sábado, 8 de outubro de 2016

Da Série: Conos Mínimos

Resultado de imagem para o mundo cheio de tecnologia e vazio de genteEle achou, de verdade, que o mundo com as novas tecnologias seria um mundo de aproximação. Não foi isso que aconteceu. O mundo foi ficando mais vazio de gente, mais sozinho, mais ocupado de coisa alguma.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para um bule de café  sobr o meu fogãoSempre houve e sempre há de haver um bule de café quentinho sobre o meu fogão para quem chega de mansinho ou apressadamente.

sábado, 1 de outubro de 2016

Livro (novo) quase pronto

Em 2006, eu concluí o meu doutorado na Universidade Federal Fluminense, sob a supervisão da professora Bethania Mariani. Foi um acontecimento na minha vida (pessoal e acadêmica). Aprendi muito nos 4 anos de doutoramento. Não foi fácil. Nunca é, acho. Nem o processo de seleção, nem os anos de leitura e escrita e muito menos a defesa diante de uma banca de 5 professores. Mas, como tudo, as dificuldades tb passam.
Sempre quis publicar a tese, mas faltou oportunidade. Bem, dez anos e alguns livros depois a oportunidade surge em forma de e-book.
Fiz a apresentação do livro, reorganizei algumas questões e o livro está quase pronto. Falta apenas a ficha catalográfica com os dados para finalizar a publicação.

Apresentação:
Poderia parecer que este texto, produzido em 2006, pudesse estar desatualizado em relação ao tema aqui proposto. É verdade que muitos deslocamentos foram produzidos na mídia sobre os homossexuais e, sobretudo, nas ciências em relação à AIDS e suas formas de contaminação, de circulação do vírus HIV, das formas de tratamento e, portanto, daqueles sentidos que na década de 1980/1990 (nas mídias, em geral) relacionavam o homossexual masculino a um portador em potencial do vírus.
No entanto, é importante perceber que mesmo depois de diversos deslocamentos, circulam, em pleno século XXI, discursos sobre “a promiscuidade dos homossexuais”, sobre a sua “duvidosa capacidade de amar alguém do mesmo sexo”, sobre a sua sexualidade ”anormal”, circulam também discursos que o aproximam da pedofilia, do pecado e circulam ainda aqueles discursos sobre a homossexualidade ser passível de cura.
E este texto, finalizado em 2006, sobre a década de 1980/1990, é muito atual na medida em que nos possibilita compreender como e por que aqueles velhos/atuais sentidos ainda produzem efeitos nos anos 10 do século XXI em se tratando da homossexualidade. Os discursos sempre partem de um já-dito, de uma memória que, às vezes “esquecida”, continua reproduzindo dizeres.
No século XXI, como eu sinalizei, os homossexuais, na mídia, ocupam espaços nunca antes possíveis para estes sujeitos, mas aqueles velhos discursos da doença, do pecado e da anormalidade não aparecem em um espaço menor nesses mesmos meios de comunicação. Há, certamente, uma resistência imediata dos grupos de defesa dos direitos LGBTTT[1]s quando esses sentidos invadem a mídia, mas os homossexuais continuam sem o direito de simplesmente não serem objetos das especulações alheias.


[1] Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para sem tempoNunca antes um tempo tão co rri do, sem tempo para nada. Sem hora e sem riso. Compromissos que precisam ser cumpridos num tempo determinado.

domingo, 18 de setembro de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Faz tanto tempo que não me lembro bem como foi que tudo começou. É possível que esse esquecimento seja uma pista de que não devíamos ter começado absolutamente nada.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Da Serie: Contos Mínimos

Vestígios de você no último acorde, num resto de música que transforma o dia em noite. Na poesia que monto com as folhas das árvores espalhadas nas ruas. Numa palavra qualquer numa voz desconhecida.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Das coisas que não acontecem apenas nas crônicas de Fernando Sabino

Comprei um carro. Isso não seria nada demais se apesar disso eu não soubesse dirigir. Bem, não é exatamente isso, ou melhor, exatamente assim. Vou me explicar.
Faz uns 20 anos que tirei carteira de motorista e desde então eu sempre tive motocicletas. Sempre não, mas desde que tive algum meio de transporte próprio, tive moto. Nunca achei que um dia eu gostaria de ter um carro. Nunca mesmo. Mas a gente quando acha que definitivamente nunca vai querer alguma coisa, não imagina (nunca) que a gente não vai ser a mesma pessoa para sempre. E isso acontece eventualmente. Aquilo que era nunca passou, no último ano, a frequentar a minha vontade.
E assim comecei a cogitar a possibilidade de comprar um carro. Bem, procuro daqui e dali até que encontro um carro possível. Não o desejável, mas, como eu disse, o possível: um carro usado, preto, 2013.
Uma amiga me ajuda a decidir por ele. Assim, faço as contas e acho (que medo!) que é possível comprá-lo. Carro comprado, preciso levá-lo pra casa. Mas como fazê-lo? Essa mesma amiga, agora responsável por mais esta decisão (quando resolvi comprar uma moto bem grande e potente, ela tb me ajudou a decidir), resolveu a questão antes mesmo que ela virasse um problema. Trouxe e colocou na minha vaga (de garagem) o carro novo.
No entanto, continuo a viver sem ele, já que me falta coragem para dirigi-lo. Bem, como sou mais prudente do que medroso (é assim que me vejo), resolvo fazer umas aulas numa autoescola aqui bem perto de casa. Faço cinco aula e me acho ainda inseguro para sair por aí com meu (novo) carro. Faço mais 6 e pronto. Numa manhã decido dar uma voltinha aqui mesmo por perto de casa para saber se sozinho consigo dar conta desse monstro de quadro rodas.
Primeira luta, tirar o carro da garagem. O maior medo é o de bater nos carros ao lado. Com todo cuidado do mundo e sem qualquer noção de espaço, velocidade faço em 10 minutos (isso mesmo, dez minutos de sofrimento) essa tarefa que minha vizinha não leva sequer 2 para realizar.
Num espaço de cinco metros (da minha garagem ao portão de saída), o carro morre umas 3 vezes. Natural, alguns amigos dizem. É assim mesmo, outros afirmam. Mas só eu sei o sofrimento que isso causa. A insegurança que isso agrega a minha nova função de motorista.
Carro na rua, vou eu para o desconhecido. A cada metro rememorando os ensinamentos dos meus professores. Primeira quadra superada. Mais a frente um sinal de trânsito, preciso parar. O problema não é parar e retomar com um carro atrás e a sensação de que eu estou paralisando o mundo, atrapalhando o tráfego.
É claro que o carro morre, é claro que ligo o sinal de alerta porque não consigo sair do lugar. Resolvo nem olhar pelo retrovisor, não quero saber a quantas não andam os carros atrás de mim.
Ufa, consigo dar a partida! Mais a frente uma curva, uma ladeira, um outro sinal, uma placa de rua preferencial, uma descida (adoro descidas!), oito quadras superadas e, finalmente, outra vez o meu portão de (agora) entrada. O carro diante dessa superação, morre outra vez. Mas quem se importa? Estou sozinho tentando entrar em casa.
Aperto o dispositivo e o portão se abre. Entro e, pra minha sorte, sem carros vizinhos. Coloco o carro na minha vaga como se tivesse feito isso desde sempre. Saio do carro e o ombro, as pernas, os braços doem como se sempre tivessem doído desse jeito. 
Menos um medo pra hoje.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...