Um homem negro foi espancado por seguranças de uma loja do Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi confundido com um bandido enquanto esperava no estacionamento a família, que fazia compras. Como é que alguém que aguarda a família pode ser "confundido" com ladrão? Queria entender o por quê dessa confusão e tb o que motivou o engano? Será que o fato do homem ser negro tem alguma relação com essa dúvida?
A polícia abriu inquérito para apurar o caso e disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação. Como assim não compactua? Sabemos, todos nós, que a polícia discrimina negros, homossexuais, moradores de rua. Apesar de ser paga para proteger.
Januário Alves Santana estava ao lado do carro cuidando da filha, de 2 anos, que dormia no banco de trás. Que atitude suspeita! Atenção, cuidar da filha que dorme no banco de trás do carro é uma atitude suspeita.
Segundo ele, um homem armado e sem uniforme se aproximou para tentar prendê-lo. Os dois lutaram até que outros seguranças apareceram. Santana tentou desfazer o mal entendido, mas disse que foi levado para um sala e espancado.
Ele levou socos na boca e teve o maxilar afetado. - "Tava roubando o carro aqui, rapaz ?"- disse o segurança pouco antes de dar um soco em Santana. Ele disse que as agressões só pararam quando um policial militar chegou. Mas, ele continuou sendo humilhado. - "Você tem cara de que tem passagem pela polícia. Conta para nós. No mínimo, umas três passagens você tem. A sua cara não nega 'negão' "- teria afirmado o policial.
Como é que alguém tem cara de que teve passagem pela polícia? Será que o policial agora tem formação higienista? Ou, talvez, esteva sendo assessorado por alguém médio? Ou, numa hipótese bem remota, o fato de Santana ser negro tem alguuma relação com tudo isso? Acho que já fiz essa mesma pergunta.
O Carrefour, por meio de um comunicado, informou que repudia qualquer forma de agressão e desrespeito, que vai colaborar com a polícia e espera que os responsáveis sejam rigorosamente punidos.
Santana disse que foi vítima de racismo e que pretende entrar com uma ação na Justiça. A mulher dele disse que está preocupada com o futuro dos filhos, que também são negros. - "Pode acontecer com eles também. Isso me dói. Acho que um negro não pode viver, não pode ter os seus bens conquistados pelo seu trabalho, seu suor. Isso me deixa muito ferida" - disse Maria dos Remédios.
A direção do supermercado afastou da função o segurança responsável pela agressão. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada.