domingo, 8 de novembro de 2009

O início da queda do Muro - 9 de novembro 1989

No final da Segunda Guerra Mundial, Berlim, a capital da Alemanhã, foi dividida em quatro áreas. Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética passaram a administrar cada uma destas áreas.

No ano de 1949, os países capitalistas (Estados Unidos, França e Grã-Bretanha) fizeram um acordo para integrar suas áreas à República Federal da Alemanha (Alemanha Oriental). O setor soviético, Berlim Oriental, passou a ser integrado a República Democrática da Alemanha (Alemanha Ocidental), seguindo o sistema socialista, pró-soviético.

Até o ano de 1961, os cidadãos berlinenses podiam passar livremente de um lado para o outro da cidade. Porém, em agosto de 1961, com o acirramento da Guerra Fria e com a grande migração de berlinenses do lado oriental para o ocidental, o governo da Alemanha Oriental resolveu construir um muro dividindo os dois setores. Decretou também leis proibindo a passagem das pessoas para o setor ocidental da cidade.

O muro, que começou a ser construído em 13 de agosto de 1961, não respeitou casas, prédios ou ruas. Policiais e soldados da Alemanha Oriental impediam e até mesmo matavam quem tentasse ultrapassar o muro. Muitas famílias foram separadas da noite para o dia. O muro chegou a ser reforçado por quatro vezes. Possuía cercas elétricas e valas para dificultar a passagem. Havia cerca de 300 torres de vigilância com soldados preparados para atirar.

Em 9 de novembro de 1989, com a crise do sistema socialista no leste da Europa e o fim deste sistema na Alemanha Oriental, ocorreu a queda do muro. Cidadãos da Alemanha foram para as ruas comemorar o momento histórico e ajudaram a derrubar o muro. O ato simbólico representou também o fim da Guerra Fria e o primeiro passo na reintegração da Alemanha.

sábado, 7 de novembro de 2009

A ETERNA LUTA CONTRA O TEMPO ( Quintana)

A vida são deveres que nós trouxemos
para fazer em casa
.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
A ergueria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada e inútil das horas...
Dessa forma eu digo,
não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que, infelizmente, não voltará mais.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sobre a infelicidade (frase)

"Suportamos com mais resignação uma infelicidade que nos chega inteiramente do exterior do que uma cuja culpa caiba a nós mesmos." (Arthur Schopenhauer)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

VIver não doi (Carlos Drummond de Andrade)

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Saudade (Quintana)

O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...

Histórias de Heloísa II (textos)

Minha mãe me recontou tantas vezes esse caso que é como se ele fizesse parte da minha memória tb. Nós morávamos com a minha Bisavó, Carolina, que era uma senhora engraçadíssima, além disso, me defendia até o último fio dos meus cabelos (naquela época eu tinha bastante). Contava minha mãe que o irmão da minha bisavó havia morrido em Campos, cidade do interior do Rio de Janeiro. E que ao saber da notícia, todos nós, Carolina, Heloísa e eu (com 4 anos, aproximadamente) nos dirigimos para ver se conseguíamos chegar antes do sepultamento do irmão dela.
Acontece que ela, Carolina, não sabia nada além do nome do irmão e do número da casa em que ele supostamente morava. Nada além disso numa cidade enorme como Campos.
Depois de uma viagem de 4 horas, chegamos na rodoviária da cidade. Minha bisavó aflita porque o enterro do seu irmão seria no outro dia e ela queria a todo custo ver o corpo antes que ele fosse enterrado. Como fazer para encontrar alguém que (ela supunha ser conhecidíssimo) sequer se sabia o endereço? Ela então a cada pessoa que cruzava o nosso caminho perguntava se se conhecia o fulano de tal (esse detalhe do nome, não lembro). Ninguém conhecia o irmão dela. Ninguém. Então as pessoas querendo ajudar perguntavam pelo endereço: bairro? Rua? Cemitério? Ela apenas com o número da casa. E mais nada!
Ela ficava indignada quando a resposta era negativa. Ela achava que as pessoas tinham a obrigação de conhecer o seu irmão porque 'ele era uma pessoa muito importante', afinal era o seu irmão. A cada negativa, um confusão.
Caiu a noite e nada. Nem sombra do irmão morto. Até que uma senhora, cabeleireira, com pena da nossa situação, nos ofereceu a sua casa para que passássemos a noite. Provavelmente não tínhamos dinheiro algum para hotel, comida, essas coisas. Pelo menos é o que me pareceu.
Dormimos, os três, num sofá, daqueles que abriam e virava uma espécie de cama de casal. Durante a madrugada, segunda a minha mãe, nos levantamos para eu ir ao banheiro, porque eu, é claro, mijava na cama ou em qualquer lugar se me desse vontade.
Quando retornamos, a minha bisavó tinha sumido. O sofá não suportava que alguém ficasse deitado em um lado sem nenhum peso do outro. Minha avó caiu e ficou por lá mesmo. Depois de uma pequena procura, Carolina foi encontrada deitada no chão. Ela disse que passaria à noite por ali mesmo, além, é claro, de reclamar da hospitalidade: "É isso que dá a gente aceitar o convite desse tipo de pessoa. Nos colocam em qualquer lugar sem o mínimo conforto." (Nem aí para o fato da tal senhora ter feito um grande favor).
No outro dia, depois de muita andança, finalmente o cemitério foi encontrado, mas o enterro já tinha sido feito. Segunda minha mãe, mais um escândalo. Minha bisavó queria a todo custo que o corpo fosse desenterrado para que ela se despedisse do irmão.
Não houve jeito.

Histórias de Heloísa (textos)

Minha mãe tinha um amigo que tb era professor. Ah, morávamos no mesmo bairro, no Rio. Quase todos os dias antes de ele ir trabalhar, dava uma passadinha lá em casa para uma conversa bem rápida, um cafezinho, um oi apenas. Acontece que ele era um pouco tímido e, quando não tinha mais o que dizer, ele batia levemente com um dos dedos no braço do sofá. Umas batidas bem delicadas. Isso era o suficiente pra minha mãe encenar, em qualquer ocasião em que nós (eu e ela) tivéssemos conversando, essa maneira de sinalizar que o assunto tinha acabado.
É claro que, como sempre, tudo era exagerado, ao invés de pequenas pancadas no braço no sofá, ela batucava como se estivesse tocando um pandeiro (com batidas fortes e compassadas) e finalizava como se estivesse numa apresentação tirando o último som do instrumento.
Ríamos muito porque sabíamos que aquilo era uma espécie de código entre nós: se faltava assunto, tínhamos o braço do sofá.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...