quinta-feira, 16 de julho de 2009

"Homossexualidade é uma doença", afirma psicóloca à Folha de São Paulo

Psicóloga que realiza 'tratamento' para homossexualidade pode ter registro profissional cassado, informa Folha de S.Paulo -14/07/2009 - 09h45-

O Conselho Federal de Psicologia vai decidir se cassa o registro profissional de Rozângela Alves Justino, que encara a homossexualidade como doença e oferece terapia para que gays e lésbicas ‘sejam curados’.

Diversas resoluções na área da saúde proíbem essa abordagem.

Veja mais informações na matéria da Folha de S.Paulo. ’

Psicóloga que diz "curar" gay vai a julgamento em conselho’

Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino.

Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país .

O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil. Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de "tratamento" ou "cura".

Rozângela, que afirma ter "atendido e curado centenas" de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como "doença" e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo "porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso".

Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.

"Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais", afirma.

A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais. Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007, "o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país". "É por isso que o conselho de psicologia, numa aliança, porque tem muito ativista gay dentro do conselho de psicologia, criou uma resolução para perseguir profissionais", afirma.

No Rio, Rozângela participa do Movimento Pela Sexualidade Sadia, conhecido como Moses, ligado a igrejas evangélicas. A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila "Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade", que prega meios para a mudança de orientação sexual. "Hoje vivo a minha homossexualidade tranquila, essa história de cura não existe, o que houve foi um condicionamento. Reprimi meus desejos. Não sentia prazer", diz.

Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido lésbica por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais. "Realmente há possibilidade de sair da homossexualidade. É um processo longo. De lá para cá busco a feminilidade."

"A ciência já mostrou que não existe tratamento para fazer com que alguém deixe de ter desejo homossexual nem heterossexual. Quando se promete algo assim, é enganoso", diz o terapeuta sexual Ronaldo Pamplona, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.

"Se absolvê-la, o Conselho Federal de Psicologia vai referendar a tese de que é possível "curar" gays", diz Toni Reis, presidente da ABGLT, a associação brasileira de homossexuais. "Isso traz prejuízo aos gays e contribui para fortalecer o estigma", afirma Cláudio Nascimento, superintendente da Secretaria de Direitos Humanos do Rio e do grupo Arco-Íris.

"Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça", diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum. De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer. "É a Inquisição para héteros", diz terapeuta.

A psicóloga Rozângela Alves Justino diz que homossexualidade é uma "doença" e que "a maioria dos gays foi abusado sexualmente na infância e sentiu prazer nisso".

FOLHA - Como a sra. vê o homossexualismo?

ROZÂNGELA ALVES JUSTINO - É uma doença. E uma doença que estão querendo implantar em toda sociedade. Há um grupo com finalidades políticas e econômicas que quer estabelecer a liberação sexual, inclusive o abuso sexual contra criança. Esse é o movimento que me persegue e que tem feito alianças com conselhos de psicologia para implantar a ditadura gay.

FOLHA - O que é ditadura gay?

JUSTINO - Há vários projetos no Congresso para cercear o direito de expressão, de pensamento e científico. Eles foram queimados na Santa Inquisição e agora querem criar a Santa Inquisição para heterossexuais.

FOLHA - A que a sra. atribui o comportamento gay?

JUSTINO - À expectativa dos pais, que querem que o filho nasça menino ou menina. Projetam na criança todos os anseios. E daí começam a conduzir a sua criação como se você fosse uma menina. Outra causa mais grave é o abuso sexual na infância e na adolescência. Normalmente o autor do abuso o comete com carinho. Então a criança pode experimentar prazer e acabar se fixando.

FOLHA - Mas nem todos os homossexuais foram abusados na infância.

JUSTINO - A maioria foi.

FOLHA - Como é o seu tratamento?

JUSTINO - É um tratamento normal, psicoterápico. Todas as linhas psicológicas consagradas e vários teóricos declaram que a homossexualidade é um transtorno. A psicanálise a considera como uma perversão a ser tratada. À medida em que a pessoa vai se submetendo às técnicas psicoterápicas, vai compreendendo porque ficou presa àquele tipo de comportamento e vai conseguindo sair. Não há nada de tão misterioso e original na minha prática. Sou uma profissional comum.

Como paciente, repórter paga R$ 100 a sessão Numa sala onde mal cabem dois sofás cobertos com capas meio encardidas e uma cadeira de palha, a psicóloga Rozângela Alves Justino promete "curar" gays em terapia que pode durar de dois a cinco anos. A mulher de fala mansa e fleumática diz já ter "revertido" uns 200 pacientes da homossexualidade -que vê como doença- em 21 anos de profissão.
Sem se identificar como jornalista, a reportagem se passou por paciente e pagou por uma consulta - R$ 200, regateados sem resistência para R$ 100. Para uma primeira sessão, ela mais fala do que ouve. Tampouco anota dados ou declarações do consulente. Explica que faz "militância política para defender o direito daquelas pessoas que querem voluntariamente deixar a homossexualidade". "É um transtorno porque traz sofrimento", diz a psicóloga, formada nos anos 1980 no Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio. Rozângela diz adotar a "linha existencialista" e que 50% de chance do sucesso da "cura" vem da vontade do homossexual de sair "dessa vida" e outros 50% decorrem do trabalho psicoterápico.

"É preciso entender o que está por trás da homossexualidade. E a mudança vai acontecendo naturalmente. Vamos tentar entender o que aconteceu para que você tenha desenvolvido a homossexualidade. Na medida em que você for entendendo a sua história, vai ficar mais fácil sair", diz.

Rozângela mostra plena convicção no que defende. "Com certeza há possibilidade de saída. Nesses 20 anos já vi várias pessoas que deixaram a homossexualidade. Existe um grupo que deixou o comportamento HOMOSSEXUAL. Existem pessoas que, além do comportamento, deixaram a atração homossexual. E outras até desenvolveram a heterossexualidade e têm filhos."

No final da consulta, a recomendação: "A igreja pode ser um espaço terapêutico também" -embora não faça pregação.

Vinícius Queiroz Galvão Enviado Especial ao Rio

terça-feira, 14 de julho de 2009

Atos secretos (texto)

Dizem que, na prática, a medida de anulação dos atos secretos pelo Senador José Sarney não tem efeito, porque os funcionários contratados têm direitos trabalhistas e salariais garantidos. E, segundo o setor jurídico do Senado (O Globo), a devolução de recursos, pagos indevidamente, tb é de difícil execução. Ou seja, o ato do presidente, se não for respaldado juridicamente, não tem valor.
A pergunta da vez: Pra quê mesmo uma medida sem nenhuma medida?
Possíveis respostas: a) Narciso acha feio tudo o que não é espelho. b) O Anima Mundi está bombando no Rio de Janeiro. c) Parreira cai após 4 meses no Fluminense.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Super Sarney (texto)

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta segunda-feira (13) a anulação de todos os 663 atos administrativos não publicados durante os 14 anos de gestão do ex-diretor-geral Agaciel Maia, acatando recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e da comissão de sindicância que investigou a existência de atos secretos.
Um parêntese: o Senado não toma nenhuma decisão antes de recomendaçoes do MPF e das comissões de sindicância. Não seria de esperar que o Senado já tivesse, por decisão do presidente da Casa, anulado todos esses atos em nome da ética?
Essa demora toda só nos coloca (eu e eu mesmo) mais desconfiados de estratégias políticas rondando essa nova medida.
A medida, adotada por meio do ato 294, ainda delega à Diretoria Geral do Senado a missão de apresentar, num prazo de 30 dias, um relatório "contendo as providências adotadas" com o objetivo de anular os atos secretos. As verbas que porventura foram gastas por meio de atos secretos também deverão ser devolvidas aos cofres do Senado.
Segundo a assessoria do presidente do Senado, funcionários que tenham sido nomeados por atos não publicados e que não tenham como comprovar o exercício da função (como assim?) terão de devolver os recursos recebidos a título de salário.
A decisão ocorre uma semana após o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ter denunciado o presidente do Senado ao Conselho de Ética da Casa, por suposta quebra de decoro. O PSOL tb apresentou representação para apurar a responsabilidade de Sarney sobre a edição de atos secretos.
Na semana passada, outro ato secreto, que autorizava um reajuste para os chefes de gabinete de 40 secretarias [que antes eram classificadas como "diretorias"] da Casa, também foi anulado. Os funcionários que se beneficiaram por esse ato secreto recebiam uma gratificação de R$ 412,80 por mês.
A investigação realizada por uma comissão de sindicância da Casa apurou a suposta responsabilidade do ex-diretor-geral Agaciel e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi pela edição dos atos. Os dois respondem a processo administrativo no Senado ao lado de mais cinco servidores.

Ana Maria Braga - Menos Você (texto)

O discurso da classe média brasileira emerge através da voz da apresentadora Ana Maria Braga no programa Mais você, exibido todas as manhãs pela Rede Globo. Hoje, dia 13 de julho, numa matéria sobre os roubos de computadores pessoais (e as dicas para evitá-los) a apresentadora afirma que o ideal seria que as pessoas pudessem sair com seus carros, com seus computadores sem que corressem o risco de serem roubadas, incomodadas, mas que em todas as cidades brasileiras essa situação é praticamente impossível, tendo em vista a violência que se instalou no país.

Fiquei pensando: quem seriam essas pessoas que deveriam poder andar com seus carros e seus computadores pessoais sem que fossem incomodadas por essa outra sociedade? Para quem Ana Maria fala? Com quem ela troca essas ideias?

Além dessa pérola ela contou em seguida uma história sobre um rei que matava os ladrões, mas, é claro, se justificou dizendo que não estava dizendo que os ladrões devessem ser mortos. Não fiquei para ouvir.

domingo, 12 de julho de 2009

A homossexualidade na imprensa (texto)

Não é num tom de surpresa que escrevo este pequeno texto, mas de estranhamento diante do que continuo lendo na imprensa. Em 2006 concluí uma tese (sob a orientação da professora Dra. Bethania C. Mariani na Universidade Federal Fluminense) que discorria sobre a homossexualidade e a AIDS na imprensa oficial (analisei durante os anos de 1985-1990 as revistas semanais Veja e Istoé e a mensal Superinteressante) para compreender como se materializava a relação entre ser homossexual e portador do vírus da AIDS. A partir dessa análise percebi que regiões discursivas filiavam-se, nessa imprensa oficial, à homossexualidade e seu estilo de vida: pecado, doença e crime (entre outras paráfrases) significavam os homossexuais durante esses anos.


A tese, teoricamente, já se mostrava velha se pensássemos que em 2006 havia passado, pelo menos, 16 anos.


No entanto, hoje, domingo dia 12 de julho, ao ler o jornal O Globo, no caderno O Mundo, página 34, deparo-me com uma matéria sobre uma manifestação contrária à descriminalização de gays na Índia, intitulada: "Índia reação contra descriminalização de gays - astrólogo revoltado com decisão histórica aciona a Suprema Corte, que colhe o pedido" .


O que primeiro me chamou atenção foi a forma como, mesmo depois do tanto que se fala, discute, briga, a denominação "homossexualismo" continua produzindo os seus sentidos na imprensa oficial. Por mais que o grupos de defesa dos direiros dos homossexuais mostre que esse sufixo produza sentido de doença (tais como, tabagismo, alcoolismo, nanismo etc.) e que a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença em 1980 nos E.U.A. pela Associação Psiquiátrica Americana e aqui no Brasil, em 1985, pelo Conselho Federal de Medicina, ele insiste em pemanecer colado à homossexualidade quando significada nos meios de comunicação (é claro que para fazer sentido no meios de comunicação, o termo precisa ter história).


Depois, todos aqueles sentidos já considerados caducos ainda são naturalizados sobre a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT): tabu, repressão, antinatural, agressão aos valores e à cultura, por em risco a instituição do casamento, anormalidade, sexo com animais, contra a tradição do casamento, doenção que pode ser curada com meditação e ioga, desequilíbrio hormonal, sentimento do amor focado na direção errada, queda no crescimento da população, privação do seu potencial de recursos humanos, campanha contra a legalização do homossexualismo, líderes de várias religiões, código penal que pude o sexo entre pessoas do mesmo gênero, 10 anos de prisão, mesmo patamar da pedofilia e o sexo com animais.


Mas como as condições de produção são outras e diversos acontecimentos discursivos produziram outros sentidos sobre os homossexuais, fazem sentidos tb neste texto ideias tais como: político em cima do muro para não desagradar eleitores, anacronismo da lei, ativistas conservadores, abertura econômica, influência ocidental, noites gays organizadas, atores de Bollywood passaram a fazer abertamete campanha pelos direitos dos homossexuais, atriz que se tonou madrinha do movimento gay, andar com orgulho, cabeças erguidas, realização de passeata gay, evento a cada ano mais concorrido, aos poucos os gays se revelam, o príncipe que se declarou gay em 2005 e que se tornou uma espécie de embaixado, comunidade gay indiana, celebridade internacional, entrevistado pelo famoso programa de TV americano "Oprah Winfrey Show", reality show da rede britânica BBC, Parada Gay de São Paulo, verdadeira democracia liberal.


Sentidos novos e velhos produzindo sentidos, mas agora existe um embate de forças já que os homossexuais se organizaram (primeiro na luta contra a contaminação pelo HIV, e agora na luta pelos diretos civis dos homossexuais) e têm voz , e podem, portanto, efetivar outros sentidos sobre os homossexuais e seu estilo de vida.

O antigo toucador* (texto)


Diante dela o antigo toucador, guardado há anos no porão da velha casa. Lembranças de sua mocidade, da vida de menina-moça, das horas passadas em frente ao velho móvel: perfumes, anéis, cílios postiços, unhas de porcelana, adornos para os cabelos, memórias afetivas, passagens. Sequer passou por sua cabeça que o armário tivesse sobrevivido aos anos: os avós se foram. Os seus pais também. Não havia outra geração senão a sua. O móvel sobreviveria também a ela.
Seu rosto não tivera a mesma sorte do antigo armário (coberto de pó), as marcas em nada lembravam o rosto de menina, apenas o mesmo olhar. Eram tantas as lembranças. Tantos anos. Seu quarto, o primeiro namorado, as conversas com as primas, os passeios, sua mãe, as irmãs mais novas, o novo padre que já era velho, as brincadeiras no quintal, as frutas vermelhas, a promessa de amor para toda vida e que não fora.
Poderia ficar para o resto de sua vida ali com essas histórias. Mas outras poeiras reclamavam a sua presença.

Inspirado no conto escrito por Cris em:http://cantodecontarcontos.blogspot.com/2009/07/penteadeira.html

Fanatismo sempre gera violência (texto)

"O meio-campo é o lugar dos craques
que vão levando o time todo pro ataque
o centroavante, o mais importante,
Que emocionante é uma partida de futebol!"*


Aprendi a gostar de futebol através de minha mãe. Ela, flamenguista-doente, me levava ao Maracanã para acompanhar alguns jogos. Inicialmente estava ali mais por diversão do que por qualquer outro motivo, mas o hábito faz o monge e, aos poucos, jogo a jogo, descobri o quanto uma passada bem dada, um drible, o contra-ataque, a bola rolando, o grito da torcida organizada, o gol são emocionantes. "Que coisa linda é uma partida de futebol".
No entanto, o esporte não vive apenas dessas emoções. Vendo algumas imagens de violência em estádios e clubes no Globo Esporte e uma matéria sobre as ameaças aos jogadores de diversos clubes, fiquei hororrizado como alguns torcedores se organizam em torno desses movimentos.
Suspeita-se, inclusive, de dirigentes apoiando essas estratégias violentas: usando a torcida para amendrontar jogadores e seus familiares.
Quando não se tem um certo controle sobre as emoções, atos como os veiculados pelo programa esportivo, são frequentes: torcida invadindo os treinos e, através de músicas, confrontando os jogadores; violência armada dentro e fora dos estádios; policiais sendo agredidos e desrespeitados pelos torcedores. Futebol é quase uma vergonha nacional!

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...