Não é fácil compreender que a gente não está no controle de nada. De nada que tenha a ver conosco e muito menos que tenha a ver com o outro.
Sou professor, acho que já escrevi isso aqui mais de mil vezes, num curso de letras (na graduação e na pós graduação). Tenho orientandos tanto aqui quanto lá. Os de lá estão, naturalmente, iniciando uma jornada científica. Tudo muito básico. Os de cá já têm uma experiência profissional que os coloca numa etapa mais adiantada: são formados, em geral trabalham, sabem ler e escrever com autonomia. Tudo isso funciona na teoria, apenas na teoria.
Tenho alunos da iniciação científica que dão shows em suas apresentações, que escrevem com muita maturidade e que leem muito bem.
Por outro lado, tenho alunos do mestrado e do doutorado que dão o maior trabalho. Vc diz uma coisa e eles fazem outra. Você sugere uma leitura e eles nem aí para a sua sugestão. Você indica uma correção e eles te ignoram completamente.
Aprendi (mais ou menos) a conviver com esses alunos de forma que não confundo mais o trabalho deles com os meus. Eu leio com muita atenção o que me mandam, faço todos os comentários que julgar necessário, estabeleço um prazo para a reentrega e o resto é por conta deles.
Se fizerem o trabalho direitinho, vão apresentá-los para uma banca e vou defendê-los. Se não fizeram....
Havia um tempo em que eu ficava me culpando pelo trabalho mal feito. Não faço mais isso. Cada um tem uma função nessa relação e pronto.