quinta-feira, 20 de maio de 2010

Está tudo bem?

Quem não chora não mama, diz o ditado popular, mas não é sobre ditados populares que quero/vou escrever. Reclamei esta semana sobre a falta de interesse dos amigos em saber como anda a nossa vida etc. & tal. Reclamei tb, até para não perder o costume, da quantidade de trabalho que temos, a cada  novo dia, que dar conta. Sempre mais, sempre mais! E aí recebi um e-mail da Cris sobre como (não) andam as relações interpessoais. 
Neste e-mail ela me escreve, entre outras coisas, se o fato de se perguntar ao outro se tudo está bem, não é apenas um ritual ligado no piloto automático que espera como resposta sempre um "tudo bem!"? Diz a Cris:: "Se bem que  até o "tudo bem" mudou com o passar dos anos ... hoje em dia, quando a gente não está bem, fica pensando quando nos perguntam "tudo bem?" se a pessoa aguentaria ouvir a verdade das coisas que vão na cabeça e no coração ... e a gente enterra um supercial ... "tudo bem" ... conformista e frouxo só pra evitar ter que entrar em detalhes, com quem na verdade, perguntou sem ter tempo para ouvir, não é verdade?"
E continuou: "Assim, andorinhas apagando incêndio a gente vai semeando coisas boas pelo mundo um pouquinho de cada vez, e quando se olha, o tempo ajuda, e a gente vai passando ... passa-se por essa, e por aquela, e vamos sempre passando ..."
Só não sei se, algum dia, tudo isso foi de outra maneira, sei apenas que, carente dos amigos, fico querendo sempre mais: atenção, abraço, carinho, e-mails, ligações que não sejam apenas sobre trabalho e cobrança.
E, além disso, somando aqui nessa calculadora dos anos a quantidade de "essas e outras" pelas quais vamos passando, vamos passando, vamos passando até quando a pilha, a bateria, a energia não mais funcionar.

5 comentários:

  1. Eu também penso nisso, muito e também estou carente de amigos, afagos, ligações, de "tudo bem?" que realmente queiram perguntar isso.
    A superficialidade e o acúmulo de afazeres sem afeto me cansa, me esgota, me faz entristecer profundamente com o mundo e a (falta de) realações interpessoais.

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  2. hoje mesmo eu comentei com um amigo que quando a gente aprende inglês a única maneira de responder a "how are you?" é "fine, thanks, and you?". Ou seja, "tudo bem?" é mero início de conversa hoje em dia, e ninguém nunca tá preparado pra ouvir as dores do outro, muito menos pra falar de suas próprias.
    Legal seu blog =)
    abç.

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  3. Olá
    Passei para conhecer o seu blog e fiquei a pensar no seu post. Sou de uma época em que as pessoas eram mais próximas, dedicavam-se mais umas as outras. Hoje, temos muitas facilidades eletrônicas, mas menos disponibilidade pessoal para estar com o outro. No entanto, eu quando me sinto carente saío em busca dos meus vínculos.
    Para mim o sentido da vida está nas relações interpessoais.
    Abços.

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  4. Quando eu realmente quero saber como uma pessoa está, não uso o "tudo bem?", eu pergunto "como vc está?".
    E você, Alexandre, como você está?
    A propósito, achei vc meio murcho hoje na faculdade...

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