sábado, 21 de novembro de 2009

Virado no cão! (texto)

Três computadores em casa e nenhum presta. Um se esquentar, desliga, o outro o windows não conecta e o terceiro é tão velho, tão velho que o teclado é todo em grego e a memória é uma vaga lembrança (velha essa, né?). Tô virado no cão. Garrei um ódio de tecnologia. É desesperador ficar sem internet. Daqui a pouco começo com a crise de abstinência. Fico numa angústica só de pensar que tem um e-mail me esperando para responder, um vídeo bombando no youtube, o twitter a quinhentos por hora, meu orkut sendo invadido. Comecei com as visões. Daqui pra frente é só o fundo do posso.
A internet é a salvadora dos meus embalos de sábado à noite. Sem ela, tenho que ver tv. Nem venham com essa de livro porque li a semana toda. Escrevi todos os dias. Dei aula.
Eu quero é mocotó.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20 de Novembro: Dia Nacional da Consciência Negra (texto)

Kizomba, Festa da Raça

Valeu Zumbi

O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Alinhar ao centro
Zumbi valeu

Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jogo e Maracatu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Vem menininha pra dançar o Caxambu
Ô ô nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô ô Clementina
O pagode é o partido popular
Sacerdote!
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que com graça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Que magia
Reza Ageum e Orixás
Tem a força da Cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o Apartheid se destrua
Valeu
Valeu Zumbi
Valeu Zumbi, Valeu Zumbi, Valeu Zumbi
Valeu Zumbi!

Durante muito tempo à questão do Negro no Brasil era lembrada no dia 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea, em 1888, abolindo a escravatura.
Nessa data nas escolas, normalmente, as crianças negras faziam o papel de escravos e a caucasiana se vestia de princesa Isabel, no entanto, nada era dito sobre a resistência e as lutas dos negros contra a escravidão. O destaque era a ação da princesa Isabel.
Nos anos 70, com o surgimento e o fortalecimento dos Movimentos Negros, deu-se um novo enfoque àquela história. E iniciou-se a luta para que o povo brasileiro lembrasse e (re)conhecesse as lideranças negras e as muitas ações de resistências dos negros africanos através da história.
Um os pontos principais desse Movimento foi enunciar que o dia 13 de maio não deve ser comemorado enfatizando a passividade do negro diante da ação misericordiosa do caucasiano, afinal, durante a escravidão houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas regiões do país.

No 13 de maio, o Movimento Negro propõe como o dia Nacional de Luta Contra o Racismo.


O Movimento Negro destaca o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi – do Quilombo dos Palmares – como uma data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais símbolos de luta e resistência contra a opressão e exclusão vivenciada hoje pelos afros-descendentes.


A intenção de comemorar essa data – 20 de novembro – se deu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O primeiro passo foi dado, conta o historiador Alfredo Boulos Júnior, pelo poeta Oliveira Silveira, membro do Grupo Palmares, uma associação cultural negra. Ao conhecerem o livro “O Quilombo dos Palmares”, de Edison Carneiro (baiano), os participantes dessa associação entenderam que Palmares foi a maior manifestação de resistência negra na história brasileira.


No dia 20 de novembro de 1971, no Clube Náutico Marcílio Dias, fez-se a primeira homenagem a Zumbi dos Palmares. Esse foi o primeiro passo para que ocorresse em Salvador no dia 7 de julho de 1978, uma proposta pelo MNU – Movimento Negro Unificado – para que em 20 de novembro fosse o dia Nacional da Consciência Negra. Associações e Movimentos Negros de todo o país aceitaram a proposta e essa data representa o resgate no sentido político de luta, da resistência contra a opressão social.


Assim, a partir da década de 70, Zumbi passou a ser valorizado no contexto de luta contra o mito da “democracia racial”, auxiliando na desmistificação que a história apregoa sobre o tipo de relações raciais desenvolvidas no Brasil, como sendo uma escravidão pouco violenta e de resistências sem tanta importância.


A visão da “democracia racial” ainda tenta apresentar para a sociedade a ideia de que os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil existentes viveram e ainda vivem harmoniosamente diferentes da resistência dos outros paises. Daí a importância de Zumbi dos Palmares, sua representação ativa e rebelde se contrapõe a toda essa ideia instituída pelo caucasiano. A imagem de Zumbi não só representa a resistência negra, mas, contribui também, para que negros e caucasianos compreendam, aceitem e reconheçam as diferenças humanas.


Em 2003, foi sancionada a lei 10.639/03 sendo instituída obrigatoriedade da inclusão da História da África e da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio. A lei também determina que o dia 20 de novembro deverá ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra.
Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da Comunidade Negra e dos Movimentos Negros de todo Brasil.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Assim são os meus amigos (texto)


Ter amigo é bom demais. É ele quem nos ampara naquelas horas. E se ele for do tipo que não te vigia, não te inveja, não te analisa nem descute a relação, aí é muita sorte, é sorte demais! Um amigo que te aceita do jeito que vc é, e não faz perguntas difíceis, te entende pelo olhar, e não é, jamais, invasivo, não te coloca contra a parede, não te cobra presença, é o ideal.
Se ele for leve, bem humorado, inteligente e te der um abraço daqueles. Meu deus, que sonho! E se vc se sentir diante dele à vontade a ponto de não ter quaisquer preocupações, cuidados, não precisar pisar em ovos, não deixe nunca que ele te escape.
E se ele entender que alguns comportamentos teus (as esquisitices) não têm nada a ver com ele. Aí, sem adjetivos para chamá-lo.
Tenho amigos assim.

Educação sexual (texto)

Educação tem relação íntima com aprendizado (parece até que estou brincando). Ninguém é ou pensa como pensa/é, simplesmente porque nasceu pensando/sendo assim ou assado. Somos, sem dúvida, frutos do nosso tempo e nossos pensamentos, quase que de forma geral, acompanham as tendências nessas condições.
Disse de forma geral, porque, sabemos, todos nós, que sempre existe a possibilidade de ser de outra maneira, sempre há alguma resistência ao que chamamos de pensamento hegemônico. Graças a deus, de outro modo a gente não se transformava, o mundo não se transformava.
Sexo é natural. Basta olhar para ver todos os dias o universo nos presentenado com cenas sexuais por todos os lados (desculpem o trocadilho). No entanto, sabe-se lá quando, o sexo passou de natural a uma forma ameaçadora: talvez o cristianismo, talvez as Igrejas de maneira geral, talvez a Medicina, talvez a própria Educação, talvez a Cultura ocidental. Ou melhor, talvez todas essas Instituições ao mesmo tempo na mesma direção.
E aí em nome disso e daquilo produzem-se preconceitos, tabus, discriminações, silêncio em torno de algo que precisa ser discutido. Sexo é saúde, alegria, prazer, possibilidade de perpetuação da espécie, manifestação de amor, carinho etc & tal, e portanto, não deve ficar relegado aos comentários aos pés-dos-ouvidos. Ou estaremos perpetuando, produzindo, uma geração doente, crianças que (como nossos pais e como nós mesmos) não podem sequer ouvir/falar sobre o assunto, como se ele fosse o maior dos crimes.
A escola não é a salvação para tudo, eu sei, mas cabe também a ela, discutir, propor discussões sobre o tema, justamente para desconstruir essa aura de "coisa feia", de "pecado", de "doença", de "crime" que ronda o imaginário em torno desse assunto.
Creio que não podemos mais ignorar a necessidade de abrirmos as portas para um grande debate sobre educação sexual e esgotarmos tudo que está nas “entrelinhas” e dificulta a discussão sobre esse assunto inesgotável de interrogações.
Encarar os debates, propor uma sociedade mais justa e que, nesse sentido, passa por uma sexualidade igualitária. Mas não para por aí. Precisamos informar cada vez mais e, além disso, desenvolver uma atitude positiva diante da sexualidade. A falta de informação e as mensagens distorcidas geram ansiedade e culpa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Só mesmo a mãe (texto)

Hoje eu tive uma notícia muito boa: uma ex-orientanda, Vera Beatriz Hoff Pagnussatti – Mal. Cândido Rondon/Paraná, do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR) foi premiada pela Fundação Bunge (clique para ver) com o prêmio Professores do Brasil com um trabalho que realizamos em 2007. Fiquei tão feliz com a sua premiação, porque ela reforça o que sempre soube em relação à Vera: professora nota 10, pelo amor ao trabalho, pela dedicação ao estudo, inteligência e pelo prazer de fazer bem feito o que se propõe.
Aí se a minha mãe estivesse viva eu teria ligado para dar essa boa notícia! Ela sempre era a primeira a saber dessas novidades e vibrava comigo como se ela estivesse diretamente envolvida no processo. Não tive pra quem ligar, porque só as mães vibram conosco dessa forma. Amigos ouvem, mas quem escuta com o coração, so mesmo a mãe.
Fiquei lembrando, não com tristeza, mas com saudade, como ela ficou feliz quando passei no vestibular, como ela se realizou com a minha formatura na graduação, como rezou para que a defesa do mestrado fosse tranquila, como vibrou comigo quando terminei o doutorado e como ouvia essas bobagens todas como se fosse ela mesma a passar pela situação.
Só as mães são felizes!

Depois me diz (Marina Lima/Antônio Cícero)

Ainda Desta vida, desta arte. Sei lá o que me deu para ouvir tanto e tantas vezes esse CD que estava lá, quietinho, no seu canto, ou melhor, no seu silêncio.

Teu visual

Não sai de mim

Te amo, que mal

Eu sou assim...

Não tem nenhum jogo

Desejo

Te vejo E acende o fogo

Um tremor me abala Suor me umedece Eu fico sem fala A língua entorpece

Assim, meio estranha

Me perco

Querendo, você me ganha
As gente às vezes foge Mas depois, volta atrás Primeiro ruge Não dá cartaz

E aí, sem entender

Capota

Você vai ver como eu vi

Depois me diz

Que nota

Depois me diz...

A noite cai

Brilho infinito

O amor é mais

Tudo foi dito

Mas eu te respeito

Te quero

Te espero

E só acredito...

domingo, 15 de novembro de 2009

Meu tempo (estou aprendendo) Marina Lima/Antonio Cícero

Gosto muito das músicas da Marina Lima/Antonio Cícero. Já ouvi com mais frequência, é verdade. Mas continuo, vezinquando, ouvindo os discos (CD's) antigos. Desta vida, desta arte, por exemplo, é um CD que sempre ouço. Tem ali pérolas dessa dupla: "Meu tempo", é uma delas. Tou ouvindo agora e, como tenho boas lembranças dessa época, posto aqui a letra.


Eu sei

Estou aprendendo

A vida é meu tempo sem me guardar ou machucar demais

E nem quero mais a chave do mundo

Eu sempre mudo, nada é igual, mas o fundamental
Pra mim é saber achar

O que esse tempo tem pra dar

Nada acabou-se quero acreditar que

No fundo do amargo tem uma gota doce
Eu tento não endurecer

É duro sofrer, mas sei que faz parte

Desta vida e desta arte

E só quero

No peito e na garra

Comprar mesmo a barra humana e mortal

Barra total

Pra mim é saber achar

O que esse tempo tem pra dar

Nada acabou-se quero acreditar que

No fundo do amargo tem uma gota doce...

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...