sábado, 19 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Eu estava na China, já não me lembro exatamente em qual cidade, acho que em Hong Kong, diante de um lago com carpas. Muitas carpas. Um  velho chinês olhou pra mim e apontou para elas. Ele não me disse nada, até porque se dissesse, eu não o entenderia. Depois de apontá-las, sorriu. Retribuí-lhe o sorriso e pensei há sentido para além das palavras.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Quando eu era criança, entre os 6 e 7 anos, eu tinha que acompanhar a minha mãe até o seu trabalho. Ou era isso ou eu teria que ficar sozinho em casa. Outros tempos. Era uma diversão: eu não podia encontrar uma máquina de escrever que eu ficava doido.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Nem sempre foi assim, ele pensou. Sabia, portanto, que em outro momento haveria também de ser de outra forma.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Ele sabia que a tristeza tinha sempre um motivo, mas esta felicidade não. Ela simplesmente estava por aqui e ponto.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Fico triste, mas fico muito feliz

Tenho uma grande admiração pelas pessoas que se jogam sem medo do mundo e que partem às vezes apenas com uma pequena certeza. E esta é o suficiente para se arriscar.
Hoje, fiquei, como sempre fico nessas situações, comovido com a história de um amigo que vai embora porque quer conquistar o mundo, quer se conhecer melhor, quer arriscar e aposta na mudança ainda que ela seja vaga.
Fiquei comovido porque ele quer crescer profissionalmente e essa mudança é fundamental pra isso. Ainda que ele vá sem lenço e sem documento e tenha que se virar sozinho. E isso me deixa angustiado porque fico focado apenas na dificuldade. Ele talvez esteja focado no prazer que isso vai produzir.
Nunca fui de correr grandes riscos. Preciso, talvez porque sempre tenha tido, de um corrimão para poder me agarrar nos momentos menos fáceis. Sou muito cagão pra me jogar sem paraquedas. Mas sei valorizar essas arriscadas.
O André vai embora. Fiquei triste com a sua partida, mas sei o quanto isso é importante pra ele. Sei o quando a gente cresce quando está sob nossas próprias responsabilidades. Sei o quanto as coisas valem quando são nossas conquistas.
O maior risco que corri na minha vida, foi quando, em 1993, resolvi largar tudo o que eu tinha no Rio e vir para o Paraná. Essa mudança não foi fácil: deixei amigos, família (mãe, padrasto e cachorro) e meus empregos, minha rotina apostando num semestre apenas de experiência numa universidade.
Bem, essa mudança fez toda a diferença na minha vida. A partir dela construí uma carreira profissional que, muito provavelmente, eu não alcançaria se não tivesse saído do Rio. Ou talvez tivesse levado muito mais tempo para isso.
Fico triste, é claro, porque um amigo vai embora, mas também fico feliz porque sei reconhecer o que ele está fazendo por ele mesmo.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Quando eu era bem pequeno, bastava um beijo seu para que todas as dores, todos os medos, as inseguranças e a solidão fossem embora pra sempre. Eu queria muito ser beijado assim outra vez.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Te chamei diversas vezes. Sempre que eu agia assim, você logo me dava um retorno. Estamos presentes na vida do outro. Dessa vez foi diferente. Vc não podia ouvir. Só me deixou saudades.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...