domingo, 27 de dezembro de 2009

Dormir (texto)

Dormir é o melhor do início das férias. Na verdade, dormir é bom sempre.
Este ano trabalhei muito. Tudo culpa do João (A Greice, a Helenita e a Cida tb têm culpa no cartório). Pensei, muitas vezes, que não daria conta do recado.
Alguns dias achei que minha cabeça ia explodir. O corpo estava jogado fora. E o trabalho não parava de chegar.
É claro que tb tive bons momentos, durante este ano de trabalho. Primeiro, a certeza de que trabalhar em equipe é muito bom (Rodrigo é um excelente companheiro e a tranquilidade do João sempre vinha em boa hora). Depois, que mesmo na tensão a gente ri.
No colegiado, tanto do mestrado quando da graduação, a equipe tb funcionou muito bem. A equipe de lingua portuguesa sempre está pronta pra tudo. Até para ouvir as reclamações pessoais.
Mas este ano trabalhei com o pessoal de inglês e espanhol com maior aproximação e o resultado não foi diferente.
Por tudo isso, mereço mesmo dormir muito. Até tarde. Dormir depois do almoço. E ir para cama cedo. Dormir andando e dormir no cinema, enfim, dormir até o corpo descansar.

Pequenos objetos - Parte II (texto)

Ainda nos meus pais, continuei mexendo agora nas minhas coisas, numa caixa de cartas antigas (nela foram guardadas cartas desde os meus tempos de criança.) Uma volta no tempo: cartões enviados à minha mãe, cartas dos amigos do ensino médio, ex-alunos, gente que eu nem faço ideia de quem seja, mas que fez parte da minha vida num momento.
Li cartas e cartões tão lindos. Cartas de amigos que estavam longe e outras de amigos que moravam tão perto, mas que por algum motivo, nos correspondíamos: uma saudade muito grande dessas pessoas que foram importantes num momento de minha vida.
Amigos da escola, do bairro, da universidade, amigos que se mudaram para outros estados ou países.
Encontrei por lá cartas de Robson, Cátia, Nanci (muitas), Wilson (muitas), Elpy, Fátima, Rômulo, Rosilda, Márcia Crepaldi, Gracinha, Ana Carla, Ana Maria, Luciana, Lucimara, Lúcia entre tantos outros.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Pequenos objetos (texto)

Estive na casa dos meus pais, primeira vez depois da morte de minha mãe. Foi muito grande a emoção de estar por lá e não encontrá-la. Estranho demais o que senti. Meu padrasto foi me encontrar no portão com os olhos cheios de lágrimas. Eu me segurei até onde foi possível. Mas ao mexer nos seus objetos pessoais, nas nossas fotografias, nas cartas recebidas e enviadas, nos cartões de natal que lhe enviei, nos bilhetes que guardei com brincadeiras ou lembranças para um de nossos dias, nas suas cartas de tarô, nos anéis, cordões, não deu para não me emocionar.
Nunca comemorávamos o natal com ceia, com a família reunida ou coisa parecida. Mas jantávamos juntos na véspera do natal e o almoço no dia 25 de dezembro era quase sagrado. Almoçamos apenas nós dois.
Muitas lembranças. Muita saudade. Mas a certeza de que ela agora está melhor do que estava. Sem sofrimento. E a gente vai levando...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Bibloteca Digital Mundial

O endereço estava no blog de um amigo (Pensamentos Negros) e aí, é claro, fiquei curioso e entrei para ver o material disponível. Incrível! Vale à pena entrar e explorar. Primeiro por continente, depois por países. Tem muito material interessante e impostante.
É é para todos nós!!!!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Da Série Contos Mínimos (texto)

Descobriu numa velha agenda antigos amigos, lembranças, datas comemoradas, nomes esquecidos. A sensação de que o tempo passou, saudades, números nunca discados. A velha agenda contou-me como éramos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Receita de ano novo (Poesia)



Receita de ano novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Sou organizado do meu jeito (texto)

Organização não tem meio termo (ou tem?). Não se pode, pelo menos do meu ponto de vista, ser mais ou menos organizado. Ou vc é ou vc não é. Essa história de que se é de um jeito particular organizado, soa estranho. Acabei de ouvir de um grande amigo aqui em Curitiba que: "Sou organizado do meu jeito, se eu coloco o meu colírio, por exemplo, em um lugar sei que vou encontrá-lo naquele lugar."
Fiquei pensando ... como é que alguém pode achar que colocar um colírio, por exemplo, sobre o fogão e encontrá-lo quando o procurar pode ser considerado uma pessoa organizada. Lugar de colírio, por exemplo, não é, definitivamente, sobre o fogão. Ou é?
Sou organizado quase beirando o transtorno obsessivo compulsivo (mais conhecido como TOC) e fico mais impaciente se procuro alguma coisa e perco mais de cinco minutos nessa busca. É claro que isso é um sofrimento tanto para quem é assim quanto para quem precisa conviver com quem se comporta daquele jeito.
Não consigo sair de casa se a cama não estiver arrumada, se tiver louça na pia. Não consigo estudar se o escritório não estiver arrumado, se os livros estiverem fora do lugar ou se eu souber que a área de serviço está desorganizada. Obsessão pura.
Já tentei até psicanalista, mas acho que é mais grave e preciso de um psiquiatra, ou internação. O fato é que gente mais ou menos organizada ... não existe.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...