segunda-feira, 11 de abril de 2011

Marcelo Camelo (Texto)

Não sou do tipo que se apaixona de cara por um CD inteiro. Na verdade, sou do tipo que vai gostando um pouquinho hoje, outro amanhã, até gostar (ou não, como diria Caetano) da obra. Mas o novo CD do compositor, cantor, intrumentista Marcelo Camelo, ex-Los Hermanos, é muito bom.
Desde o primeiro acorde até surgir a sua voz em A noite ou até finalizar o último som em Meu amor é teu, é tudo bom demais! Coloquei para tocar assim que cheguei ontem de viagem e não dá para parar de ouvir.
Destaque para Despedida. Por enquanto, minha favorita. Mas todas as outras são bem feitas, casando voz, letra e música. O encarte é um datelhe que conta (tb por isso não deixo de comprar CD) de forma positiva para o conjunto. Bom demais ter um artista dessa qualidade no mercado.

Que só quando eu cruzo a Ipiranga com a Avenida São João (texto)

Acabei de chegar de São Paulo, foram apenas 2 noites e 3 dias. Bem pouco para uma capital com tanto para fazer, muito para ver, quantidades de lugares para ir.
Fiz quase nada, diante de um mundo. A ida foi motivada pelo show do U2, que merece um post exclusivo. Fica pra depois. Mas, honestamente, fiquei mais feliz por estar em Sampa.
Primeiro porque participei da comemoração de 8 anos do casamento de amigos, e nessa festinha, pra poucos, me diverti muito. Éramos onze, com os anfitriões, ou seja, um pequeno comitê. Participei quase que por um acaso...de qualquer forma foi bom demais estar por lá. Ri muito, conversei bastante, me senti como se fosse velho amigo dos amigos dos amigos.
No sábado, depois de uma sexta-feira meio alcoólica, acordei relativamente tarde, mas o Conjunto Nacional eu não poderia perder. Fiquei boa parte da manhã em volta dos livros e CD´s. Pena não ter grana suficiente para comprar tudo que me fez suspirar. O saldo foi positivo, posso dizer assim.
Em seguida, almocei com um velho amigo (Cacau) e passamos a tarde juntos. Comemos num lugar delicioso, comida tailandesa. Todos os gostos, cheiros, sabores me impressionaram. Muito. Além disso, o papo foi divertido. Colocamos um pouco dos assuntos em dia. E daí para a Augusta e Frei Caneca foi um pulo. Menos até.
Mas não é exatamente isso que me encanta na mais capital das capitais, é alguma coisa que só se encontra por lá. Gente demais na rua sem que se tenha essa impressão, gente em toda a parte e em todos os lugares sem que isso seja alguma coisa para se achar fora do catálogo. E tb fazer parte disso sem que isso seja um tom acima do demais.
Meus amigos reclamam do cada um por si da cidade, eu tb reclamaria, com certeza, mas estava ali de passagem e isso, inclusive, me fazia bem. Mais um na multidão. Tudo é tanto, tanto é tão grande, muito é demais que dois olhos são poucos para ver o que se passa, quem passa, como se passa. Um ano é pouco pra São Paulo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Qual a máscara que vc mais usa? (texto)

Todos nós temos máscaras sociais, ou seja, a gente se traveste, às vezes de nós mesmos (isso acontece quando a gente vira uma autocaricatura), para dar conta de situações diversas. Fiquei agora pensando nessa minha máscara mais batida, velha de uso, empoeirada, mas que me salva em alguns momentos.
Acho, eu escrevi acho, que a minha máscara mais frequente é a de engraçado. Não sou engraçado, ou melhor, não quero ser divertido sempre. Bem ao contrário, sou silencioso, não gosto de muita falação, mas para sobreviver, não me afogar, não me jogar do terceiro andar e cair em mim, brinco. Faço piadas. Rio de mim mesmo.
Qual a máscara que vc mais usa?

domingo, 3 de abril de 2011

Da Série Contos Mínimos

Era tanta baixa estima que mesmo bêbado não ficava alto.

sábado, 2 de abril de 2011

A bíblia como o único parâmetro para explicar o mundo (texto)

Nada contra quem carrega a bíblia embaixo dos braços e a cada fala cita um provébio, salmo ou alguma passagem para justificar os comportamentos humanos.
Nada contra quem acha que tudo é possessão. Uma dor de cabeça é um demônio que habita o corpo.
Nada contra quem acha que a miséria é uma provação. Que o sofrimento é o desejo de Deus.
Nada contra nenhuma religião. Nada contra pastores, padres, pastoras, papas, pais e mães de santo, entidades, santos, espíritos desencarnados, profetas.
Enfim, tenho por princípio: cada um é o que pode e o que se pode diz respeito apenas a cada um. Eu sou o que eu posso, não o que eu quero ser.
A partir disso, não posso admitir que se use um livro, seja ele qual for, como parâmetro único para explicar, justificar, impelir comportamentos.
Tô cansado, muito mesmo, de responder provocações que giram em torno da normalidade heterossexual em detrimento da anormalidade homossexual. Isso não me diz mais nada. Não tenho tempo para isso, meu trabalho me consome de tal forma que tenho selecionado, com muito critério, o que ler. Antes, quando da graduação, eu lia tudo, tudo me interessava.
Continuo me interessando por muitas coisas, mas cada vez menos por pessoas que se interessam apenas por verdade absoluta, única, de uma só mão
O site da ABGLT foi invadido nesta madrugada, dia 02, por ráqueres que por lá postaram textos. Um deles um enunciado sobre Bolsonaro (o tal deputado sexista, racista, homofóbico, burro) para a presidência da república. O que sozinho já seria o suficiente para me calar.
Não se pode esperar de um presidente comportamentos que desrespeitem a Constituição, por exemplo. Todos somos iguais perante a Lei e isso significa que Todos, sem exceção, temos os mesmos direitos. Ou teremos cidadãos de segunda classe. Não sou de classe alguma.
Como se pode esperar de um presidente declarações racistas, preconceituosas, homofóbicas, ou coisas parecidas?
O outro, um texto com base numa leitura bíblica de inteligência tão duvidosa que tb não merece comentário. Nenhum. Deus criou o homem e a mulher. Deus criou o sexo para procriação. Deus criou a boca para o beijo? Sexo anal só acontece entre dois homens? Todo sexo tem por objetivo se multiplicar? Cansei. Por que não: Nada acontece sem que seja vontade dEle?
Não sei muita coisa, ou melhor, sei quase nada, mas tenho a certeza apenas de que estamos perdendo o nosso tempo com brigas sem propósito, que não nos levam a lugar nenhum, mas que produzem sofrimento. 
Estranho, eu acho, falar em nome de deus para produzir sofrimento, separação, desigualdades, ódio, diferenças. Mais estranho ainda se achar no lugar de poder falar em nome dele. Mas como disse há algumas linhas, cada um acha o que pode e não o que quer.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Com a melancia no pescoço (texto)






Bolsonaro insatisfeito  com as repercussões, resolveu radicalizar: agora é no mínimo uma melancia (inteira).

quarta-feira, 30 de março de 2011

Para Lamentar (texto)

Que o Para Lamentar Jair Bolsonaro do PP/RJ é um idiota, não é novidade pra ninguém, ou pra quase ninguém. Mas tenho percebido, nesses últimos meses, que ele tem dado declarações, no mínimo, curiosas. 
Parece que o ilustre deputado tem se sentido ultrajado pela presença de homossexuais, sugiro que ele procure no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar  tanto ultraje.
Fico desconfiado que as suas noites estejam sendo atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis. Ou ele não estaria tão incomodado com a sexualidade dos outros. A foto aí acima é para contribuir com essas possíveis fantasias.
Porque até onde sei, pessoas bem resolvidas sexualmente não ficam preocupadas, por exemplo,  se a colega de trabalho é apaixonada por uma mulher, se o vizinho dorme com outro homem?
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.
(a partir do texto de Dráuzio Varella - publicado aqui neste blog no dia 10 de dezembro de 2010)

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...