quarta-feira, 23 de maio de 2012

GB - Gays Bacanas (Ivan Lessa)

Grã-Bretanha é onde os gays, para usar de um rótulo geral, porém não desabonador, têm mais oportunidade de exercitar seus direitos legais e até mesmo paralegais.

BBC
Eu não vivo me perguntando qual é a melhor capital da Europa para ser gay. Mas toda informação nova me é benvinda.
Na quinta-feira, dia 17, quando se comemorou o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, um estudo - o primeiro no gênero - fez um levantamento da situação no Continente e chegou-se à conclusão de que o Reino Unido é o melhor país europeu para aqueles que se dedicam ao amor gaio, bissexual, transgênero e pessoas ditas intersexuais.
No Reino Unido, revela a obra que esteve um bom tempo em gestação, é onde os gays, para usar de um rótulo geral, porém não desabonador, têm mais oportunidade de exercitar seus direitos legais e até mesmo paralegais.
O reconhecimento da chamada 'parceria civil' e as leis antidiscriminatórias elevaram a nação, com Família Real, Câmara dos Lordes, Parlamento e toda sua pompa e circunstância, ao topo da Associação Européia Internacional Lésbica e Gay (a ILGA-Europa) cujo index dá notas a 49 países em mais de 40 categorias.
O casamento, propriamente dito, parece ser agora apenas uma questão de tempo. O povo está deixando bem claro sua posição nessa história: pouco importa sua sexualidade, casamento, com véu e grinalda, se quiserem os nubentes, é uma reunião de dois entes que se querem e desejam, diante dos olhos de Deus e dos homens, passarem o resto de suas vidas juntas.
Quem previsse este estado de coisas há uns 10 anos seria chamado de louco ou, em cidades e vilarejos mais obscurantistas (e como os há), talvez até caçado a pedradas ou, mais extremameente, queimado na fogueira.
O país, que vive dias de inquietude, graças à recessão e a agora notória desiguladade social, diante, ou melhor, sob um governo vacilante, contraditório e, segundo os mais extremados, à deriva das grandes questões do momento, ainda não abriu de todo seu jogo nessa questão que, em partes mais atrasadas do mundo, ainda é, com sorte, apenas tabu.
A Grã-Bretanha é o país onde gays, lésbicas, transexuais e transgêneros sentem-se mais seguros e mais a salvo dos chamados 'crimes de ódio' ou meras galhofas e maldades.
A Grã-Bretanha, segundo sua ministra da Justiça, Theresa May, por uma vez na vida (vive em apuros essa notável política), se disse 'satisfeitíssima' em constatar que seu país liderava e mostrava às outras nações continentais qual o destino a obedecer.
Não poupou elogios também ao ministério do Exterior, que foi dos primeiros a abrir o caminho para, em meio a tantas vicissitudes outras, o país mostrar o caminho a seguir numa questão humana de rara sensibilidade, tendo inclusive colocado no papel o primeiro plano de ação transgênero. E acrescentou a ministra Theresa May: 'Precisamos evitar a complacência e continuar fazendo do Reino Unido um grande país para todos viverem e trabalharem juntos'.
O que foi o equivalente a uma bofetada na Rússia e na Moldávia, países que, juntamente com Ucrânia, Armênia, Belarus, Azerbaijão e Turquia, e talvez até mais surpreendentemente, Macedônia, Lichtenstein, Mônaco e San Marino ficaram lá por baixo no ranking gay.
Reino Unido ou Grã-Bretanha, chamem de que quiserem, mas ainda continua líder em muita coisa importante neste continente cada vez mais velhão e patusco.

G1 em 18/05/2012

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