quinta-feira, 15 de julho de 2010

Teatro Dos Vampiros - Renato Russo (música)

Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos

Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia

Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...

Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei

Não sou perfeito...
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos

Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tem saudade que não acaba nunca (texto)

Ontem fui visitar meu padrasto. Pensei que eu já estivesse pronto para voltar a casa deles. Quero dizer, pensei que essa outra volta, a segunda depois da morte da minha mãe fosse ser mais tranquila. E foi, na verdade.
No entanto, assim que cheguei, ele me mostrou as fotos de minha mãe que havia colocado na moldura. Não me segurei.
Foi como se tivesse, sem nunca ter me esquecido, revivido o nosso último encontro. Numa das fotos ela sorria. Aquele sorriso debochado de quem não se levava a sério. De quem não levava muito a sério quem a estava fotografando.
Tem saudade que não acaba nunca. Tem vazio que nunca se preenche. Tem olhos que nunca se secam. Tem dias...tem outros dias.
Mas vai ficando uma saudade outra, uma que ainda não sei o seu nome. Uma que às vezes bate numa lembrança engraçada dos nossos dias. Outra que me derruba. As intermitências da saudade.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Foi com medo de avião (texto)

Acabei de chegar no Rio. E dessa vez não foi fácil. Saí de Cascavel às 17h e cheguei às 18h em Curitiba. Até aí tudo tranquilo. Nenhuma surpresa além do bom serviço da TRIP.
Em Curitiba, fiquei até às 20h40 para embarcar para o Rio. Tb tudo dentro do esperando, do pago, do certo. No entanto a vinda para a Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil, foi barra pesada.
Antes disso: foi a primeira vez em toda a minha vida que chego no Rio à noite. E para a minha surpresa (segunda da noite, mas a primeira em cronologia), a cidade é dourado à noite. Lindo demais!
Quase para aterrisar, o comandante nos dá a seguinte notícia: "Em virtude do mal tempo que se abateu sobre a cidade, vamos para o Galeão." Já fiquei inquieto, primeiro, como assim mal tempo? Estou de recesso acadêmico. Tudo bem que não quero praia, estamos em julho, mas mal tempo já é demais! Depois, que história é essa de Galeão, paguei para descer no Santos Dumont (parêntese explicativo: o Galeão é o aeroporto internacional Tom Jobim, fica longe pra burro do Centro da Cidade.)
Em seguida, descubro o que o comandante quis dizer com mal tempo. Um vendaval assolou os ceús da cidade, quiçá da região, e não conseguíamos descer nem no Galeão. Diante do vento forte, eu já havia me conformado em pegar um táxi, gastar meu décimo terceiro, mas chegar vivo em casa.
O avião balançou, deu algumas voltas sobre Santa Teresa. Da terceira vez, apelei para Todos os Santos conhecidos. Só me lembrava de São Longuinho, mas eu ainda não havia perdido nada, mas estava a caminho; Santo Antônio, isso mesmo! São Pedro e São João, acho que por força do mês.
Eu via passar a pista do aeroporto algumas vezes e nada do avião descer. Me lembrei de Chico Xavier, quando numa forte turbulência fez o maior escândalo no avião e o seu mentor espiritual lhe disse para morrer com educação. Ele prontamente respondeu que nunca viu ninguém morrer educadamente. E continuou com o escândalo.
Não cheguei a esse ponto, mas tenho que dizer que estava morrendo de medo de morrer na escuridão sem saber aonde ia cair.
Depois de meia hora, finalmente descemos são e salvos.

domingo, 11 de julho de 2010

Pergunte ao Polvo (texto)

Sou do tipo que acredita sem acreditar muito. Ou melhor, sou como São Tomé, aquele que só vendo para crer. Em todo o caso, o Polvo acertou todas. E os fatos reclamam sentido (alguém me disse isso!). 
Não custa perguntar. Sem falar que a voz do polvo é a voz ... http://especiales.lainformacion.com/polvo-paul.

sábado, 10 de julho de 2010

Que horror! (texto)

Assino a Globo.com (G1) faz muito tempo. Acho que desde 2002 da última vez que voltei para o Rio. Desde então, mantenho este mesmo e-mail  pela praticidade (a de não ficar trocando toda hora de endereço).
Aí, cada vez que verifico a minha caixa de entrada, preciso, necessariamente, passar pelo portal G1. Ultimamente o seu assunto preferido é o caso Bruno (o ex-goleiro do Flamengo) supostamente envolvido na morte de uma mulher.
A cada entrada no site, encontro novidades. Cada uma delas mais sem sentido do que a outra. Da última vez, o portal nos informa sobre a camisa do time de futebol (pelada) do goleiro: "Com uniforme ‘amedrontador’, time de pelada de Bruno está parado".
Fiquei curioso (talvez seja mesmo isso que queira o site) e fui, preparado para me assustar, confirmar a tão temida camisa do uniforme do ex-goleiro: a imagem da morte não é nada além do que uma cópia da máscara do filme Pânico. Acho que não vou dormir mais!
Além dessa imagem de terror tem a legenda: "Só os fortem prevalecem. 100% é nóis". Que horror essa legenda!!! Uns três meses sem dormir.

De longe, vejo a cidade (texto)

Estou de férias. Na verdade, estamos em recesso acadêmico. De qualquer maneira, não entro em sala de aula por duas semanas. Bom pros alunos e pra mim tb. Um descanso, merecido, diga-se.
Um semestre inteiro me equilibrando. Viagens apenas fora dos dias letivos para não deixar a disciplina de pernas quebradas. 
Mas não é sobre aula, alunos, que quero escrever. Vou poder encontrar meus amigos. Alguns, pelo menos, já que viajo apenas uma semana. Caminhar no Aterro no final de semana, ir a Ipanema, ao CCBB, ao CCC, ao Carioca da Gema, ao cinema, à feira pertinho de casa, a Santa Teresa, a Paciência (acho que exagerei na programação. Acorde, Alexandre, uma semana apenas!).
Preciso tb resolver questões familiares pendentes. Morrer não é simples, como pode parecer. Não vejo a hora de estar chegando na Cidade...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O goleiro, o político, a polícia, a missionária, a menina assassinada (texto)

Bruno é jogador do Flamengo. Ele tem o maior salário da equipe, entre R$150 e R$200 mil reais por mês. Tudo indica que ele está envolvido na morte de uma mulher.
A imprensa está adorando tudo isso. Não há Jornal Nacional que não dê, em primeira mão, todas as últimas notícias do caso, mas não é sobre a imprensa que quero escrever.
Ah, enquanto eu escrevo, penso tb sobre todos os fatos.
O que será que faz com que um cara jovem como o Bruno, bem sucedido em sua profissão, com dinheiro, se envolva na morte de uma mulher, supostamente, a mãe de seu filho? Será que ele, e todos os outros envolvidos, contava com a impunidade? O goleiro achava que o crime não seria descoberto? Ou ainda que ele seria poupado mesmo depois da descoberta dos detalhes do episódio?
Acho que por muito tempo, por aqui, ter dinheiro/poder significava não responder por seus atos. Temos centenas de exemplos desse tipo. E isso produziu, de certa forma, um pensamento de que se pode tudo sem ser responsabilizado por nada.
Por exemplo, a procuradora espancava, humilhava uma criança diante dos seus funcionário e contava com a impunidade.
O fazendeiro que mandou matar a missionária Dorothy Stang tb contava com a impunidade. E tantos outros exemplos.
Não tenho respostas. Quem as têm? Tenho perguntas. Muitas perguntas e a sensação de indignação diante desse caso. Sei que tantos outros com personagens nem tanto conhecidos continuam ocorrendo enquanto escrevo este pequeno texto.
Preciso acreditar numa justiça, porque não acredito, definitivamente, na solução dos impasses pessoais de forma educada, racional, inteligente.




Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...