Dia desses, postei, no Facebook, uma provocação sobre quem seria, como viveria, aonde mora, o que come essa tal Tradicional Família Brasileira (TFB).
As respostas foram diversas. E não poderia ser diferente. E a partir delas tive a certeza de que se tratava de uma impressão puramente religiosa. Não há outra base que não a religiosa que possa sustentar essa construção.
A minha provocação foi justamente a partir de alguns preceitos religiosos, do tipo, quem pode fazer parte dessa tradicional família? Divorciado pode? separado pode? Quem tem amante pode? Quem teve? Quem manteve relações sexuais antes do casamento pode? Pode também pai ou mãe solteiros? Porque se há alguns princípios religiosos sobre essa construção também deveriam prevalecer outros.
E fui por esse caminho para pensar nessa construção.
Quase todos os especialistas que me responderam, disseram-me se tratar de uma utopia, já que não haveria uma que pudesse se encaixar em todos os requisitos religiosos necessários para vc pensar num exemplo de Família Tradicional.
Bem, por um lado, é bastante surpreendente ouvir tanto sobre alguma coisa que não pode existir ou que a sua existência é raríssima. Por outro, fala-se tanto em nome dessa Família que a gente tb se surpreende quando se dá conta de que é apenas uma construção discursiva para ser usada em algumas situações epecíficas.
Essa construção surge, sem qualquer dúvida, da boca de conservadores quando querem dizer que a tal família está correndo risco de extinção. Papo furado (!!) porque não pode estar em extinção alguma coisa que nunca existiu.
Além disso, se pudéssemos dizer que algum tipo de família é tradicional a imagem seria a de índios brasileiros e não de um pai, mãe e filhos brancos e engomadinhos comendo Margarina.
A TFB é colocada em pauta toda vez que se fala em casamento entre pessoas do mesmos sexo ou na escola que deseja desconstruir os sentidos de uma educação heteronormativa.
Bem, a provocação ainda está lá produzindo respostas e sendo compartilhada e produzindo mais respostas. Vamos ver até onde essa ideia de TFB vai e por quais caminhos trilham os seus defensores.
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