segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sarney se irrita com cobrança de Suplicy sobre crise (texto)

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficou irritado com a intervenção de Eduardo Suplicy (PT-SP), e disse que o senador foi indelicado ao levantar o debate sobre a crise política no momento em que ele fazia uma homenagem ao escritor Euclides da Cunha: "Vossa Excelência feriu uma regra que eu acho que não é do seu feitio. Vossa excelência podia ter feito o seu discurso, como estava planejando fazer, mas este gesto que não é da personalidade de vossa excelência, a não ser que o senhor esteja tomado de uma paixão política que não é da sua personalidade", disse Sarney, que encerrou o discurso logo em seguida.
Suplicy cobrou esta tarde de Sarney explicações sobre o teor das representações movidas contra ele no Conselho de Ética, arquivadas na semana passada. "A situação no Senado não está tranquila, não está resolvida", afirmou, acrescentando que "as pessoas cobram maiores esclarecimentos sobre as representações apresentadas contra Sarney.
(foto de Ed Ferreira/AE)

sábado, 22 de agosto de 2009

Slow Music - Joyce (CD)

"A pausa é um momento importante da música. Sem silêncio, não existe som. Sem o claro-escuro, não se veem todas as nuances da cor. Sutileza gera sutileza". Palavras da Joyce como forma de explicar seu mais recente álbum, Slow Music.
O CD tem doze faixas, entre inéditas compostas pela cantora e releituras de obras de Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Marcos Valle e Johnny Alf, entre outros.
Em grande forma vocal, Joyce é acompanhada por um trio afiadíssimo: Hélio Alves no piano, Jorge Helder no baixo e o marido da artista, Tutty Moreno, na bateria.
A inspiração, conta a cantora, surgiu do manifesto Slow Food, do italiano Carlo Petrini, que prega a falta de pressa para se alimentar. Joyce aplicou a ideia à música.
Das composições, as melhores são as duas últimas faixas, "Sobras da Partilha" e "Valsa do Pequeno Amor".
Das releituras, Joyce recria as pérolas "Medo de Amar" (Vinícius de Moraes) e "Samba do Grande Amor" (Chico Buarque) com charme e graça ímpares. "Amor, Amor", bela composição de Sueli Costa e Cacaso gravada por Maria Bethânia nos anos 70, é outro ponto alto.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Para quê o Carrefour tem um "quartinho"?

O Carrefour afastou a empresa que fazia a segurança e prestava serviços em lojas da rede de supermercados após denúncia de que um homem negro foi agredido. O agressor seria um funcionário da empresa terceirizada.

Por meio de nota, o Carrefour informou que o gerente do supermercado também foi afastado. Assim que o caso veio à tona, o suposto agressor já havia sido demitido. O inquérito foi aberto no 5º Distrito Policial da cidade.

Nos próximos dias, o advogado da vítima, Dojival Vieira, pretende entrar com uma ação de indenização por danos morais contra o supermercado e o Estado. “Esse caso é emblemático e precisa ser punido com vigor para que outras situações de discriminação racial não venham a ocorrer.”

O Carrefour afirmou que acompanha a investigação policial e espera "o máximo rigor na apuração dos fatos".

Segundo ele, cinco homens, que não vestiam uniformes, o levaram até um quartinho onde o espancaram. “Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, batiam mais.”

Quando três policiais militares chegaram ao local, Santana explicou que seus documentos estavam no carro. “Eles riam e diziam: ‘Sua cara não nega. Você deve ter pelo menos três passagens pela polícia’.” De tanto insistir, foram até o automóvel, onde sua família o esperava. Após conferir a documentação, os policiais foram embora. “Já passei outros constrangimentos com esse carro. Acho que vou vender”, diz ele.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Transexual é marginal (texto)

Dois policiais que arrastaram uma transexual pelos cabelos durante a Parada Gay de Penedo, litoral norte de Alagoas, no último domingo (16/08), foram afastados da Polícia Militar (PM) e punidos com serviços administrativos no quartel. Serviço administrativo é punição?
Foram muito violentos! Não são pagos para agir dessa forma. A PM deve uma satisfação em relação a forma de agir dos 3 policiais.
As informações são do UOL Notícias. O caso chegou ao comando da PM após uma gravação cair na rede. No vídeo, os militares arrastam a vítima pelos cabelos e pelo chão e a jogam no asfalto por duas vezes antes de a levarem para a delegacia.
Os policiais justificaram a ação, alegando que a transexual estaria sem roupa, praticando atos obscenos e teria desacatado os militares. A PM abriu sindicância e disse que vai apurar a atuação dos militares no caso.
O coronel José Praxedes, comandante de Policiamento do Interior, criticou a ação dos policiais. "Verificamos que houve excessos. Não é esse o procedimento indicado para a condução de presos. Queremos dar uma resposta rápida à sociedade, pois um policial não tem direito de fazer o que ele fez", afirmou Praxedes em entrevista ao UOL Notícias.
O coordenador da Rede GLBT (Gays Lésbicas, Transexuais e Bissexuais) no Nordeste, Bizan Velô, declarou que levará o caso à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. "Foi uma situação arbitrária: agredir um cidadão, independente dele ser transexual, que estava em um evento dele. Ali era um espaço GLTB. Vamos acionar a Secretaria para ver a situação desse caso", disse.
Normalmente nada acontece...o caso fica esquecido...ninguém quer se envolver. Se o transexual estava agindo de forma inadequada a polícia tb agiu. Essa é uma prática da PM em todo Brasil, abuso de poder.
Quando não mata, é violenta.

Negro é ladrão (texto)

Um homem negro foi espancado por seguranças de uma loja do Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com um bandido enquanto esperava no estacionamento a família, que fazia compras. Como é que alguém que aguarda a família pode ser "confundido" com ladrão? Queria entender o por quê dessa confusão e tb o que motivou o engano? Será que o fato do homem ser negro tem alguma relação com essa dúvida?
A polícia abriu inquérito para apurar o caso e disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação. Como assim não compactua? Sabemos, todos nós, que a polícia discrimina negros, homossexuais, moradores de rua. Apesar de ser paga para proteger.
Januário Alves Santana estava ao lado do carro cuidando da filha, de 2 anos, que dormia no banco de trás. Que atitude suspeita! Atenção, cuidar da filha que dorme no banco de trás do carro é uma atitude suspeita.
Segundo ele, um homem armado e sem uniforme se aproximou para tentar prendê-lo. Os dois lutaram até que outros seguranças apareceram. Santana tentou desfazer o mal entendido, mas disse que foi levado para um sala e espancado.
Ele levou socos na boca e teve o maxilar afetado. - "Tava roubando o carro aqui, rapaz ?"- disse o segurança pouco antes de dar um soco em Santana. Ele disse que as agressões só pararam quando um policial militar chegou. Mas, ele continuou sendo humilhado. - "Você tem cara de que tem passagem pela polícia. Conta para nós. No mínimo, umas três passagens você tem. A sua cara não nega 'negão' "- teria afirmado o policial.
Como é que alguém tem cara de que teve passagem pela polícia? Será que o policial agora tem formação higienista? Ou, talvez, esteva sendo assessorado por alguém médio? Ou, numa hipótese bem remota, o fato de Santana ser negro tem alguuma relação com tudo isso? Acho que já fiz essa mesma pergunta.
O Carrefour, por meio de um comunicado, informou que repudia qualquer forma de agressão e desrespeito, que vai colaborar com a polícia e espera que os responsáveis sejam rigorosamente punidos.
Santana disse que foi vítima de racismo e que pretende entrar com uma ação na Justiça. A mulher dele disse que está preocupada com o futuro dos filhos, que também são negros. - "Pode acontecer com eles também. Isso me dói. Acho que um negro não pode viver, não pode ter os seus bens conquistados pelo seu trabalho, seu suor. Isso me deixa muito ferida" - disse Maria dos Remédios.
A direção do supermercado afastou da função o segurança responsável pela agressão. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Vizione del silenzio (música)

Visione del silenzio
Angolo vuoto
Pagina senza parole
Una lettera scritta sopra un visio
Di pietra e vapore
Amore
Inutile finestra
Visão do silêncio
Canto vazio
Página sem palavras
Uma carta escrita em uma visão
Pedra e vapor
Amor
Inútil janela

Caetano Veloso - /Obra Jane Grav Em Silencio Se Ouve, 

As voltas que o mundo dá (texto)

O mundo é grande, mas nossos passos são bem maiores do que ele, por isso, pessoas, situações, amigos, volta e meia, ressurgem em nossas vidas, ainda que a gente espere bem pouco disso. Ontem reencontrei um amigo por quem tenho muito carinho. Nos encontramos através da internet, mas foi o bastante para eu saber que ele continua especial. Ele é do Piauí e está se mudando para Brasília, me disse que queria dar uma chacoalhada na vida e está a caminho.
Nos conhecemos num carnaval em Florianópolis e, tão logo conversamos, descobrimos afinidades. Já nos encontramos no Rio numas férias de verão e agora, ele mais "perto", quem sabe esses encontros não serão mais frequentes?.
Aí fiquei com a música da Joyce na cabeça: "Revendo amigos" que é linda e que fala dos tempos que se vão, dos amigos que se vão, mas que estarão em algum lugar aqui dentro de nós.

Revendo amigos
Vontade de rever amigos
Os gestos de sempre, a risada em comum
Contando as histórias e os casos antigos
As músicas novas
Sem moda, sem tempo nenhum

Vontade de rever amigos
Dizer que estou solta na minha prisão
Gritar pras pessoas
Vem cá que eu tô viva
Me tira a tristeza de dentro
Do meu coração

Saber quem morreu
Perguntar quem chegou de viagem
Se foi porque quis
Explicar que o amor me pegou de mal jeito
Mas tudo somado acho que fui feliz

No entanto, cadê meus amigos
Vai ver que a poeira do tempo levou
A barra da vida tem muitos perigos
E a gente se afasta sem querer
Se esquece sem querer
Se perde dos velhos amigos

Se esquece e se perde dos velhos amigos
(Joyce)

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...