Hoje bateu uma saudade enorme de amigos que deixei faz algum tempo porque os (nossos) caminhos se distanciaram. Sem mais nem menos, deparo-me com o filme Priscila, a rainha do deserto (1994 - título original The Adventures of Priscilla, Queen of Desert) no qual três amigos resolvem fazer uma viagem pelo interior da Austrália.
A medida em que o filme se desenrola, vou recordando uma época em que eu me sentia mais acolhido no mundo e o mundo fazia mais sentido para mim. Sábado, por exemplo, era um dia em que estaríamos juntos (Orlando, Marquinhos, Marcos, Paulo, Roberto, Dorian, Rafael e alguns outros que, neste momento, não consigo me lembrar dos nomes, mas seus rostos estão gravados em mim). Passaram-se mais de 30 anos. E parece que foi no sábado passado.
Alguns desses já morreram, outros não sei por onde andam. Alguns ainda tenho contato. Depois de tanto tempo, o que fica dessa amizade é o amor que (todo esse) o tempo não apaga. Foram dias felizes.
Sábado à noite era dia do L'Omas, a boate do Orlando, na Praia de Brisa, subúrbio do Rio de Janeiro. Eu voltava para casa com um sol enorme batendo na minha cara. Cansado de uma noite de risada, de música, de shows, de amizade. Enquanto escrevo vou me lembrando de episódios divertidos que dividíamos.
Acho que o que fica da vida e o que dela a gente leva é o amor que temos uns pelos outros.
Eram outros tempos. Nem melhor, nem pior, apenas outros tempo.