Não é muito fácil escrever sobre o processo de produção de um artigo, apresentação de trabalho ou coisas desse tipo, mas vou tentar.
Fui convidado para um evento no Rio de Janeiro, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para compor uma mesa-redonda sobre Resistência: "Discurso de resistência: marcas de existência", no dia 22 de setembro.
Faz uma semana que estou pensando nessa apresentação. Pensando significa estar esboçando ideias em forma de pensamentos soltos. Claro que eu já tinha uma ideia inicial sobre o que escrever, uma vez que tenho um capítulo de livro escrito e publicado sobre Resistência.
Reli este capítulo e selecionei algumas passagens que eu considerei importantes para esta apresentação: vou falar sobre as formas de resistência dos sujeitos LGBTTQI+ (Lésbicas, gays, travestis, transexuais, queer, intersexo e quem mais chegar para compor essa sigla). Além disso, como temos um livro sobre resistência (Discurso, resistência e...), reli alguns capítulos desse livro tb para me organizar melhor em relação à teoria que me dará suporte para pensar o tal texto de apresentação.
E da mesma forma como fiz com a releitura do meu capítulo, separei trechos importantes dessa outra leitura para usar na apresentação.
No final da semana passada, comecei a escrever o tal texto. E hoje, pela manhã, uma primeira versão ficou pronta. Reli com cuidado e fiquei com a impressão de que ele estava desorganizado e vago demais. Não era apenas impressão. Fiquei tenso com isso.
Bem, depois do almoço (e de pensar bastante durante a refeição sobre essa desorganização), cheguei em casa e reorganizei alguns parágrafos de forma que houvesse uma sequência mais lógica em relação à minha proposta e intenção.
Mesmo assim, o texto não ficou nem pronto e muito menos da forma como eu pudesse achar que já estava bom. Parei mais um momento e voltei para a leitura agora não mais sobre resistência (esta etapa foi superada), mas sobre os sentidos sobre a homossexualidade (ao longo dos séculos XIX, XX e XXI) de forma que eu pudesse pensar nos deslocamentos e assim chegar as formas de resistência.
Parar para esta leitura foi fundamental, porque falo muito em discurso médico e, assim, reler esse discurso foi importante para perceber como colam à homossexualidade sentidos dos séculos XIX e XX.
Eu sou muito inseguro para escrever e mais ainda para apresentar trabalhos (ainda que eu faça isso há muito tempo). Ter um tempo razoável para pensar, repensar, escrever e reescrever um texto, para mim é fundamental. Eu preciso desse tempo porque ele me deixa um pouco mais seguro e alegre com o trabalho que me propus fazer. Um trabalho nunca fica bom suficientemente de forma que eu fique totalmente satisfeito com ele. Isso nunca aconteceu. Mas, pelo menos, já sei como funciono nessas situações e assim preciso me organizar com alguma antecedência para me fortalecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário