terça-feira, 1 de junho de 2010

Narciso acha feio tudo o que não é espelho (texto)

ESTADOS UNIDOS – O pastor da Igreja Batista e psicólogo George Rekers, 61, que divulgava a tese de que homossexuais podem se tornar héteros, foi flagrado com um garoto de programa e pode vir a enfrentar um processo por falso testemunho. O envolvimento do pastor com o rapaz foi publicado no Miami New Times, em 13 de maio, com detalhes: Rekers contratou o garoto de programa num site de relacionamentos e o levou a um passeio pela Europa, mas exatamente por Madri e Londres.
O assunto se tornou um escândalo pelo histórico do pastor e psicólogo. Membro da Associação Nacional de Pesquisa e Terapia da Homossexualidade, ele era conhecido pelo seu firme combate à homossexualidade e com um posicionamento contrário à adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
Descoberta a farsa em que pautou a sua vida religiosa, profissional e pessoal, Rekers pode ter que se explicar na justiça. O jornal The New York Times informou que um processo por falso testemunho será aberto contra o pastor enganador e os "ex-gays" que testemunhavam, nas suas palestras, a favor de seus métodos e falsas convicções.
O garoto de programa, que se chama Jovanni Roman, tem 20 anos e faz parte do site Rentboys.com, preferiu calar-se ao ser procurado pela revista gay The Advocate. Rekers, evidentemente, nega tudo e disse, no seu site, que as denúncias têm o objetivo de lhe difamar.
"Não tive qualquer comportamento homossexual. Não sou nem nunca fui homossexual”, escreveu, com mais uma explicação: o garoto foi contratado para carregar suas bagagem na viagem pela Europa, já que acabara de passar por uma cirurgia e evitava esforços.
Desculpa tão esfarrapada quanto a do senador da Califórnia, Roy Ashburn, que, em março, foi pego dirigindo alcoolizado em direção a um motel com um belo garotão no banco do carona. Divorciado, com dois filhos e um feroz opositor aos direitos civis dos homossexuais, Ashburn admitiu ser homossexual, mas disse que agia contra os interesses dos gays para atender às expectativas dos seus eleitores.

domingo, 30 de maio de 2010

Mais do que para pensar, para viver (texto)

Recebi da Rosana e não me contive: "Milhões de pessoas que sonham com a imortalidade não sabem sequer o que fazer numa tarde chuvosa de domingo" Susan Ert.

Comendo líquido (texto)

Domingo. Frio. Chuva. Dizem que vai piorar na terça-feira. É esperar pra ver. Hoje, tem Processo Seletivo aqui na universidade. Isso mesmo, "aqui": estamos desde às 8h de plantão. Ainda bem que até agora nenhum problema para ser resolvido senão os de praxe (candidato que não sabe o número do seu CPF, RG etc.). Aproveito para preparar a aula de terça e a prova de quarta-feira.
Sinceramente, queria estar dormido. E estaria se não tivesse por aqui. O sono, é claro, já passou desde o banho, às 7h. No entanto, fico pensando na minha cama. Ah, estou com fome e para comer apenas um chá (comendo líquido).

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ainda bem que tudo tem um por outro lado (texto)

Por outro lado, ainda bem que tudo tem um  por outro lado, o meu dia foi incrível. Fomos, Maria Lúcia, Sandra e eu a um orfanato aqui em Cascavel levar uns cobertores e toalhas para as crianças. Aproveitamos que estávamos lá para brincar um pouco com elas (esse orfanato recebe crianças de 0 a 5 anos). E brincamos muitos. Essas crianças são especiais, aliás, todas elas são.
Essas se viram sozinhas, às vezes. Mas são muito carentes. Querem colo o tempo todo. E ficam brava se depois de um tempo a colocamos outra vez no chão.
Hoje, fiquei rodeado por umas cinco. Sentado no chão com um no colo, outra na carcunda, outra em pé no meu joelho, dois tentando pegar meus óculos escuros. É sempre triste ir embora, porque sabemos que a nossa vida continua e a delas tb, nunca do mesmo jeito, mas continua apesar do nosso encontro

Novas estratégias para velhos interesses (texto)

Talvez o grande problema do meu trabalho seja o meu trabalho, isto é, a forma como ele funciona. E a forma como ele funciona, não é senão, o meu trabalho. Posso parecer redundante, mas o que estou querendo dizer é que, se não estou satisfeito (e faz é tempo) como o que anda acontecendo eu tenha que ou mudar de trabalho ou me mudar.
Esta, para variar, não foi das melhores semanas. No entanto, ela tem produzindo em mim uma certeza de que não nasci para conviver com certas práticas que julgo pequenas, mesquinhas, burras, até. E mais, tem produzido tb a certeza de que o copo já transbordou e eu aqui tentando conter essa água que não para, essa água que não vai parar nunca de escapar desse copo.
A Emília, de Monteiro Lobato, tentou certa vez reformar a natureza: ela criou o passarinho-ninho; o livro comestível; o porco magro; o sei-lá-que-animal-é-esse; o bule que apita; colocaram as abóboras na  jabuticabeira e as jaboticabas no pé de abóbora; o pernilongo cantor; a gaiola de cabelo; as pulgas moles e paradas no meio do ar; moscas sem asas; a reforma na vaca mocha; reforma na personalidade das  borboletas azuis ... mas percebeu que, ainda que as coisas possam parecer estar em lugar errado, não se muda a netureza das coisas.
Não estou certo, é lógico, ainda que a minha natureza diga que sim. Sou eu quem está no lugar errado. Aqui, as pessoas já se acostumaram com esse funcionamento e ele não vai mudar, nunca.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

As diversas caras do incompetente (texto)

A incompetência tem diversas caras: às vezes ela se mostra como inocente, noutras como desentendida, às vezes se traveste de seriedade, mas um bom observador não se engana.
O serviço público está cheinho de incompetência, em todos os escalões: desde aquele que faz corpo mole até aquele que usa do próprio poder para não fazer o que deve. É incompetente tb aquele que compactua com a incompetência do outro, fingindo que não vê ou tirando algum proveito do desserviço. Prefiro a morte, a me calar diante dessa senvergonhice.
Não se muda o mundo, mas de incompetências.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Está tudo bem?

Quem não chora não mama, diz o ditado popular, mas não é sobre ditados populares que quero/vou escrever. Reclamei esta semana sobre a falta de interesse dos amigos em saber como anda a nossa vida etc. & tal. Reclamei tb, até para não perder o costume, da quantidade de trabalho que temos, a cada  novo dia, que dar conta. Sempre mais, sempre mais! E aí recebi um e-mail da Cris sobre como (não) andam as relações interpessoais. 
Neste e-mail ela me escreve, entre outras coisas, se o fato de se perguntar ao outro se tudo está bem, não é apenas um ritual ligado no piloto automático que espera como resposta sempre um "tudo bem!"? Diz a Cris:: "Se bem que  até o "tudo bem" mudou com o passar dos anos ... hoje em dia, quando a gente não está bem, fica pensando quando nos perguntam "tudo bem?" se a pessoa aguentaria ouvir a verdade das coisas que vão na cabeça e no coração ... e a gente enterra um supercial ... "tudo bem" ... conformista e frouxo só pra evitar ter que entrar em detalhes, com quem na verdade, perguntou sem ter tempo para ouvir, não é verdade?"
E continuou: "Assim, andorinhas apagando incêndio a gente vai semeando coisas boas pelo mundo um pouquinho de cada vez, e quando se olha, o tempo ajuda, e a gente vai passando ... passa-se por essa, e por aquela, e vamos sempre passando ..."
Só não sei se, algum dia, tudo isso foi de outra maneira, sei apenas que, carente dos amigos, fico querendo sempre mais: atenção, abraço, carinho, e-mails, ligações que não sejam apenas sobre trabalho e cobrança.
E, além disso, somando aqui nessa calculadora dos anos a quantidade de "essas e outras" pelas quais vamos passando, vamos passando, vamos passando até quando a pilha, a bateria, a energia não mais funcionar.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...