sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Abriu a porta do seu apartamento como fazia toda manhã. Mas ela não dava mais para o grande corredor do seu prédio. Estava em algum lugar e não sabia como sair dali.

Um ano inteiro que ficou...

Os dias voam. E, de repente, um ano inteiro ficou lá atrás. Não propriamente como se o passado não mais nos pertencesse. Não! Nunca é desse jeito se a vida continua. 
Dentro da "vida" tem "ida", porque a vida é assim, pra frente. E é bacana essa ideia de um novo ano para renovar os votos de felicidades e planejar os próximos dias: gosto dessas promessas que fazemos a cada 31 de dezembro. 
É inspirador acreditar na possibilidade dos novos tempos (mesmo que eles sejam apenas uma continuação de tudo aquilo que fizemos/vivemos no ano anterior. E quase sempre é assim). 
Também fiz as minhas promessas. Dessa vez, fui mais ponderado, prometi apenas o que preciso mesmo fazer para melhorar a minha qualidade de vida: é claro que isso esbarra em um montão de gente, mas, em princípio, depende muito de mim.
Já coloquei em prática um pouquinho do que me prometi para 2015. E vou acreditando nisso.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Da Série Contos Mínimos

Ela não apareceu. Logo hoje! Não deu sinal de vida. Não ligou. Nem uma mensagem no celular...
Acho que ela não usa o messenger, não conhece o FaceTime, nem sabe usar o skype. Ela, definitivamente, não é das tecnologias. Vou olhar o Facebook pra ver se ela apareceu por lá. E se não der certo, peço a algum conhecido para mandar um whatsApp. Alguém deve ter o seu contato.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O homem, seus amigos e suas viagens

2014 foi, sem dúvida, o ano das amizades. Foi um ano de descoberta e de fortalecimento de laços afetivos. Foi um ano que explorei os amigos e fui atendido. Acho que é um ano que poderei, futuramente, dividir entre um antes e um depois.
Por outro lado, mas isso não é de todo ruim (sei que depois de certo tempo assim será), foi um ano também de separar o que valia do que não-valia: descobri quem eram aqueles que estavam disponíveis, quem eu podia verdadeiramente contar e quem eram os outros: aqueles amigos dos dias alegres, aqueles que gostam de dividir o seu chope, o seu afeto, a sua atenção. Os de ocasião. Esses não ficarão. Ou melhor, já ficaram em 2014. E daqui não vão sair. Jamais, com sotaque francês.
Eu podia fazer uma lista enorme de agradecimentos, mas, como sei que não sou muito bom de memória, certamente me esqueceria de alguém importantíssimo. Melhor deixar assim, na geral.
Um ano de encontros e despedidas: o trem que chega é o mesmo trem da partida. Fui e voltei diversas vezes. Cheguei, parti outra vez. Deixei parte do meu coração em cada abraço, em cada lágrima de despedida ou de chegada. Eram lágrimas verdadeiras.
Também foi um ano de viagens. Não apenas as geográficas, mas a mais importante e dangerosíssima, como diria o maior poeta, de si a si mesmo. Precisei colocar os pés no chão do meu coração para me colonizar, me humanizar, me civilizar para, finalmente, descobri em minhas próprias entranhas a perene e insuspeitada alegria de viver.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

Só ha cinco anos ele havia se sentido assim: solto no mundo, sem direção. Como se fizesse uma retrospectiva de sua vida recente, pensou se ainda valia à pena. Mas não havia nada que o fizesse acreditar outra vez: todas as pessoas, sem exceção, lhe pareciam jogar com a sua fé. Ficava lembrando de cada uma e pensando se ainda era possível. Não era. Não sobrou ninguém! 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

A casa estava abandonada. Nada nela nos fazia lembrar daqueles velhos tempos. Tudo estava triste: folhas secas, teias de aranha, lixo. Um homem sozinho vivendo de um passado que não ia mais voltar. Era  demais ver tudo aquilo sem nada poder fazer.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Ele ficou sem resposta.

Dia desses alguém não compreendeu muito bem a minha gentileza e deu a entender que o meu gesto tinha sido uma "cantada". De cara, eu fiquei sem ação, porque eu li e reli a mensagem enviada e não consegui ver ali nada que não fosse uma forma gentil de convidar um "estrangeiro" para conhecer o Rio. Me coloquei às ordens, caso o "colega" estive com vontade de conhecer o Centro e tomar um café.
É no mínimo estranho quando alguém compreende a intenção do outro apenas em uma direção. E julga que todos só se aproximam com segundas, terceiras intenções (não deve ser nada agradável achar que os outros só se aproximam da gente com sede de sexo - ou ainda, quanta pretensão!!!).
Como eu não queria deixar nada mal explicado, respondi, no dia seguinte, que tinha havido algum mal entendido porque a minha intenção era apenas a de ser gentil. E lhe disse também que eu gosto de tratar os outros da mesma forma que gostaria de ser tratado.
Bem, acho que aí a ficha caiu e o meu "provável amigo" entendeu a besteira que fez. Tentou me explicar o inexplicável, mas, aquela tinha sido a minha última mensagem. Ele ficou sem resposta.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...