Peguei o finalzinho do Esquenta e tive a sorte de ouvir o Fagner cantando Canteiros (letra escrita a partir da poesia de Cecília Meireles). Esta música foi gravada há bastante tempo, acho que no início dos anos 1970. E, posso estar enganado porque me apoio apenas na memória, foi o maior sucesso deste grande cantor cearense (há também Noturno, Borbulhas de Amor, As pedras cantam, Revelação, Jura secreta, Quem me levará sou eu, Fanatismo, Pensamento, Guerreiro menino, Mucuripe, mas nada que tenha superado Canteiros).
Ela fez parte de toda a minha adolescência, porque era o auge, pelo menos, no subúrbio do Rio de Janeiro, dos artistas que com a voz e o violão tocavam nos bares. Eu e os amigos: Vera, Robson, Cátia, Zequinha, Rômulo, Glauco, Gil, Íngrid, dentre tantos outros, éramos arroz de festa às sexta e sábados à noite, na Zona Oeste do Rio.
É uma música que me leva para o ensino médio, antigo científico. Eu estudei no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, em Santa Cruz. E, nesse período, a escola ainda era pra mim uma extensão de casa: os amigos eram os colegas da escola e vivíamos juntos (bar, cinema, natação, lanche).
Se o cantor não tocasse Canteiros, Andança (esta de Paulinho Tapajós e gravada por uma infinidade de cantores) e Espanhola (Flávio Venturini) era como se não estivéssemos num barzinho. Isso era o que fazia daquele lugar um bar de voz e violão.
Bem, as músicas são mesmo Máquinas do tempo. Nos levam e nos trazem de lugares tão distantes no tempo e espaço.
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