Olhar para 2019 no final do ano sempre é ficção. Bem, vamos lá. Comecei o ano apaixonado e mais velho (5.4) e termino o ano com o coração vazio.
Foi uma paixão descabida, sem eira nem beira. Daquelas que a gente não sabe bem o porquê de ter acontecido. Acontece e pronto.
Entre janeiro e dezembro me apaixonei mais uma vez. Não foi uma paixão como tantas outras. Achei, de verdade, que seria dessa vez. Não foi. Descobri que o que nos liga ao outro é a vontade de estar juntos. Nada além disso. Se não há reciprocidade, não há nada que possa fazer dar certo.
Conheci de cara umas cinquenta pessoas. 1º ano de Letras de 2019 foi uma turma boa: divertida, bons alunos. Fiz amigos e estabeleci laços. Acho isso importantíssimo. Sem amizades e laços, ser professor não faz sentido.
O trabalho foi intenso. Muitos orientandos concluindo seus trabalhos. Outros tantos chegando. Outros ainda no meio do caminho. Participei de muitas bancas de defesa (e qualificação) de mestrado ou doutorado. Orientei Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), outros de Iniciação científica (IC). Comecei novas orientações de IC e já fechei as orientações de TCC para o próximo ano. Publicamos artigos, capítulos de livros e livros. Apresentei trabalhos em eventos. Dei um curso em Pelotas no fim do ano. Tenho ótimas parcerias na Unioeste. Parece que sou mais nessa área.
A política foi um lixo. Aquela divisão de 2014 se intensificou durante este ano. Desfiz laços, mas fiz outros tantos em virtude desse lixo-político. Foi um ano de perplexidade, mas também de resistência. Na resistência encontrei muita gente bacana. No dia a dia muita gente que não valia a pena.
A saúde me assustou um pouco. Mas termino o ano com a perna e o pé esquerdos doloridos e a outra com um galo enorme abaixo do joelho porque acabei de canelar a mesa de centro.
Termino o ano com um pouquinho de medo do que vem pela frente. É estranho porque normalmente não tenho esse sentimento em relação ao ano que inicia.
Daqui a pouco faço 55. É bom já começar com a nova idade. Não tem aquela de acontecer no meio do caminho. Bem, isso sempre foi assim.
Passei o natal sozinho. Na passagem do ano estarei com amigos. Hoje, dia 27, última sexta-feira do ano, estou em casa escrevendo este texto e ouvindo Deixe Estar de Marina Lima. A letra de Marina Lima e Antonio Cícero diz:
Porque nós dois nos cruzamos com pressa demais
E foi tudo intenso e veloz.
Nos amamos, meu bem, só que em pistas opostas e
Tão sós...
Não desanimo, uma hora acontece. Se não acontecer, pelo menos acreditei. Foi um ano bom, apesar do palhaço que nos governa, do ministro da educação, do meio ambiente, dos direitos humanos, da justiça. Mas é o que temos para o momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário