quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Educação sexual (texto)

Educação tem relação íntima com aprendizado (parece até que estou brincando). Ninguém é ou pensa como pensa/é, simplesmente porque nasceu pensando/sendo assim ou assado. Somos, sem dúvida, frutos do nosso tempo e nossos pensamentos, quase que de forma geral, acompanham as tendências nessas condições.
Disse de forma geral, porque, sabemos, todos nós, que sempre existe a possibilidade de ser de outra maneira, sempre há alguma resistência ao que chamamos de pensamento hegemônico. Graças a deus, de outro modo a gente não se transformava, o mundo não se transformava.
Sexo é natural. Basta olhar para ver todos os dias o universo nos presentenado com cenas sexuais por todos os lados (desculpem o trocadilho). No entanto, sabe-se lá quando, o sexo passou de natural a uma forma ameaçadora: talvez o cristianismo, talvez as Igrejas de maneira geral, talvez a Medicina, talvez a própria Educação, talvez a Cultura ocidental. Ou melhor, talvez todas essas Instituições ao mesmo tempo na mesma direção.
E aí em nome disso e daquilo produzem-se preconceitos, tabus, discriminações, silêncio em torno de algo que precisa ser discutido. Sexo é saúde, alegria, prazer, possibilidade de perpetuação da espécie, manifestação de amor, carinho etc & tal, e portanto, não deve ficar relegado aos comentários aos pés-dos-ouvidos. Ou estaremos perpetuando, produzindo, uma geração doente, crianças que (como nossos pais e como nós mesmos) não podem sequer ouvir/falar sobre o assunto, como se ele fosse o maior dos crimes.
A escola não é a salvação para tudo, eu sei, mas cabe também a ela, discutir, propor discussões sobre o tema, justamente para desconstruir essa aura de "coisa feia", de "pecado", de "doença", de "crime" que ronda o imaginário em torno desse assunto.
Creio que não podemos mais ignorar a necessidade de abrirmos as portas para um grande debate sobre educação sexual e esgotarmos tudo que está nas “entrelinhas” e dificulta a discussão sobre esse assunto inesgotável de interrogações.
Encarar os debates, propor uma sociedade mais justa e que, nesse sentido, passa por uma sexualidade igualitária. Mas não para por aí. Precisamos informar cada vez mais e, além disso, desenvolver uma atitude positiva diante da sexualidade. A falta de informação e as mensagens distorcidas geram ansiedade e culpa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Só mesmo a mãe (texto)

Hoje eu tive uma notícia muito boa: uma ex-orientanda, Vera Beatriz Hoff Pagnussatti – Mal. Cândido Rondon/Paraná, do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR) foi premiada pela Fundação Bunge (clique para ver) com o prêmio Professores do Brasil com um trabalho que realizamos em 2007. Fiquei tão feliz com a sua premiação, porque ela reforça o que sempre soube em relação à Vera: professora nota 10, pelo amor ao trabalho, pela dedicação ao estudo, inteligência e pelo prazer de fazer bem feito o que se propõe.
Aí se a minha mãe estivesse viva eu teria ligado para dar essa boa notícia! Ela sempre era a primeira a saber dessas novidades e vibrava comigo como se ela estivesse diretamente envolvida no processo. Não tive pra quem ligar, porque só as mães vibram conosco dessa forma. Amigos ouvem, mas quem escuta com o coração, so mesmo a mãe.
Fiquei lembrando, não com tristeza, mas com saudade, como ela ficou feliz quando passei no vestibular, como ela se realizou com a minha formatura na graduação, como rezou para que a defesa do mestrado fosse tranquila, como vibrou comigo quando terminei o doutorado e como ouvia essas bobagens todas como se fosse ela mesma a passar pela situação.
Só as mães são felizes!

Depois me diz (Marina Lima/Antônio Cícero)

Ainda Desta vida, desta arte. Sei lá o que me deu para ouvir tanto e tantas vezes esse CD que estava lá, quietinho, no seu canto, ou melhor, no seu silêncio.

Teu visual

Não sai de mim

Te amo, que mal

Eu sou assim...

Não tem nenhum jogo

Desejo

Te vejo E acende o fogo

Um tremor me abala Suor me umedece Eu fico sem fala A língua entorpece

Assim, meio estranha

Me perco

Querendo, você me ganha
As gente às vezes foge Mas depois, volta atrás Primeiro ruge Não dá cartaz

E aí, sem entender

Capota

Você vai ver como eu vi

Depois me diz

Que nota

Depois me diz...

A noite cai

Brilho infinito

O amor é mais

Tudo foi dito

Mas eu te respeito

Te quero

Te espero

E só acredito...

domingo, 15 de novembro de 2009

Meu tempo (estou aprendendo) Marina Lima/Antonio Cícero

Gosto muito das músicas da Marina Lima/Antonio Cícero. Já ouvi com mais frequência, é verdade. Mas continuo, vezinquando, ouvindo os discos (CD's) antigos. Desta vida, desta arte, por exemplo, é um CD que sempre ouço. Tem ali pérolas dessa dupla: "Meu tempo", é uma delas. Tou ouvindo agora e, como tenho boas lembranças dessa época, posto aqui a letra.


Eu sei

Estou aprendendo

A vida é meu tempo sem me guardar ou machucar demais

E nem quero mais a chave do mundo

Eu sempre mudo, nada é igual, mas o fundamental
Pra mim é saber achar

O que esse tempo tem pra dar

Nada acabou-se quero acreditar que

No fundo do amargo tem uma gota doce
Eu tento não endurecer

É duro sofrer, mas sei que faz parte

Desta vida e desta arte

E só quero

No peito e na garra

Comprar mesmo a barra humana e mortal

Barra total

Pra mim é saber achar

O que esse tempo tem pra dar

Nada acabou-se quero acreditar que

No fundo do amargo tem uma gota doce...

2012 (filme)

Cinema é ou não a maior diversão? É. Sem cinema minha vida seria sem graça. Ir ao cinema (uma pena que agora quase todos sejam em shoppings) é quase um ritual: escolher o filme, a sessão, o lugar, aguardar para que as luzes se apaguem.
Aqui em Cascavel, não em qualquer lugar, acho que por força do hábito, ou melhor, por força do não-hábito, algumas pessoas ainda acham que a sala de projeção é extensão da sua casa e, dessa forma, conversam, atendem telefone, comentam todas as cenas dos filmes etc. Uma pena!
Ontem assisti ao filme_catátrofe_fim_do_mundo 2012. Vou porque gosto de efeitos especiais. Gosto de ver a onda gigante se aproximanda da cidade, destruindo tudo. Prédios inteiros engolidos pelo terremoto etc. etc. etc.
Fora isso, o filme é o mesmo de sempre. A Guerra Fria já acabou faz tempo ..., quer dizer, não em Hollywood: um Russo milionário faz as vezes do vilão (não é bem um vilão, mas tb não é um mocinho). Não é apenas ele, tem tb um norte-americado do mal.
Nesta nova versão, com pitadas politicamente corretas: o presidente negro, o discurso em defesa da nova humanidade, o cientista (tb negro) que descobre/revela o fim_dos_dias etc. etc. etc.
Está tudo lá: previsível até o último instante. O pai_desajustado_que_salva_a_família e recupera o amor e a admiração dos filhos. O maluco que prevê, sem que ninguém dê a devida atenção, os dias finais...
E a cena, divulgada pela imprensa local, do Cristo Redentor aos pedaços, desaponta.
O cartaz brasileiro traz a imagem do Cristo destruído, na França, a Torre Eiffel, na Itália, O Vaticano, mas todas essas cenas são coadjuvantes.
Pra quem gosta de efeitos especiais e não se irrita muito com aqueles roteiros preenchidos com o heroi e a mocinha que se beijam no fim do filme ... dá para encarar.

sábado, 14 de novembro de 2009

Hoje (texto)

Um dia uma amiga me disse aqui que somos (eu-e-ela) ansiosos e, portanto, queremos antecipar tudo: sentimentos, problemas, soluções, idas, vindas, tristezas e alegrias. Estou numa fase de ansiedade exacerbada e isso me tem feito (claro) muito mal. Não tenho conseguido dormir (que novela!) ... e como há um efeito cascata ... fico mais ansioso, menos durmo, menos durmo e mais ansioso. O ano não acaba. Preciso de férias. Mas pela frente: tantas atividades ainda.
Nesta semana, nunca pensei tanto na sexta-feira. Fiquei contando os dias para poder dormir até mais tarde sem ter que pensar em ler trabalhos de conclusão de curso; preocupar-me com as provas, concursos, PDE e a casa que sozinha não funciona.
Ontem cheguei aqui, depois de um dia longo de trabalho, e fiquei deitado sem fazer nada até às 20h. Pensando apenas neste final de semana.
A noite não foi boa, mas não estou com aquele peso nas pernas, apenas uma leve dor de cabeça e um desânimo. Ainda bem que aqui, nesta caverna, existe silêncio.
Estou com o pensamento fixo no mês de janeiro. Querendo dormir uma semana sem intervalo: sem taquicardia, sem pesadelos, sem precisar uma posição boa na cama. Dormir, apenas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lista (texto)

Gosto de listas. Faço quase sobre tudo: os dez livros mais interessantes, os menos; os discos mais ouvidos, as melhores mísicas; os melhores contos; os melhores blogs, enfim, listas, listas e mais listas.
Hoje, no Globo.com, saiu a lista do jornal britânico "The times" dos cem melhores filmes da década, exibidos nos cinemas do ano 2000 para cá.
E em se tratando de filmes, não dá para deixar de reproduzi-la aqui: o longa-metragem "Caché", dirigido por Michael Haneke e estrelado por Juliette Binoche e Daniel Auteil, ficou em primeiro lugar na seleção, seguido de "Ultimato Bourne", com Matt Damon, do oscarizado "Onde os fracos não tem vez", dos irmãos Coen, e do documentário "O homem urso", de Werner Herzog.

O brasileiro Fernando Meirelles apareceu duas vezes na lista, com "Cidade de Deus", que conquistou o 62ª lugar, e "O jardineiro fiel", que ficou em 52º. A lista também inclui "O cavaleiro das trevas", "O eterno brilho de uma mente sem lembranças", "Borat", "Gladiador", "Pequena Miss Sunshine" e outros.

Confira abaixo os primeiro 30 colocados no site do jornal.

1. "Caché" (2005) (vi)

2. "Ultimato bourne" (2007) (vi)

3. "Onde os fracos não têm vez" (2007) (vi)

4. "O homem urso" (2005) ( vi)

5. "Team America: detonando o mundo" (2004) (não vi)

6. "Quem quer ser um milionário?" (2008) (vi)

7. "O último rei da Escócia" (2006) (não vi)

8. "007 - Cassino Royale" (2006) (vi)

9. "A rainha" (2006) (não vi)

10. "Hunger" (2008) (não vi)

11. "Borat" (2006) (vi)

12. "A vida dos outros" (2006) (vi)

13. "This is England" (2007) (não vi)

14. "4 meses, 3 semanas, 2 dias" (2007) (vi)

15. "A queda - As últimas horas de Hitler" (2004) (vi)

16. "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" (2004) (vi, mais de dez vezes)

17. "O segredo de Brokeback Mountain" (2005) (vi)

18. "Deixe ela entrar" (2008) (não vi)

19. "Voo United 93" (2006) (vi)

20. "Donnie Darko" (2001) (não vi)

21. "Boa noite e boa sorte" (2005) (vi)

22. "Longe do paraíso" (2002) (vi)

23. "O equilibrista" (2008) (não vi)

24. "Extermínio" (2002) (vi)

25. "Dançando no escuro" (2000) (vi)

26. "Minority report - A nova lei" (2002) (vi)

27. "Sideways - Umas e outras" (2004) (vi)

28. "O escafandro e a borboleta" (2007) (vi)

29. "Quero ser John Malkovich" (2000) (vi, vi, vi)

30. "Irreversível" (2002) (vi)



Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...