quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Cid Moreira e a carta de Leonel Brizola

Em 15 de março de 1994, o jornalista Cid Moreira leu, durante o "Jornal Nacional", uma carta do ex-governador Leonel Brizola, uma cena que marcou a história política e midiática brasileira. A leitura foi fruto de uma decisão judicial que obrigou a Rede Globo a dar a Brizola o direito de resposta, após o político alegar que havia sido difamado pela emissora.

A carta de Brizola fazia críticas contundentes ao papel da mídia, em especial à Globo, acusando-a de manipulação e de atuar contra seus interesses políticos e os de setores populares. Esse episódio representou uma vitória simbólica de Brizola contra o poderio midiático da época, escancarando as tensões entre a imprensa e o político, que sempre se posicionou como um defensor das causas populares e um crítico das elites e dos monopólios de comunicação. A leitura da carta ao vivo no maior telejornal do país teve grande repercussão, revelando a luta de Brizola por espaço e voz na mídia e seu enfrentamento ao que via como injustiças cometidas contra ele.


Cid Moreira leu, visivelmente constrangido, o texto no qual Brizola fez duras críticas à emissora. O jornalista Nelson de Sá escreveu na época, na Folha de S. Paulo, o seguinte comentário sobre o episódio: “Cid Moreira, a voz do dono, a voz do Grande Irmão, a voz que surgiu do AI-5, voltou-se contra si mesmo. Foi um daqueles momentos simbólicos, um instante da história. Cid Moreira falou, e falou, e falou contra Roberto Marinho. Foram três longos minutos, contra a Globo, no ‘Jornal Nacional’. O redator era Leonel Brizola, que obteve direito de resposta ao ataque que havia recebido do mesmo ‘Jornal Nacional’, que o chamou de senil”.


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