quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O umbigo é grande (texto)

Tem uma passagem na bíblia, não me perguntem onde, que conta a história da destruição, por Deus, de uma certa cidade (não me pergunte qual). Deus disse a alguém (não me perguntem quem) que se ele encontrasse uma alma boa, a tal cidade não seria destruída.
Pois bem. Não sei o final da passagem, mas quero crer que a tal cidade não tenha sido destruída, porque temos almas boas aos montes, ainda que se diga o contrário. Ainda que se diga que estamos mais preocupados com o nosso próprio umbigo, podemos provar que o "nosso umbigo" está ligado ao umbigo do outro por um longo e forte cordão.
O Haiti, como todos sabemos, foi praticamente destruído por um sismo de intensidade 7 na escala Richter. Muitos países estão se mobilizando para ajudar as vítimas (segundo primeiros levantamentos, cerca de 45 mil pessoas mortas): 3 milhões de feridos e desabrigados.
Além de países, pessoas com alguma influência tb estão moblizadas em torno dessas ajudas.
O Banco do Brasil (BB) e a Embaixada do Haiti no Brasil abriram uma conta corrente para receber doações para as vítimas do terremoto. O dinheiro recebido na conta será administrado diretamente pela diplomacia do país da América Central. Depósitos de qualquer valor podem ser feitos em nome de SOS Haiti, agência 1606-3, conta corrente 91.000-7. Os depósitos podem ser feitos de qualquer parte do Brasil nas agências e caixas eletrônicos do BB.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) também tomou iniciativas emergenciais em relação ao Haiti. Enviou ao país uma Equipe de Ajuda Imediata a Desastres (Dart, na sigla em inglês) e acionou três de seus parceiros nos EUA, conforme informou a embaixada americana em Brasília. Dentre esses parceiros, a Fairfax County Urban Search and Recue (Usar) é uma equipe de busca e resgate composta por até 72 especialistas em tragédias e seis cães farejadores e conta com cerca de 48 toneladas de equipamentos. A Usaid presta auxílio ao Haiti há 50 anos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Haiti não é aqui, o Haiti é aqui (texto)

O Haiti é o país mais pobre das Américas, figura em 146º lugar entre os 177 medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. Mais da metade da população vive com menos de US$ 1 por dia, e 78% com menos de US$ 2. Apenas 2% das florestas do país estão de pé. Uma série de acontecimentos desastrosos de grandes proporções relacionados a fenômenos naturais e crises políticas deixaram o país a beira de um colapso nos últimos anos.
Um furacão em 2004 destruiu a cidade de Gonaïves. Em 2008, 4 furacões passarm pelo Caribe e deixaram centenas de mortos no Haiti e cerca de 800 mil desabrigados.
Após 29 anos de ditadura, o ex-padre católico Jean-Bertrand Aristide se tornou o primeiro presidente do país eleito democraticamente. Foi derrubado por um golpe militar em 1991 e reinstalado no posto com o apoio dos E.U.A.
E agora esse terremoto, de magnitude 7 graus na escala Richter (o maior grau é 9). Até o momento não se sabe o número de vítimas. Sabe-se apenas que a situação e bastante grave. Entre as vítimas, muitos brasileiros, integrantes da força de paz da ONU. Zilda Arns Neumann, 75 anos, fundadora da Pastoral da Criança, tb morreu enquanto dava uma palestra numa igreja, que desabou, na capital Porto Príncipe.
Grande tristeza! O Mundo precisa se solidarizar com essas pessoas. Somos todos parte do mesmo espaço. Lá e cá é apenas questão de tempo.

Avatar (filme)

Acabei de chegar da sessão em 3D. Fantástico.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Como se fosse a primeira vez (texto)

Chove desde que o mundo é mundo, mas a chuva sempre nos pega desprevenidos. Não falo na chuva catastrófica como a que tem nos flagelado, mas na chuva comum. Na chuva que deveria fazer parte das expectativas normais de qualquer um que não vive num deserto. Que não deveria exigir qualquer alteração no seu cotidiano fora a necessidade de usar guarda-chuvas e o cuidado de evitar goteiras e poças. E, no entanto, todas as vezes que chove nossas vidas são transtornadas como se fosse a primeira vez. Meu Deus, o que é isso? Água caindo do céu?! Com chuva todo o mundo se confunde, como se não houvesse precedentes. Com chuva o caos do trânsito vira um pavor, embora só seja o caos de sempre com água em cima.
O descaso que causa as tragédias quando a chuva é catastrófica é um corolário dessa surpresa sempre repetida. A imprevidência dos que constroem em áreas de risco ou a negligência dos que permitem a construção em áreas de risco vem da mesma recusa de ver o óbvio. A chuva é uma obviedade, não é uma novidade. A chuva anômala, catastrófica, também, pois temos uma longa história de tragédias como as destes dias. Mas a reação é sempre de incredulidade, nunca se reconhece o óbvio.
O problema do Brasil não é que as coisas não tenham precedentes. Há precedentes para tudo que nos aflige. O problema é que os precedentes não nos ensinam nada. Assim continuaremos reclamando que os esgotos pluviais não dão conta das grandes chuvaradas e precisam ser refeitos, até a inundação regredir e não se falar mais nisso. Continuaremos protestando contra construções em áreas perigosas até os deslizamentos pararem e o tempo melhorar, e esquecermos. E cada tragédia, como cada dia de chuva, será sempre como se fosse a primeira vez.
REPARAÇÃO
Alguém com tempo e curiosidade suficientes poderia calcular de quanto seria o montante se cada família de vítimas da imprevidência e da negligência dos governos – do esgoto não refeito, da encosta não adequadamente escorada, da estrada não duplicada ou não construída – responsabilizasse judicialmente Estados e União e exigisse reparação. Não precisaria nem ser as vítimas de todos os tempos, só de um ano bastaria. O custo seria maior do que o necessário para fazer as obras.
(Luis Fernando Veríssimo)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

1º Ano do Blog (texto)

O Blog fez um ano e não me dei conta. Na minha infalível memória para datas (homens não têm essa região cerebral desenvolvida), o primeiro ano seria comemorado em 24 de janeiro. Não era bem assim. Fiz um ano de Blog no dia 24 de dezembro! E como não sou tão cara de pau assim, resolvi não ligar me desculpando pelo esquecimento.
De qualquer forma, não queria que essa data passasse assim, em branco, e aí resolvi registrar aqui o primeiro aniversário: preciso dizer que é bacana a experiência de escrever (sabe-se lá para quem) diariamente sobre diversos assuntos (a minha experiência de escrita era, nos últimos anos, estritamente acadêmica); depois, e aos poucos, a gente fica sabendo que algumas pessoas passam por aqui e leem o que está escrito; mais adiante deixam recados, comentários. É uma grande comunidade virtual, Sem fronteiras (Bem que a Tim podia me patrocinar!!!).
Preciso ainda escrever que conheci pessoas especiais através dessa brincadeira. Não vou citar nomes porque posso parecer injusto. Fiz amigos.
Passei por momentos complicados no ano passado, principalmente com a perda de minha mãe obtive aqui apoio dessas pessoas. Escrever nesse momento, quase eterno, me tirou da beira do vulcão em atividade.
Já escrevi sobre quase tudo que me interessa: sexualidade, música, livros, comidas (não necessariamente nesta ordem). Em 2009 foram 421 pequenos posts (tem de tudo): declaração de amor, brigas com alunos, desabafo, homenagens, impressões de viagens, poesias, textos estranhos, contos, recados, coisas bizarras, fofocas, letras de música, notícias nacionais e internacionais, política, impressões pessoais diversas.
O mais importante foram os encontros que se fizeram (mesmo se desencontros). Queria agradecer mesmo a três grandes amigos sempre presentes (e em nome deles agradecer, por deslizamento, aos demais que passa(ra)m por aqui em algum momento): Fátima, Cris e Luiz. São pessoas doces, atenciosas, preocupadas, divertidas e cheias de paciência. Obrigado pelos e-mails, pelos textos, pelas preces, pelos telefonemas, pelos seus blogs.
Preciso ainda escrever sobre o primeiro comentário deixado (o que a gente nunca esquece). Foi no dia 25 de janeiro no post Dias sim, ele foi deixado pela Joana. Acho que ela nunca mais apareceu. Que pena! E o primeiro a seguir o Blog (me deixando preocupado) Juan Antonio do Blog Fotos de Barcelona.
A ideia de fazer um blog surgiu após a leitura do blog de um grande amigo (Alexandre Reis). Aí fiquei pensando, pensando se daria conta, primeiro de colocar um blog no mar, depois, se teria fôlego para escrever, e ainda, se teria sobre o que postar.
Remar
, remar, remar, navegar impreciso por mares nunca d'antes navegados.
Sem a primeira remada não se atravessa o rio. Não tenho medo de águas. Bem ao contrário, apesar de capricórnio, gosto muito de aquário.
É isso! Um grande beijo, muitos abraços apertados, obrigado pelos comentários, pelas visitas, enfim, pelo incentivo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Hanami - Cerejeiras em flor (filme)

Decidi hoje que não faço mais resenhas de filmes. Registro apenas aqui que assisti e pronto. Talvez eu escreva um pequeno texto sobre a impressão que ele me causou e nada mais.
Li um dia desses 30 resenhas (em diversos blogs) sobre o filme Avatar e achei bem chato ler a mesma coisa trinta vezes. Não quero causar a mesma impressão (ou melhor, não quero causar mais a mesma impressão)!
Depois desse filme fiquei pensado sobre a imperfeição humana. Somos imperfeitos. É claro! E quando atribuímos a nós essas imperfeições é apenas para nos desculpar dessas características. Somos arrogantes, impacientes, invejosos, mentirosos, prepotentes. E além disso tudo, como se fosse pouco, nos achamos eternos.
A proximidade consciente da morte
(nossa ou de alguém que amamos) talvez nos dê um pouco de sabedoria. Tb passageira.
A flor da cerejeira surge como mágica e se desfaz da mesma maneira.

Tua (CD)

Maria Bethânia gravou dois CD´s em 2009 (Encanteria e Tua). Eu podia comprar apenas um. Não tinha qualquer critério. Os dois estavam ali, à disposição. Escolhi Tua, assim como se escolhe uma camiseta, pela estampa. Apenas pela cara. Ouvi dizer que quem vê cara, não vê coração. Não funcionou dessa vez. A não ser que Encanteria seja o top do top, o creme do creme.
Já no primeiro acorde do CD (É o amor outra vez), me apaixonei: voz, música, letra, enfim, impecável. A cada música (são 11 faixas - todas inéditas) me surpreendia com a qualidade das composições.
O cuidado com o CD é marca registrada da maior intérprete (na minha opinião, é claro) da música brasileira. Não sei se a indústria da música está mesmo em baixa (acabei de ler no Globo que nos E.U.A. as músicas, em 2009, venderam menos que no ano anterior), sei apenas que música é um grande investimento: alegra o dia, nos leva para lugares outros, ameniza as dores, afaga a saudade.
Tua é composição de Adriana Calcanhotto, mas tem Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, Roque ferreira, Jorge Vercilo e J. velosso, César Mendes e Arnaldo Antunes, Moacyr Luz e Aldir Blanc, Saul Barbosa e Jorge Portugal, Bill Farr, Márcio Valverde e Nélio Rosa, Chico César e Paulinho Moska, Mauro Duarte, Roberto Mendes e Capinam. Não precisa mais nada.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...