quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eu não gosto dos meninos (curta-metragem)

Abaixo, na íntegra, o curta-metragem do projeto "Não Gosto dos Meninos", inspirado na campanha internacional "It Gets Better", que objetivou, de forma geral, mostrar depoimentos de pessoas que após assumir sua sexualidade suas vidas melhoraram.
A direção do vídeo é André Matarazzo e Gustavo Ferri e traz 40 depoimentos. O material original tem mais de 13 horas, que foi editado, como podem ver acima, para 18 minutos.
Segundo informações oficiais, da página do Projeto no Facebook, o objetivo é mostrar “quem éramos, o que sentíamos, o que passamos e o que nos tornamos. Nos tornamos gays, bis, trans, ou qualquer outra sigla que tenta definir o que não precisa definição... Expusemos nosso processo de auto-reconhecimento, de medo, de rechaço, de mudança, de ostracismo, de reencontros, de maturação e enfim de renascimento”.
Veja abaixo, na íntegra, o curta-metragem do Projeto “Eu não gosto de meninos”

terça-feira, 31 de maio de 2011

Da Série Contos Mínimos

Avessos à todas (im)previsões, eles mantinham-se firmes em suas jornadas. Nem ventos, tem tempestades, nem o temido e colérico Poseidon os tirariam de seus caminhos. Eram fortalezas. Firmes como rochas na difícil tarefa de (con)viver.

Ainda sobre o kit anti-homofobia (texto)

A Presidenta vetou a distribuição do kit anti-homofobia alegando que o governo não fará propaganda de nenhuma orientação sexual. Preciso concordar com ela. Não é mesmo atribuição de nenhum governo fazer apologia, propaganda de quaisquer que sejam as orientações sexuais. Estamos em acordo.
Não cabe ao Estado esse tipo de obrigação. O que cabe ao Estado é defender os direitos de seus cidadãos. Tratá-los de forma igual. Sem distinção. Inclusive, no artigo 5º do Direito Constitucional (Constituição Federal do Brasil) está escrito: Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...
Cabe tb ao Estado, assim eu penso, cumprir a Lei. E o fato da não distribuição do kit, em princípio, não a viola. No entanto, o motivo, ou os motivos que levaram a Presidenta a vetar a distribuição foi, até onde sei, um acordo com alguns representantes da bancada evangélica da Câmara dos Deputados.
E se isso procede, a Lei não foi descumprida. Porque em nome de determinada religião, determinado ponto de vista, alheio à vontade de TODOS os brasileiros, a decisão da Presidenta prejudica, de certa forma, uma parcela desta sociedade. Eu poderia escrever aqui sobre os 260 assassinatos de LGBT´s ocorridos no Brasil no ano passado, mas nao vou. Poderia tb, seu eu quisesse, escrever sobre a quantidade de crianças e adolescentes que sofrem por conta de suas orientações sexuais. De pessoas que são infelizes por isso. Das que se matam por conta apenas de sentir desejo por alguém do mesmo sexo. Mas tb nao vou.
Entendo por Estado Laico, aquele que não professa alguma religião, mas que garante que todas elas possam coexistir sem que as religiões possam interferir no funcionamento dele.
 A religião, nesse caso, está interferindo na forma como a presidência lida com questões de orientação sexual. Será que ela perguntaria a uma bancada racista como lidar com os negros? Será  que ela se dirigiria a uma bancada machista para tratar de questões que dizem respeitos às mulheres? Será que ela se aconselharia com pedófilos para tratar de assuntos que tivessem relação com a penalização de crimes sexuais contra crianças? Não, né?
Portanto, não consigo entender o por quê de se aconselhar com os avangélicos sobre a homofobia. Eles são, quase sempre, homofóbicos, não sabem respeitar nenhuma diversidade (basta relembrar o que aconteceu a pouco tempo com alguns recintos que professavam religiões africanas; os tratamentos que são oferecidos para curar homossexuais).

sábado, 28 de maio de 2011

Cores & Nomes

Minha mãe se chamava Heloísa Helena, era professora, meu pai Edenyr, era fotógrafo, meu padrasto se chama Ilton, aposentado de empresa privada. Minha avó materna Dayse, era professora, meu avô Alberto, militar, minha bisavó materna, Carolina, costureira, meu bisavô materno, Antônio, não sei o que fazia da vida. Minha avó paterna, Rosa, dona de casa, meu avô paterno, Sebastião, funcionário público. Só eu fiquei para contar suas história. Quem contará as minhas?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Para Roseli Buffon (abraço e beijo em forma de texto)

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O kit anti-homofobia (texto)

Ainda não tive acesso ao kit anti-homofobia que seria distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) nas escolas de ensino fundamental e médio. Sei apenas o que me disseram sobre ele. 
Faço parte de um grande grupo virtual de discussão sobre a sexualidade e diversos temas já foram abordados durante essas trocas de e-mails. O kit foi um deles.
Sou a favor de todos os movimentos que se dizem contrários à exclusão, ao preconceito. Além disso, como professor, tenho, por obrigação, que incluir. Quando escrevo obrigação, não estou escrevendo que ela seja de uma forma imposta, além da minha vontade. Não é isso. É atribuição do professor receber todas e quaisquer diversidades em sala de aula, sejam elas, sexuais, religiosas, étnicas etc., sem distinção.
Ensinar o respeito é tb uma das atribuições da escola, justamente porque ali, em sala de aula, ou na escola como um todo, alunos convivem com uma grande diversidade de crianças: cores, sexos, alturas, pesos, religiões e sabemos, sobretudo quem circula nesse ambiente, que pouco ou quase nada se fala sobre isso.
Fala-se de etnia numa data especial, como se fosse uma oportunidade para discutir um tema fora da realidade, assim como se fala do índio apenas no dia 19 abril. Um índio exótico que descerá de uma estrela colorida e brilhante. E as crianças voltam para a casa pintadas como um índio.
Discussões feitas dessa forma são improdutivas, porque é o mesmo que falar que a Terra é redonda ou que o sol é o centro do universo. Não muda nada. É tão distante que não produz efeito nenhum.
A sexualidade não pode ser tratada como um tema fora da realidade. Não pode ser tratada como se ela não nos constituísse. Porque tratada assim, fora da realidade, é que ouvimos, sabemos, vemos acontecer tanta violência contra gays, lésbicas, travestis e transexuais. 
Precisamos discutir, fazer com que as crianças saibam que essa diversidade existe, que faz parte da sociedade (e não que está fora dela). O mundo é muito maior do que a nossa casa. Além disso, quando a proposta é discutir a sexualidade, estamos falando em nome, inclusive, do seu filho, não apenas do filho da vizinha. Estamos falando em nome dessa criança que é agredida fisicamente, insultada, injuriada, destratada e que, na melhor das hipóteses, deixa de frequentar a escola porque o ambiente passa a ser perigoso.
O kit-anti homofobia é um material que vai promover uma discussão, ele não tem o poder de transformar ninguém em homossexual. Ele apenas coloca na ordem do dia um assunto que faz parte da ordem do dia, só que com outra abordagem, sem o ranço religioso, sexista, moralista, porque não se pode impor em nome de uma religião, sexualidade, moralidade que a sociedade seja homogêna. Ela não é. Não adianta querer que ela seja, tapar os olhos para o diferente. Não vai adiantar. Seria uma luta inglória.
Precisamos tirar do silêncio, da clandestinidade, da marginalidade todas as minorias. Precisamos incluir. Eu me sentiria muito mal se soubesse que ajudei a promover alguma exclusão. Não quero isso pra mim, não quereria isso pro meu filho nem para o seu.
Não consigo compreender o medo que se tem do tema. Talvez eu compreenda sim. Só não posso compactuar com ele. O kit sozinho não produz nada, mas o kit acompanhado de um professor, que o compreenda e que possa realizar as discussões, pode produzir uma sociedade muito mais acolhedora, uma sociedade capaz de receber bem o outro, seja lá quem ele for.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fast Food que não engorda


O abraço é saudável.
Ajuda o sistema imunológico do Organismo Humano; mantêm-nos saudáveis, cura a depressão; reduz o estresse; conduz ao sonho; é fortalecedor; é rejuvenescedor e não tem efeitos secundários desagradáveis.
O abraço não é mais nem menos do que uma medicina milagrosa.
O abraço é absolutamente natural, biológico, doce mas sem açúcar, sem pesticidas, sem corantes nem conservantes, sem ingredientes artificiais e cem por cento integral.
O abraço é praticamente perfeito: é grátis, não derrama, não tem baterias que se descarregam, não necessita de controles periódicos, tem baixo consumo de energia, produz muito vigor, é á prova de inflação, não engorda, não tem quotas mensais nem requisitos de seguro.
É á prova de roubos, não contamina e é totalmente reciclável.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...