quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Se por um lado o dia do seu aniversário era comemorável, por outro, pouco se importava com a data. Às vezes não se dava conta de mais um ano de vida ou não entendia muito bem como se contava esse pequeno espaço de tempo. Sabia apenas que estava mais velho e que no final de todas as contas trabalharia até às 19h.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

É aí que mora o perigo (texto)

Ontem, enquanto eu estava de carona com uma grande amiga/irmã (de uma feijoada na casa dos pais de um outro amigo/irmão), ela me perguntou sobre o meu trabalho na universidade. Falei um pouco sobre a Análise de Discuso (AD), sobre os trabalhos sobre mídia, sexualidade, gênero e etnia que ando pensando e desenvolvendo nesses últimos 9 anos.
Não era uma conversa acadêmica, mas uma apresentação rápida sobre o que me interessa na academia. No entanto, é aí que mora o perigo, não me senti confortável enquanto falava disso, foi me dando uma aflição enorme só de pensar que dia 03 de fevereiro estarei outra vez me apresentando no trabalho.
Fiquei pensando nas reuniões, nas pesquisas, no vestibular, nos concursos que organizamos durante o ano, nos eventos que terei que participar apresentando resultados de pesquisa, num livro que insiste não sair, nas orientações, nos novos alunos do mestrado e graduação, enfim.
Acho que ainda não estou com saudades do trabalho. Normalmente final de janeiro, tudo bem que ainda temos uns quinze dias pela frente (e espero de verdade que a minha impressão mude), já estou com vontade de dar aula.
Estranho mesmo me sentir daquele jeito. Quase sempre me sinto bem ao falar do meu trabalho, sobretudo de pesquisa e da AD francesa...vai ver que ando mais esgotado do que eu imaginava.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Da Série Contos Mínimos

Ano após ano as chuvas castigavam parte do Estado. A elas eram atribuídas todas as mazelas: pobreza, moradia precária, baixo índice de escolaridade, falta de mão de obra especializada, aumento do corte de cabelo. As chuvas ocuparam os ministérios.

Da Série Contos Mínimos

Não existia nada: casa, rua, bairro, uma cidade inteira. Sua vida revirada na vida dos outros. Bastavam dois metros para se encontrar espalhado por todos os cantos.

Da Série Contos Mínimos

Eram perdas para todos os lados: casa, amigos, todas as suas coisas. No meio dos escombros uma Esperança agonizava.

Da Série Contos Mínimos

Pensava na inutilidade de sua vida: trabalho, vizinhos, amigos. Só se salvava disso tudo porque lia poesia.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Foto Oficial (texto)

A foto oficial da presidenta Dilma Rousseff, de autoria do fotógrafo da Presidência da República, Roberto Stuckert Filho, foi apresentada nesta sexta-feira (14) no Palácio Planalto.
Vestida com um blaser de cor "off white" e usando batom cereja, sombra clara e brincos de pérolas, Dilma foi fotografada no último domingo (9), no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Dilma ainda se mudará para o Alvorada, de onde nesta semana saíram os últimos caminhões com pertences do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao fundo, a foto oficial mostra os arcos do palácio.

A imagem foi feita pelo fotógrafo oficial da Presidência que passou cerca de uma semana estudando a luz e o cenário ideais.

Segundo o Planalto, o cabelereiro Celso Kamura, que mora em São Paulo, foi a Brasília especialmente para preparar o cabelo da presidente para a foto oficial.

A sessão de fotos durou uma hora e meia, e a própria presidente escolheu a imagem final, que será afixada em prédios e salas da administração federal.

Aprender a lidar com a inquietante constatação de que não somos transparentes para nós mesmos

Saber sobre si é um processo complexo e, na psicanálise freudiana, não se reduz à consciência racional que temos de nós mesmos. Sigmund Freu...