Quase sempre é assim, a gente encontra onde não procura e onde procura quase nunca acha. Eu ando ansioso com a volta, com um tanto de coisas que preciso fazer aqui e no retorno ao Brasil: além das coisas pessoais, os relatório do Programa de Licenciaturas Internacionais, prestação de contas deste projeto, relatório para a Capes, além de dar conta dos alunos que precisam terminar a dissertação tão logo eu chegue em Cascavel, etc. e etc. e etc.
Aí, inda agora, enquanto eu almoçava, a Ana, uma amiga que fiz aqui e que trabalha no tal restaurante, "percebeu" que eu não andava muito alegre e começou a me dizer coisas que, em geral, ela não diria, nunca disse, pelo menos. Não me aguentei. Tentei me controlar mas fiquei muito emocionado.
A vida é desse jeito, a gente quando está indo embora de algum lugar vai deixando um rastro de carinho, de amizade, de portas abertas, de vontade de carregar todo mundo junto na mala (e carrega, de algum modo). Foi assim quando saí do Brasil e pelo jeito vai ser assim quando eu voltar para casa.
Eu sei que tudo tem prazo de validade: mesmo a gente não é pra sempre, mas eu sei que existe algum lugar em que tudo isso fica guardado: a gratidão, esse carinho que se recebe, o abraço dos amigos, o olhar, uma mão que desliza no nosso braço nos dizendo "não fique assim não... isso tb vai passar..."
Esse reservatório anda cheio, muito cheio porque já fui embora tantas vezes e tantas vezes recomecei. Não é medo de recomeçar: não tenho medo dessa vida, já encarei tanta coisa sozinho. É só a sensação de que tudo é um círculo.
Sou feito de água e ela transborda sempre.
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