segunda-feira, 11 de abril de 2016

A amizade não se desrespeita

Se existe uma coisa em mim da qual eu não tenho nenhuma dúvida e me orgulho é em relação a minha capacidade de ser amigo. Eu sei muito bem o que isso significa. 
Amizade pra mim é sagrada. Vale mais do que família, do que dinheiro, do que trabalho, do que sexo, do que namorado. Ou seja, vale mais do que todas essas coisas que também são importantes.
Eu sou um homem de alguns bons amigos. Daqueles que sabem a hora de se aproximar porque percebem que alguma coisa está errada. 
E procuro também fazer isso. Procuro me antecipar porque sei que assim eu estou me comportando como eu gostaria que se comportassem comigo.
Tenho desses amigos, a porta de casa sempre aberta. Um prato de comida. Um abraço amigo e um canto pra dormir e sonha, como disse Gonzaguinha.
Mas eu também tenho um grande defeito do qual não tenho nenhum orgulho: não dou segunda chance pra ninguém! Amizade abalada é amizade perdida. Não consigo de jeito nenhum relevar derrapagens, porque elas significam pra mim que houve um desrespeito e não se desrespeita a amizade.

sábado, 9 de abril de 2016

Aos meus orientandos

Resultado de imagem para aos meus orientandosNão é a primeira vez que escrevo sobre o comportamento de  meus orientandos aqui. E escrevo justamente porque assim organizo melhor o que pensar sobre eles.
É claro que nem todos se comportam dessa maneira. Deus existe! Mas ainda que fossem dois ou três, isso já seria um caos, tendo em vista o trabalhão e o aborrecimento que certos comportamentos produzem.
Bem, não consigo pensar nos meus orientandos sem me pensar nessa mesma posição. Lembro-me da insegurança de escrever para que a minha ex-orientadora lesse. Não era fácil. Mas eu sabia que se eu não ultrapassasse essa barreira, a tese não iria aparecer pronta no criado mudo.
Lembro-me tb de que os meus textos vinham repletos de pontos de interrogação, observações e correções para serem feitas. E eu, sinceramente, não encarava isso com desânimo ou como se fosse uma derrota pessoal, derrota intelectual. Não mesmo! Ao contrário! Eu sabia que era a função da orientadora e que se eu fizesse as tais alterações, o meu texto ficaria melhor.
Lembro-me ainda da vontade de sumir. E da dificuldade de encarar a orientadora diante das minhas inseguranças.
Outra lembrança era em relação às indicações de leitura. Eu saía da sua casa e passava, ali mesmo no Largo do Machado, na primeira livraria que encontrava para comprar o tal livro indicado por ela. Além disso, sem que ela tivesse me dito isso em qualquer encontro, eu buscava nas referências dos livros indicados, outros livros que, eu desconfiava, pudessem me ajudar de alguma forma.
Escrever não é fácil, mas não escrever é pior ainda. Sobretudo se dependo disso para dar conta do meu trabalho.
Outra coisa importante era saber que a minha tese era minha e não da minha orientadora. O trabalho era para eu receber um título e não ela. Ela já o tinha.
Bem, tenho orientandos que ao contrário de tudo isso, e mesmo querendo concluir os seus trabalhos, não escrevem! Acham (como é que podem achar isso?) que os textos ficarão bons sem a reescrita.
Além disso, que já é grave, não apresentam leituras consistentes nem da teoria e muito menos da área em que escolheram desenvolver as suas pesquisas. Como pode? Me pergunto depois de cada encontro que acredito jogado fora e perdido.
Me impressiono, verdadeiramente, com uma pesquisa de mestrado em que o aluno não traga nenhuma novidade em relação ao seu tema. O cara escolhe com o que trabalhar e não busca nada em relação ao que "gosta", em tese, de escrever? Ora, alguma coisa está fora da ordem e precisa, urgentemente, ser corrigida.
Terminei a minha tese em novembro de 2015, recebi de volta em dezembro ainda com alguns ajustes para serem feitos. Em janeiro ela estava na mão de uma revisora (que levou um mês para finalizar o trabalho). Em março foi a minha defesa.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

domingo, 3 de abril de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para sem a música poderia me socorrerFazia tempo que eu não me sentia tão sozinho. Por enquanto, nem bom dia, nem boa tarde. Nada. Quase tudo em silêncio, se não fosse o relógio que marca cada minuto como uma eternidade. Hoje, nem mesmo a música poderia me socorrer.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Pé na Cova (Foto: Tv Globo)"Eu já achei que era capaz de viver longe de você... Já achei que podia recomeçar em algum lugar, mas eu não consigo. Quando eu fico muito tempo longe de você, me dá uma agonia, uma aflição... Acho que é amor", disse-lhe sem hesitar.

quarta-feira, 30 de março de 2016

É apenas um grampo telefônico

Resultado de imagem para apenas um grampo telefônicoQuem sobreviveria a um grampo telefônico? Eu jamais! Eu e todo mundo, acho. Falo ao telefone com alguns amigos de forma que eu poderia ser acusado de homofóbico, racista, misógino, "coxinha", com preconceito de classes etc. 
Caso essas conversas fossem descontextualizadas e não se levassem em conta a ironia, as metáforas, as piadas, a intimidade que tenho com esse meu amigo.
Eu, provavelmente, seria destituído de qualquer cargo ou impossibilitado de assumir outro que fosse.
Na intimidade não somos mais verdadeiros do que somos ou deixamos de ser na vida pública. Neste lugar, somos o que o lugar nos permite ser: engraçados, talvez. Politicamente incorreto. Inconveniente. E por aí vai.
Mas este lugar deve ser sempre preservado porque ali cabem coisas que não caberiam no dia a dia porque podem ser faces de outras ordens. A intimidade nos permite ser muitas coisas que não seríamos publicamente.
Quem me conhece sabe que eu jamais teria uma atitude de segregação racial, de gênero e muito menos de classe, mas brinco com isso. Não com qualquer um, mas brinco.
E eu seria esculhambado. Minha vida acadêmica seria colocada a prova. Os textos que escrevi sobre isso seriam queimados em praça pública. E eu estaria jogado na lama.
Bem, não sou uma figura pública. E o que eu falo na intimidade não interessaria aos meios de comunicação.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para o relógio paradoTenho um relógio que marca sempre a mesma hora. Nunca adianta ou atrasa. Quando me sinto um pouco sozinho, me sento diante dele e escuto as horas que não passam.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...