Depois de uma viagem de 12h na classe econômica, finalmente, cheguei em Londres. Completamente podre, com as pernas arrebentando as meias de alta compressão e a cabeça doendo. Depois de uma hora para sair do avião, vamos em direção à imigração.
Não entendo todas as palavras que a mim são dirigidas pelo simpático senhor que examina o meu passaporte. Ele torna a me perguntar e somando as palavras que eu conheço, percebo que ele quer saber por quanto tempo ficarei por aqui. Não sei o que responder, mas saco da minha pasta um texto pronto que lhe informa tudo sobre a minha viagem: um dia em Londres, mas a caminho da China.
Ele me pede agora para ver o bilhete, as reservas...mostro tudo e pronto, recebo o visto por seis meses.
Antes de eu ir embora ele percebe que saí de Foz do Iguaçu e me pergunta se fica no Amazonas. Além de ri, tento explicar que Foz e Amazonas de comum apenas o mesmo gentílico: todos brasileiros, mas separados por quilômetros, muitos quilômetros de rios, mares, florestas, cataratas de distância. Ele finge que me entende, agradeço e descubro Londres.
A cidade é linda demais, mesmo sob a chuva intensa e um trânsito que faz São Paulo parecer Cascavel. Os prédios são baixos, as ruas floridas e estreitas, muitos ciclistas e vezinquando uma paisagem conhecida se descortina diante dos meus olhos. Fiquei em silêncio observando tudo, nem ouvia o que as amigas me perguntavam, apenas olhava a cidade, as pessoas.
Depois de duas horas, chego na casa dos meus amigos que me hospedam. Uma breve comunicação e quero sair para comer porque a última refeição honesta que fiz foi na quarta-feira à noite. Continuo cansado, mas depois de um banho quente e alimentado consigo escrever um pouco.
Meu coração ficou no Brasil, mas meus olhos me acompanham por cada ruazinha que atravesso. Amanhã, se deus quiser, tem mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário