Diante dela o antigo toucador, guardado há anos no porão da velha casa. Lembranças de sua mocidade, da vida de menina-moça, das horas passadas em frente ao velho móvel: perfumes, anéis, cílios postiços, unhas de porcelana, adornos para os cabelos, memórias afetivas, passagens. Sequer passou por sua cabeça que o armário tivesse sobrevivido aos anos: os avós se foram. Os seus pais também. Não havia outra geração senão a sua. O móvel sobreviveria também a ela.
Seu rosto não tivera a mesma sorte do antigo armário (coberto de pó), as marcas em nada lembravam o rosto de menina, apenas o mesmo olhar. Eram tantas as lembranças. Tantos anos. Seu quarto, o primeiro namorado, as conversas com as primas, os passeios, sua mãe, as irmãs mais novas, o novo padre que já era velho, as brincadeiras no quintal, as frutas vermelhas, a promessa de amor para toda vida e que não fora.
Poderia ficar para o resto de sua vida ali com essas histórias. Mas outras poeiras reclamavam a sua presença.
Inspirado no conto escrito por Cris em:http://cantodecontarcontos.blogspot.com/2009/07/penteadeira.html
Ficou lindo! e eu fiquei muito emocionada, são dessas lembranças que tem sabor de infância que a gente revive e pensa que tudo valeu a pena...um grande abraço!
ResponderExcluirO Blog ficou ótimo, tudo novo por aqui, adorei!
Li os outros posts tbém, matei saudades! Beijo grande!
Que talento heim Alê!
ResponderExcluirFicou muito lindo.
Mudou a foto tb: O minino lindo sô!
Bjs.