quinta-feira, 9 de julho de 2009

Haikai (poesia)

Tem político que faz do público privada.

O buraco é mais fundo e mais lamacento (texto)

A Fundação José Sarney - entidade privada instituída pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para manter um museu com o acervo do período em que foi presidente da República - desviou para empresas fantasmas e outras da família do próprio parlamentar dinheiro da Petrobras repassado em forma de patrocínio para um projeto cultural que nunca saiu do papel, segundo informações da edição desta quinta-feira (9) do jornal "O Estado de S. Paulo" .
Do total de R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís (MA) e até em uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto.
Uma parcela do dinheiro, R$ 30 mil, foi para a TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício. A verba foi transferida em 2005 após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
A estatal repassou o dinheiro à Fundação Sarney pela Lei Rouanet, que garante incentivos fiscais às empresas que aceitam investir em projetos culturais. Mas esse caso foi uma exceção. Apenas 20% dos projetos aprovados conseguem captar recursos.
O projeto de Sarney foi aprovado pelo Ministério da Cultura em 2005 e está em fase de prestação de contas na pasta. Antes da aprovação, o próprio Sarney chegou a enviar um bilhete ao então secretário executivo e hoje ministro da pasta, Juca Ferreira, pedindo para apressar a tramitação.
Em 14 de dezembro, o ministério comunicou que o projeto estava aprovado e, no dia seguinte, a Petrobras anunciou a liberação do dinheiro.

Petrobras:
Procurada, a estatal informou que a fundação foi incluída no programa de patrocínio como “convidada” e por isso não teve de passar pelo processo de seleção.
O objetivo do patrocínio, que a fundação recebeu sem participar de concorrência pública - que a estatal faz para selecionar projetos -, era digitalizar os documentos do museu.
“Processamento técnico e automação do acervo bibliográfico”, como diz um relatório de contas. Pela proposta original, que previa o cumprimento das metas até abril de 2007, computadores seriam instalados nos corredores do museu, sediado num convento centenário no centro histórico de São Luís, para que os visitantes pudessem consultar online documentos como despachos assinados por Sarney na época em que ocupava o Palácio do Planalto. Até ontem, não havia um único computador à disposição dos visitantes.

Prestação de contas:
A Fundação José Sarney informou que foram cumpridas “todas as metas privilegiadas no contrato de patrocínio da Petrobras”. Argumentou ainda que as empresas de comunicação da família Sarney receberam recursos em razão da “média de audiência comprovada” no Maranhão. A resposta enviada ao jornal "Estado de São Paulo" é assinada pelo presidente da entidade, José Carlos Sousa e Silva.
Ele confirma que R$ 100 mil foram repassados a uma “conta administrativa” da fundação. Alegou que o recurso foi usado para “pagamento de projetos”. Informa ainda que os outros R$ 45 mil transferidos a essa conta paralela foi um “remanejamento”.
O montante, explicou, foi devolvido logo depois à conta criada para o projeto. A Fundação José Sarney enviou ainda cópia do termo de recebimento de prestação de contas enviado à Petrobras.

Vai ou não vai? (texto)

Sem o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), a situação do presidente do Senado, José Sarney, está cada vez mais delicada. É claro que o seu partido, PMDB, dá alguma sustentação, mas não garante a permanência do senador: a estretégia de aguardar o recesso que começa na próxima quarta-feira, 15, e com isso ganhar algum tempo. As denúncias são tantas, as medidas tomadas não correspospondem à gravidade do problema: nomeações, exonerações, pagamentos de horas extras, pagamentos de planos de saúde odontológicos e clínicos para familiares de ex-parlamentares, entre outras aberrações inadmissíveis num estado democrático de direito.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Paris (filme)

Paris conta a história de dois irmãos. Ele acha que vai morrer e passa, por conta disso, a olhar as pessoas de uma outra forma, dá a sua vida uma outra perspectiva.
O filme mostra algumas faces da cidade: a xenofobia da dona da padaria, a ilusão do romance entre um professor e sua aluna, o desejo de imigrantes de uma vida melhor, tudo isso ligado por uma linha tênue como a vida, que pode se extinguir a qualquer instante.
A música é delicada e envolvente. O filme é divertido e triste.
E já que somos movidos pelo amor, pelo desejo, Paris é o melhor lugar para se estar.

Balangandãs - Ná Ozzetti (CD)

Ná Ozzetti nunca surpreende porque o seu repertório sempre é bom demais e assim temos a disposição, a cada novo trabalho, boas músicas, excelentes interpretações, arranjos cuidadosos. É ouvir e se apaixonar pelo seu jeito de cantar, sem falar que nesse jeito tão especial notamos que as músicas têm letras.
Balangandãs, o seu mais recente CD, traz canções de Assis Valente, Synval Silva, Ary Barroso, Dorival Caymmi e Braguinha eternizadas na voz de Carmem Miranda.
Eu destacaria, "
O Samba e o Tango", "Camisa Listrada" (com arranjo e interpretação fantásticos), "Touradas em Madri", "Na Batucada da Vida", "Tic Tac do Meu Coração" e "Adeus Batucada", entre tantas outras. São 15 músicas bem cantadas. Comprei na sexta, dia 03 de julho, e não parei de ouvir.
iniciou sua carreira musical com o grupo
Rumo, com o qual fez muitos espetáculos e gravou 7 LPs. Seu primeiro álbum solo em 1988, intitulado simplesmente Ná Ozzetti. No segundo CD, Ná, passou também a compor, tendo ganho com esse disco o prêmio Sharp de melhor disco e arranjos no segmento pop-rock. Em 1996 lançou o CD Love Lee Rita, em homenagem à conterrânea Rita Lee. Seguiram-se os CDs Estopim e Show, este com clássicos da MPB. O CD Piano e Voz é lançado em 2005 em parceria com André Mehmari, reunindo canções nacionais de várias épocas e também internacionais. Tenho TODOS, com muito orgulho!
Eu recomendo!


domingo, 5 de julho de 2009

De repente, Califórnia (filme)

Homossexuais assistiram sempre a filmes românticos entre um homem e uma mulher sem que isso fosse impedimento para ir ao cinema e tb gostar dos filmes: finais felizes, cenas de amor e carinhos, beijos etc. Agora é a vez de héteros tb terem a oportunidade de ver um ótimo filme de amor entre dois homens sem que isso seja um problema: cenas de surf, skate, praias lindas, um trilha sonora de deixar os ouvidos felizes.
Embora filmes gays sejam um segmento forte em grandes cidades americanas como Nova York e São Francisco, no Brasil, onde mais de 3 milhões de pessoas se reúnem em paradas de afirmação da sexualidade, eles ainda são pouco explorados. O panorama pode começar a mudar com o romance De Repente, Califórnia, primeiro lançamento do selo Filmes do Mix, que deve agradar (e muito) à plateia. Com atores talentosos, bonitos e sarados, além de um roteiro plausível e reflexivo, a trama mostra os dilemas de Zach (Trevor Wright). Esse jovem californiano tem uma namoradinha, trabalha em uma lanchonete e adora pegar ondas. Mas ocupa a maior parte de seu tempo livre cuidando do sobrinho pequeno (Jackson Wurth), praticamente renegado por sua irmã (Tina Holmes). Quando Zach reencontra Shaun (Brad Rowe), o irmão mais velho de seu melhor amigo, rolam altos papos, afinidades e... a amizade vira atração.
Sensível e bem acabado. Vale à pena ver.

sábado, 4 de julho de 2009

Gostoso como chuchu (texto)

Estou no aeroporto de Curitiba. Estou desde às 10h30 aguardando o voo para o Rio. Estou cansado, desanimado com a demora. Ficar num aeroporto durante tanto tempo é tão empolgante quanto comer um prato de chuchu. Não, acho que um prato de chuchu com shoyu tem mais sabor do que estar por aqui e não ter o que fazer. Já li, já comi, já andei, mas o tempo não passa. Já prestei atenção na conversa dos outros, já quase dei cascudos numa criança que insistia em passar debaixo da minha cadeira, já chupei trinta balas, já liguei para alguns amigos, já recebi ligações, já acordei e dormi, mas o tempo não passa.
Só me resta escrever...e é isso que estou fazendo. Tem uns adolescente aqui ao meu lado que tb estão reclamando da falta do que fazer. Eles, pelo menos, estão em bando e podem falar e rir das besteiras que os amigos falam. Eu tb posso rir dessas besteiras, mas não é muito educado ficar rindo do assunto dos outros.
Por enquanto, é o que tenho para fazer: olhar quem passa por mim e insistir aqui neste texto.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...