O aborto é legal na Inglaterra, Escócia e País de Gales desde 1967. Nessa altura, a legislação britânica era uma das mais liberais da Europa. Hoje, a maioria dos países europeus adoptaram legislação semelhante.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos manteve-se estável entre 23% e 26% de 1985 a 1997, tendo aumentado até 30% em 2001.

Suécia
O aborto é permitido a pedido da mulher até as dezoito semanas. Permitida até as 22 semanas por motivos de força maior (ex: inviabilidade do feto).
A primeira legislação aceitando o aborto na Suécia foi emitida em 1938. Previa que o aborto seria legal caso existissem razões médicas, humanitárias ou eugênicas.
Segundo dados da Eurostat, a taxa de abortos legais por nados-vivos aumentou de 3% em 1960 para 36% em 1979 tendo-se mantido entre 28 e 36% desde então.

Suíça
O aborto é permitido até as doze semanas quando a mulher se encontra numa situação de emergência. A mulher deve ser informada exaustivamente antes de se submeter à intervenção.
O aborto é regulado pelo artigo 119 do Código Penal.

Ásia
República da China (Formosa ou Taiwan)
O poder executivo da República da China (Taiwan) propôs uma emenda à legislação vigente sobre o aborto que, entre outras coisas, estabelece um período de "reflexão" de três dias para todas as mulheres que desejem abortar. Isto devido a recentes estatísticas que revelam um número maior de abortos que de nascimentos por ano no país. Segundo um estudo de 1992 publicado pelo Journal of the Royal Society of Health, 46 por cento das mulheres de Taiwan já se submeteram a um aborto. A agência Associated Press informa que vários proeminentes ginecólogos de Taiwan atualmente creem que há mais abortos que nascimentos por ano, uma cifra estimada em 230 mil abortos.
A emenda obrigaria as mulheres a provar que consultaram seu médico antes de buscar um aborto, e as menores de 18 anos teriam que contar com autorização de seus pais ou tutores. 

Nova Zelândia
O aborto é permitido, desde 1977, até as vinte semanas de gravidez, e depois das vinte semanas, se prejudicar a saúde da mulher. A regulamentação requer que o aborto após as doze semanas de gestação têm que ser realizadas em “instituições licenciadas”, que são normalmente hospitais.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...