Se um elogio a alguém pode produzir uma forçação de barra, imagine um auto-elogio. Bem, não vou me elogiar. Tenho senso de ridículo, mas fiquei pensando, depois de uma potagem de uma amiga no Facebook, sobre o que em mim me faz sentir uma certa "alegria" por ter conquistado, por ser.
Não seria exatamente um elogio, mas um reconhecimento por algum esforço ou dedicação, sorte. Bem, não vou tb ficar me explicando porque isso não vai nem aumentar e nem diminuir qualquer efeito de sentido que posso produzir aqui.
Fiquei pensando muito para finalmente conseguir organizar uma pequena lista. Ela, a lista, não está por ordem de importância, por ordem cronológica, mas por ordem de lembrança:
1. Uma das grandes alegrias foi ser aprovado no vestibular para Letras, UFRJ, Português-Literaturas. Lembro-me da sensação de felicidade ao abrir o jornal e encontrar o número da minha inscrição. Contar pra minha mãe sobre a aprovação, então, nem se fale.
2. Finalizar o doutorado não foi exatamente uma sensação de alegria, mas o "dever" cumprido. Me senti no dia 13 de março de 2006 feliz por isso.
3. Ganhar a bolsa de pós-doutorado (Universidade de Coimbra) para ficar um ano em Portugal. Isso foi uma mistura de gratidão por tanta ajuda que recebi: Isabel Ferin (a orientadora) Vanise, Maria Cláudia, Lucília e, principalmente, Bethania.
4. Ter sido amigo do Sebastian. Foram anos de cumplicidade. Tb brigamos, mas nunca nos decepcionamos, mesmo quando precisamos nos separar. Separação sempre é difícil. Mas nunca traímos a confiança do outro. Não houve mágoa de lado algum. Apenas tristeza.
5. Os meus amigos. Tenho orgulho dos amigos que conquistei durante esses anos. Tenho amigos de 40 e poucos anos. Amigos que sei que posso contar. Tenho amigos recentes. Amigos de todas as idades, cores, orientações. Sei da importância dos amigos de verdade. Sou um amigo que os meus amigos podem contar.
6. Tb sei que sou um cara honesto. Sei tb que isso é obrigação e que sequer deveria constar nessa lista, mas a honestidade a que me refiro é, sobretudo, aquela que quer que todos tenham os mesmos direitos, sem que haja privilégios pra ninguém: nem pra mim e nem pra ninguém. E lutar por isso.
7. Tb nunca me aproximei de ninguém por interesse. Nunca estive com alguém para conseguir alguma coisa. Sou claro quando preciso de algum favor e não tenho vergonha disso.
8. Não quero nada de ninguém. Não invejo nada de ninguém. Sou muito focado naquilo que desejo e trabalho pra isso.
Bem, a lista não é longa, mas pode soar como pretensiosa. Pode tb não soar. E como não controlo o sentido que as palavras têm ou podem produzir. A postagem é essa.