Despedidas são sempre, para mim, momentos difíceis. Fico sempre com aquela sensação de que aquilo que era para ser temporário (Vamos nos encontrar logo!) acaba sendo para muito tempo. Às vezes, para toda vida. E sei exatamente como a distância vai emperrando as engrenagens. Sei exatamente como ela vai enferrujando as dobradiças. Parti muita vezes, depois de curtas ou longas temporadas. E fui deixando e recolhendo pistas, me esquecendo e esquecido.
Hoje, me despedi de um grande amigo. Ele vai embora e sei que não vamos nos encontrar como nos últimos dois anos: quase que diariamente. O dia a dia foi dando uma ordem nas nossas relações: fiz um amigo. Um grande amigo. Daqueles que se pode contar para pequenas e grandes coisas. E dizer adeus para um amigo é doloroso.
As palavras vão grudando na garganta, se misturando com a saliva, embolando na boca. Não saem como deveriam e da forma como a gente queria que saíssem. O abraço e o aperto de mão é pouco para tanto o que se viveu. Os olhos nos traem e nublam as nossas visões. Fico com um aperto no peito.
Estou torcendo para que você seja muito feliz! E acredito que mesmo deslembrado de alguns momentos, estes estarão presentes em todos os meus risos, porque ao contrário do que a gente pensa, certos momentos fazem parte da gente e não do nosso passado.
Vá com deus. Ele te proteja.